O PADRE FOGE DA CPI COMO O DIABO FOGE DA CRUZ
No dia 06 de março de 1988, data do sesquicentenário deste velho e respeitável burgo, o manifesto Acorda Diamantina, subscrito e patrocinado por 50 diamantinenses, assim recomendava no prefácio a leitura de seus versos: tudo é muito acidental - proposital é apenas a vontade de mudar o Brasil a partir de Diamantina.
Nestes 24 anos, o país desmoronou moralmente. Sua putrefação já não se expande a partir dos grotões, da falta de instrução e de desenvolvimento. Ela se irradia dos palácios governamentais, do Congresso, do Senado, das assembleias legislativas, como um pacto federativo para livrar os maus homens públicos dos rigores das leis, isentá-los de qualquer reparação e perpetuar-lhes a impunidade. Câmaras, prefeituras e secretariados são a nova e promissora messe para a malversação do bem comum. O joio foi semeado: é hora da colheita. E os operários são muitos...
Ao reler o livreto de 1988, sinto que a Diamantina daqueles tempos - apesar de mal gerida - era inocente, pura, venial. Principalmente diante da instalação de uma CPI com tão graves denúncias sobre a conduta do prefeito. Enfraquecê-la, desmoralizá-la, destruí-la o quanto antes é a mais nova, premente e perseguida meta do governo atual. O primeiro vereador que sucumbiu à pressão do padre-prefeito e dos seus pares do PC do B foi ninguém menos que Tarcísio Magno. Cuja credibilidade já esteve tão em alta que até se pensava que ele não continuaria na política. Pois esse parlamentar, que antecede seus pronunciamentos com uma bela e enaltecedora frase a balizar-lhe os princípios, se juntou na última sessão da câmara à marionete do governo, o sempre doce e loquaz José Paulo, e ao semimudo e nunca surpreendente João Bola. Uma tremenda bofetada na cara da moralidade. Mas, mesmo com o pouco fôlego do presidente do legislativo, o bem predominou: encerrou-se uma CPI, mas outra foi imediatamente instalada. E tudo indica que ela irá em frente. Inicialmente com o apoio da maioria dos vereadores e, brevemente, por unanimidade, pois é sabido que a fidelidade bovina dos políticos só dura enquanto há perspectiva de ganho. Como nos navios que vão a pique, ao aproximar-se o naufrágio, os ratos fogem em debandada, nem que seja para se afogarem.
Continua na Voz de Diamantina Edição 559 de 28 de abril de 2012
Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”
Confira nesta edição:
- Balaio de Pitacos
- A prefeitura faz de conta que faz..
- Privilégio de estacionamento em Diamantina.
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