segunda-feira, 26 de março de 2012

Votação para venda do Casarão dos Orlandi será hoje

Mensagem de: Hugo Leonardo Miranda Coelho  - Médico, poeta, apresentador do programa de rádio Atitude Cidadã – www.radiocidadedediamantina.com.br – e, antes de qualquer coisa, cidadão diamantinense (com muito orgulho!)

Gente diamantinense

(os que aqui nasceram, os que escolheram esta cidade para viver e todos que têm carinho e paixão por ela)

Nesta segunda-feira (amanhã) será votada, na Câmara Municipal de Diamantina (reunião que se inicia por volta das 17/18 horas), o projeto de lei que autoriza o prefeito Padre Gê (projeto de sua total responsabilidade) a vender o Casarão dos Orlandi, localizado na Praça Dr. Prado, antiga Cavalhada.

O Casarão dos Orlandi, adquirido pelo ex-prefeito Gustavo Botelho na gestão anterior, entendemos, é o lugar ideal para se erguer a “Escola de Artes de Diamantina”, o que, juntamente com o Espaço de Eventos lá já existente e o Teatro Santo Isabel (ambos também da gestão Gustavo Botelho), comporia com perfeição o complexo físico-cultural de Diamantina.

E qual a justificativa do prefeito atual e dos vereadores que lhe apoiam, para colocarem à venda o Casarão dos Orlandi? Respondem eles: com o dinheiro a ser levantado, construir uma escola regular no Bairro Cazuza (o que, em princípio, é uma iniciativa nobre). No entanto, também entendemos, esse dinheiro pode e deve ser buscado em fontes próprias dos governos estadual e federal, e não se justifica a venda de um bem público municipal tão precioso para a área cultural da cidade (e tão bem colocado, estrategicamente), especialmente em último ano de governo – sabendo-se ser esse um ano eleitoral (o que, na melhor das hipóteses, dá margem a uma série de especulações e/ou suspeitas).

Apenas para conhecimento de todos, e para comprovar uma das incoerências do atual mandatário de Diamantina (existem várias outras, de teor idêntico): encontra-se depositada desde 2009, na conta nº 00000040-8 da Caixa Econômica Federal, referente ao convênio federal nº 0.317.597-13/2009 , a quantia de R$ 196.400,00, destinada ao asfaltamento do Bairro Maria Orminda, na Palha. Passados mais de três anos de mandato, quantos centímetros de área pavimentada lá existem? Absolutamente nenhum!

Com o coração aflito (em meu nome e em nome das pessoas sensatas que militam na área cultual de Diamantina), peço a todos que me leem (e a quantos diamantinenses mais tomarem conhecimento deste e-mail – autorizo repassá-lo) que nos façamos presentes nesta segunda-feira, à reunião da Câmara Municipal. É preciso que os vereadores (pelo menos aqueles verdadeiramente comprometidos com seu real papel legislativo) vejam – cara a cara, olhos nos olhos – a nossa indignação, por mais uma atitude no mínimo privada de bom senso do Padre Gê e de sua turma de aliados-dependentes (a propósito, por onde anda neste momento a nossa digníssima secretária de cultura, Márcia Betânia, pessoa que a vida inteira sempre esteve envolvida com os movimentos culturais populares?; por onde anda a outrora aguerrida vereadora Goreti Canuto – hoje chefe de governo –, que em outros tempos sonhava ver uma Diamantina sempre à frente de quaisquer outras cidades deste país?).

Não nos esqueçamos nunca que a duras penas Diamantina conseguiu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, e que a nossa cultura foi peça chave para que chegássemos a esse título de tamanha expressão mundial (o músico Ivo Pereira da Silva, em 1990, foi o primeiro diamantinense a antever essa possibilidade, sabiam?; em breve o GIED, Grupo de Incentivo ao Escritor Diamantinense, comprovará essa afirmativa – Wander Conceição, pesquisador integralmente comprometido com a verdade histórica, está concluindo a redação de tão importante documento, e logo o publicaremos). Não podemos, pois, perder esse título: seria um desastre para nossa cidade, em todos os sentidos (que o digam, por exemplo, os hotéis, as pousadas, os restaurantes, as lojas, os taxistas, as pessoas empregadas ou contratadas para trabalhar nos finais de semana, entre outros). E se tivermos sempre música, teatro, dança, literatura, pintura, fotografia, artesanato etc etc etc fortes e de qualidade, com absoluta certeza a perda dessa honraria jamais acontecerá. É o que queremos, com a “Escola de Artes de Diamantina”.

