Autor: Antenor José Figueiró – antenor.figueiro@ig.com.br
Muitos acham que a política é um vício, é sangue que corre nas veias. Vejo-me como um inconformado com a lógica entre a política e a cultura. Não deixa de ser um mistério a ser decifrado, pois acredito que quanto mais culto o povo, mais politizado ele deveria ser.
Mas, a história de Diamantina nos mostra algo diferente. Tivemos já no período colonial Padre Rolim, que nessa terra se escondeu para fugir da forca que pôs fim à Inconfidência Mineira; Chica da Silva que é reverenciada apenas pelo lado pejorativo, sem levar em consideração a sua força política; Juscelino Kubsticheck que tanto fez e que tanto mais poderia ter feito por sua terra natal; o irreverente Padre Celso de Carvalho que manuseou serenamente religião, cultura e política; líderes políticos que vão se perdendo no firmamento.
Com essas e poucas outras exceções, a política em Diamantina até os dias de hoje tem sido voltada para o caráter pessoal. Ela só é feita no ano da eleição. Nunca houve e ainda não há a construção de um projeto para toda Diamantina (cidade, bairros, distritos e povoados) que suga meses de conversas, brigas, acertos e desacertos. A execução de um mandato não pode estar nas mãos de um único ser (o prefeito), ele não é Deus.
Quem não se lembra da frase – Iraval 88 – pichada em vários pontos estratégicos da cidade? Aquela frase significava a pressão para que Iraval candidatasse a prefeito em 1987, ele venceu a própria vaidade e se elegeu vice prefeito de João Antunes. A partir daí começou a mobilização para a sua candidatura em 1992. Saiu vitorioso junto com o vice Paulo Célio, ambos do mesmo partido (PMDB) e de quebra elegeram 07 dos 15 vereadores, 07 eram do PFL e 01 do PSD. Em poucos meses de governo 03 do PFL se transferiram para o PMDB. Naquele momento, Diamantina recebia um documento com nomes, assinaturas e endereços, um verdadeiro compromisso. Os desastres, dessa administração, deixo que os adversários políticos os exponham. Houve grandes ganhos, inúmeras conquistas. A lealdade de Iraval manchou seu nome político. Em 2003 com orgulho ferido, ele se lança numa candidatura pessoal, louvável, pois pretendia com isso limpar sua imagem, resgatar seu prestígio político. E dessa vez faltou a lealdade para com ele, para nessa nova empreitada ajudá-lo.
Perdeu nas urnas, mas enxergou sua força e seu prestígio de líder político.
Em 2008 o PSDB sendo a maior força de oposição, entra nas eleições desastrosamente dividido. Claro, sem um projeto, assumindo uma posição irracional (ciscando para fora). Na época lancei o desafio de uma chapa puro sangue, Paulo Célio e Mirelle, ambos do PSDB. Seriam eleitos e juntos elegeriam do seu partido no mínimo 05 dos 09 vereadores. Foi uma candidatura e uma derrota pessoal, o PSDB elegeu apenas 03 vereadores.
Hoje, 2011 o PSDB continua sendo a maior força de oposição e de novo sem tempo para diálogos, sem um projeto; desastrosamente parte para uma campanha pessoal. Sinto que a cultura e a política andam apoiadas em uma ciência exata, a matemática, os números bem analisados servem de guia: Paulo Célio em 2008 numa luta quase que sozinho obteve 10 000 votos, perdendo apenas por 600 e poucos votos, em 2010, Marcos Pestana eleito deputado obteve 7000 votos em Diamantina, tendo como coordenador da sua campanha política Paulo Célio: é uma liderança política. Eu pergunto: quanto de energia e dinheiro serão gastos para que a Mirelle alcance tal desempenho político? Há tempo para tudo isso? Diamantina precisa que baixe essa bandeira demagógica de que meu partido é Diamantina, que descarte a vaidade e exerça a humildade para esperar o final do mandato para sentir orgulho do dever cumprido. Hoje o PSDB com uma chapa puro sangue – Paulo Célio e Mirelle – seriam eleitos facilmente e levariam com certeza 06 vereadores do seu partido, sem divida política, um longo e próspero futuro sócio-econômico-cultural e político, o que a família Diamantina merece e carece.
Desperta Diamantina!
A pergunta que não quer calar caro amigo, será que eles se uniriam em prol de Diamantina? E por que teria que ser Paulo Célio prefeito? Por que a Professora Mirele de Vice? Não poderia ser ela de prefeita e ele de vicê? Afinal o Paulo ja tentou várias vezes e ela nenhuma! Ademais nos outros partidos não existem outros bons nomes, como o PSB com Liliana Antunes, o PTB com Fred Costa e o PP com Gustavo Botelho? Marcelo Marinho, Juscelino Rock, Antonio Edvaldo, Dra Zilmar, Dr Miguel Pontes? Não seriam todos esses citados capazes de se unirem a favor de Diamantina levantando a bandeira que JK pregou por essas terras? Acho que sua visão, com todo respeito é bastante "pessoal" e é evidente que cada pessoa tem a sua visão pessoal.
ResponderExcluirDanillo Castro
Diamantina/MG
Não conheço as particularidades de Diamantina quanto às especificidades colocadas no texto. Não conheço nenhum dos nomes citados. Deixo para os entendidos e entediados o panorama exposto.
ResponderExcluirNo entanto algumas considerações desejo fazer, contribuindo com o debate. Diamantina não escapa de nossa maldita herança patrimonialista-cartorial- estamental portuguesa, que entre nós assume o que chamamos de espectro político, dentre outras manifestaçoes a ela aparentadas.
De cabo a rabo desse nossso Brasil o quadro se repete, personalista e imerso em disputas pelo poder enquanto poder e hegemonia.
Merecíamos, como (quase) cidadãos brasileiros, desses mais de 5500(?) municípios existentes, salvas as poucas e honrosas exceções, algo mais substancial que o que se nos apresenta. É sempre o "mais do mesmo", ramerrão cansado e batido.
Precisamos é ser uma Federação de fato, com bases, incontestavelmente nos municípios, e bla´, blá, blá... E o que temos é isso aí por toda parte. Luta pelo poder baseado nesses arremedos de partidos políticos, verdadeiros feudos que se perpetuam ao longo do tempo, descompassados com os tempos que vivemos. Merecemos mais que isso! Queremos é Democracia de fato, Cultural, Econômica e todas as outras manifestações a que essa palavra nos remete. No entanto, tem sido apenas uma palavra saída do " pântano enganoso das bocas" (que me perdoe o poeta T. de Mello!) Nome pomposo, mas que não passa de arremedo da "polis' grega onde surgiu. O avesso da coisa.
Merecemos e queremos muito mais que isso!
Muitas águas passarão pelo Jequitinhonha, infelizmente, antes que alcancemos esse patamar!
Paulo Célio é o único político que conheço que teve pouco mais de 9 mil votos e deu quase 7 mil para Deputado Federal e Estadual cada. Mesmo assim, mesmo com esses faraônicos números, o Dr. Paulo não conseguiu indicar nenhum cargo do Governo Estadual em Diamantina SRE, IDENE, Regional de Saúde, COPAM/SUPRAM. Enfim, que espécie de político é esse que perde uma grande oportunidade dessas? Ao invéns de acorda Diamantina, que tal ACORDA PAULO CÉLIO?
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