Texto: Marcos Lobato Martins, publicado no Minas de História
Uma das cenas típicas do passado mineiro era o lento percurso das tropas de muares, carregadas de mercadorias diversas, por trilhas sinuosas e difíceis, rumo a povoados, vilas e cidades dispersos por vastíssimo interior. Hoje, o mourejar dos tropeiros é idealizado, romantizado mesmo. E os antigos pousos de tropas e mercados onde os gêneros transportados pelos burros e mulas eram expostos e negociados viraram pontos turísticos.
O Mercado de Diamantina, cartão postal do antigo Tijuco, recentemente participou de concurso patrocinado por uma rede de televisão que desejava escolher a imagem-símbolo de Minas Gerais. O velho edifício, que não mais funciona como ponto de compra e venda de mantimentos, foi pré-escolhido por uma comissão de intelectuais, artistas e empresários para disputar tal “honraria”. Não ganhou, é verdade. Contudo, contribuiu mais uma vez para fortalecer o peso específico de Diamantina no turismo mineiro.
O texto que apresento aos leitores tem no Mercado de Diamantina personagem destacado(ver texto anexo). Trata-se de artigo publicado no número atual da “Locus: revista de história”, v. 16, n. 2, periódico especializado vinculado à UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora). O artigo analisa aspectos do comércio de abastecimento na cidade de Diamantina, entre as décadas de 1880 e 1930, enfatizando o papel dos tropeiros e do Mercado Municipal, bem como os conflitos entre as autoridades e os atacadistas locais. O trabalho também discute as razões da longevidade da atuação das tropas de muares na região, cujo declínio só viria a ocorrer nos anos 1950. Foi este declínio que arrastou o Mercado de Diamantina para décadas de perda de importância na cidade, o que chegou a ameaçar a preservação do belo edifício.
Esta história, creio eu, certamente prenderá a atenção dos muitos turistas que visitam Diamantina e das inúmeras pessoas que adoram esta joia urbana que embeleza o Espinhaço central.
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