domingo, 13 de novembro de 2011

Destinos ideológicos

Autor:  Antenor José Figueiró – antenor.figueiro@ig.com.br

Diamantina é uma cidade bela, mágica, nostálgica e conservadora. Graças a Deus não é perfeita. Ela tem sido injusta, insegura e suja. Por sentirmos nossa cidade como nossa própria casa sempre brigamos para vê-la melhor, alegre, culta e brilhante, é uma insatisfação constante. Mas, o que nós, diamantinenses, temos feito para contribuir para o resgate dessa quase divina cidade?

Sem sombra de dúvida o ser humano é focado no passado, para trilhar o presente, rumo ao futuro. Se nós somos Patrimônio da humanidade, claro que é pela nossa história, cultura e religiosidade (dente de ouro na boca de cachorro), não enxergamos o potencial turístico que gera emprego, dinheiro e dignidade para o nosso povo.

Assumimos uma posição de vítima, mesmo não sendo, pois, na verdade somos culpados pelo nosso silêncio, pelo nosso voto, pelo conformismo e covardia.

Se anteciparmos nosso balanço de final de ano, enxergaremos que perdemos vários pilares de nossa sociedade, inúmeras referências sociais, estamos levando a vida, enquanto a vida também está nos levando, sem a estrela guia do exemplo, do líder.

A eleição de 2012 entra em um dos períodos mais críticos e por incrível que pareça é o mesmo filme que assistimos em 2008 – antropofagia (canibalismo- ato de um indivíduo devorar o outro da mesma espécie) dos partidos políticos. Nossa política não é feita por ideais e sim com caráter pessoal.

Não há o cuidado ou decência de ver Diamantina como um todo (cidade, distritos e povoados). Não há o sentimento de preocupação com as necessidades básicas da sociedade e sim promessas que ao vento se vão. Não há políticas públicas voltadas para a permanência do cidadão em seu distrito ou povoado, causando o desequilíbrio familiar e social. Assim nossa cidade vem acumulando muitos problemas.

Quem herdará, ou melhor, quem irá se apossar do legado político da lenda chamada Iraval Pires? Com uma história atípica, esse mito entrou para a política rico e saiu pobre, um homem que até o último dia de vida trouxe para perto de si até mesmo seus adversários políticos, quanto aos parceiros até o último suspiro foi companheiro, conselheiro, amigo e solidário. Seu maior defeito foi a lealdade.

Desperta Diamantina! Esse homem também tinha defeitos, fracassos, talvez fosse um pouco ultrapassado, mas acima de tudo ele deve ser exemplo, a sua história deve ser inspiração para buscarmos um equilíbrio sócio-economico-cultural e político. Construiremos uma nova história, ou ficaremos órfãos pelos próximos anos?

2 comentários:

  1. Prezado Antenor,

    Sua mensagem é cheia de verdade. Consigo ler além dela e nas entre"linhas" consigo sentir seu amor por Diamantina. Realmente Iraval Pires ficará e já deixou marcado na história de Diamantina, não só politicamente, mas como um exemplo de pessoa, de ser humano, de gente simples que não gostava de aparecer, humilde como seus irmãos,realmente é de berço que vem a educaçao, a humildade e o caráter de uma pessoa.
    Acredito que não sobraram políticos da magnitude e do valor de Iraval, um homem sem preconceitos, aberto ao diálogo.
    Realmente as questões pessoais tem tirado de nós o espaço da apresentação de projetos e propostas para uma cidade mais feliz, visto que não se fala em projetos, programas de governo, propostas e sim em nomes de pessoas ou personalidades que desejam sentar na cadeira de chefe do executivo. Eu humildemente penso que primeiro vem a proposta, o projeto e só depois o nome que nos representará como liderança. Mas acredito também que Diamantina, ou melhor, os seus políticos, em sua grande maioria não estão preparados para lidar com a política sem colocar a vaidade em primeiro lugar e por isso mesmo Diamantina tem se afundado no marasmo, na decadência de novas lideranças.
    O que fazer com nossos jóvens? Como dar condiçoes dignas, de educação, saúde, cultura, lazer, trabalho e renda a uma população sofrida como a de Diamantina (não estou falando das elites!) Mas quero me fixar em uma de suas frases: Construiremos uma nova história? E acrescentaria se me permite: Totalmente desprovidos das vaidades pessoais buscando o bem comum?
    Parabéns pelo artigo!

    Abraços.

    Ronaldo Guimarães
    Presidente do PSB de Diamantina

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  2. Eu concordo com o comentário do Ronaldo. Precisamos de propostas, projetos e não de nomes vazios.
    Parabéns pelo artigo!

    Adão Carlos
    Diamantina/MG

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