domingo, 20 de novembro de 2011

Uma nova designação para a UFVJM?

Autor: Porf. Pedro Ângelo – Reitor da UFVJM

No momento em que a UFVJM passa por uma expansão de grande magnitude com a quase duplicação do seu quantitativo de estudantes de graduação, marca também a ocupação de novos territórios do Estado de Minas Gerais: o Norte e o Noroeste. Expansão tão significativa com a implantação dos campi das cidades de Janaúba e Unaí leva a UFVJM a assumir sua vocação multicampi e sua inserção nas 4 mesoregiões da metade norte do Estado de Minas Gerais: Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Noroeste.

A inclusão desses 2 novos territórios remete à possibilidade de mudança de nome da Universidade, não porque os territórios contidos na designação atual devam ser preteridos, ao contrário, devem ser valorizados mais ainda no contexto desta Universidade assumir toda a metade setentrional do Estado de Minas Gerais. Assumir esses novos territórios não dilui responsabilidades ou dissipa a energia para o fazer, pois traz a reboque o desafio de estabelecer uma gestão multicampi orgânica eficiente, valorizando a autonomia no contexto de um sistema universitário integrado, tendo a disseminação do conhecimento com a capilaridade ao alcance do conjunto, ou seja, o todo trabalhando pela parte e a parte trabalhando pelo todo.

Nesse novo tempo não perderemos nossa missão de transformar nossa Universidade em referência para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, social e cultural da região de influência dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e de assumir o papel condutor do desenvolvimento sustentável desta vasta região, mas também incluir nessa mesma missão a nova dimensão geográfica com a inclusão do Norte e Noroeste de Minas Gerais.

A mudança de denominação da Universidade descortina uma janela de oportunidades, pois possibilita a reorganização administrativa da instituição, desde que, sendo a mudança de nome uma atribuição do Congresso Nacional a partir de um decreto presidencial, no bojo desse projeto devemos incluir uma nova composição de cargos e funções gratificadas inerentes a um organograma de academia no contexto dessa nova dimensão. Oportuno também para se buscar adensar algumas unidades acadêmicas e, sobretudo, incorporar novos servidores técnico-administrativo para bem estruturar a administração e as atividades acadêmicas da Universidade.

Esse novo nome, essa nova marca, pode e deve preservar a identidade mineira da Instituição e mesmo reforçar essa identidade, seja referenciando a macroregião onde se acha inserida, seja abraçando o nome de um personagem de expressão nacional e que identifica o território da Universidade.

Identificar a Universidade com a denominação de um personagem não deixa de ser atraente, pois seria a primeira Universidade Federal a adotar essa identificação, valorizando uma marca no âmbito do inusitado e da autenticidade.

Certamente que muitos personagens podem agregar valor a uma marca e um deles é, sem dúvidas, o substantivo próprio Juscelino Kubitschek. Ademais, configura-se uma homenagem ao estadista de visão desenvolvimentista e que, no seu tempo, impulsionou o ensino superior público do Brasil, sendo considerado, até os dias atuais, um dos mais notáveis homens públicos do País por encarnar a representação política republicana da história do Brasil e de Estadista que enxergou o país bem a frente do seu tempo e tendo marcado a sua existência com a ousadia e o discernimento dos sábios. Portanto, Universidade Federal Juscelino Kubitschek – UFJK – é uma proposta a ser considerada na perspectiva do interesse da mudança de nome da Instituição.

Certamente que manteremos a meta de implantar novos campi nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, conforme as diretrizes da expansão orgânica do sistema de IFES. Certamente que, a despeito da mudança de nome, não perderemos a nossa capacidade de articulação e nem a competência que estamos a construir. Importante é que o resultado do plebiscito não deixe ranços e rancores como legado, seja qual for a decisão, pois não seremos melhores do que nós próprios sem a força que emana do trabalho cooperativo e que faz frutificar idéias e saberes.

Oportunidades ora se apresentam e a sorte está lançada!

Pedro Angelo

2 comentários:

  1. Magnífico Reitor

    Lí, interessado sua mensagem via publicação("blog" Passadiço Virtual)publicação que muito tem estimulado e contribuido para o debate legítimo em Diamantina, região, alcançando outros rincões de Minas e possivelmente do Brasil.
    Fiquei emocioando ao conhecer a proposta de nome, Juscelino Kubitschek, pelo valor e imaginário a que me remete a sugestão. Assim como fiquei tb. impressionado pela sugestão de outro nome ilustre, da vertente, digamos 'cultural'. Me refiro a Guimarães Rosa. Indiscutivelmente, nome de peso e candidato seríssimo, caso realmente a UFJVM venha a mudar de nome. Poderiam até mesmo surgir outros, pois Diamantina e as regiões atingidas pelo excelente trabalho realizado por esta Universidade certamente reivindicarão outros potencialmente viáveis.
    Gostaria de fazer algumas considerações que julgo pertinentes a esse afã pela troca do nome, que torna(ou) a converssa muito interessante e esclarecedora.
    Um olhar atento para outras Universidades Mineiras e tb. brasileiras, bem mais antigas e com tradições, realizações e expansões consagradas por sua atuação na produção de conhecimentos, e, no entanto, apesar de grande abrangência territorial de suas atuações, mantiveram seua nomes originais, sem com isso perderem sua identidade ou outrsa facetas importantes de sua atuação, bem como seu reconhecimento. Para citar apenas 2 delas: UFMG, UFV. Outra existem, no entanto bastam essas duas para fundamentar a tese.
    Fica a pergunta, ainda, apesas de concordar com os argumentos lançados, que são evidentemente fortes e substanciais. Mas, diante da realidade ora exposta ou apenas relembrada fica a pergunta ainda sem resposta.
    Por que mudar?

    ResponderExcluir
  2. Interessante. Oportunidade me remete à oportunismo ou oportunista. Portanto, gostaria de saber as reais intenções do Magnífico Reitor.
    Ele escreve: A inclusão desses 2 novos territórios remete à possibilidade de mudança de nome. Eu pergunto: PARA QUÊ mudar? Em time que está ganhando não se mexe. FICA A DICA!

    ResponderExcluir