7 comentários:

  1. Como cidadão, não sou contra a venda do casarão, mas gostaria de sugerir que a grana da venda fosse empregada na construção de um velório público municipal. As pessoas humildes dessa cidade nao estao podendo velar seu entes no antigo velório da Santa Casa. Quem nao tem condições de pagar um velório digno, acaba velando em casa.
    Quanto a escola do bairro Cazuza, muito bom, apoio totalmente, mas para isso tem verba federal e estadual aos montes sendo desviada pelos políticos corruptos. O bairro nao tem esgoto sanitário, posto de saúde, enfim, tem poucos eleitores e talvez quem sabe por isso ninguém, nenhum prefeito que ja passou olhou pelo bairro. Pobreza total, abandono total.
    É uma vergonha total barganhar em nome dos menos favorecidos!
    VITOR
    vitinbh24@yahoo.com

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  2. Como cidadão, não sou contra a venda do casarão, mas gostaria de sugerir que a grana da venda fosse empregada na construção de um velório público municipal. As pessoas humildes dessa cidade nao estao podendo velar seu entes no antigo velório da Santa Casa. Quem nao tem condições de pagar um velório digno, acaba velando em casa.
    Quanto a escola do bairro Cazuza, muito bom, apoio totalmente, mas para isso tem verba federal e estadual aos montes sendo desviada pelos políticos corruptos. O bairro nao tem esgoto sanitário, posto de saúde, enfim, tem poucos eleitores e talvez quem sabe por isso ninguém, nenhum prefeito que ja passou olhou pelo bairro. Pobreza total, abandono total.
    É uma vergonha total barganhar em nome dos menos favorecidos!
    VITOR
    vitinbh24@yahoo.com

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  3. Realmente precisa-se fazer um bom estudo de viabilidade e necessidade de uma escola lá no bairro Cazuza, será que tem número de alunos que demande uma escola lá, enquanto outras necessidades, como saneamento, asfaltamento, ficam em segundo, terceiro planos?

    João Antonio

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  4. Não sou Diamantinense mas escolhi esse cidade para morar. Educação e cultura não devem ser prioridades quando existe precariedade em serviços que afetam diretamente a saúde. O Bairro Cazuza precisa de esgoto, asfaltamento, favorecimento, assistência. Meu Deus! Está no olho do cego que aquele bairro está abandonado. Vendam o casarão e arrumem o bairro.

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  5. Qual a real necessidade de uma escola no bairro cazuza? ( votos??) qual a real na necessidade do bairro cazuza? saneamento? calçamento? cultura? lazer?
    E os jovens de Diamantina, e a população precisa de acesso a cultura, a lazer. O Casarão pode proporcionar isso.
    Porque não fazer menos festas e investir os recursos PUBLICOS em açoes no bairro cazuza?

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  6. Anônimo, a real necessidade de uma escola no bairro Cazuza, se dá ao fato de haver lá e em outros bairros da redondeza, crianças que se arriscam caminhando no acostamento da avenida, rumo às escolas mais próximas, por exemplo a do bairro Bela Vista. Saneamento e calçamento são de primeira necessidade, principalmente por se tratar de agaravantes à saúde. Quem gosta de poeira na porta de casa? Eu não gosto! Cultura e lazer é bom, todos gostam, mas os jovens de Diamantina primeiramente precisam de firmar na educação escolar. Portanto, me posiciono a favor da venda do casarão. Memórias devem ficar na cabeça, registradas em fatos históricos, livros, museus, etc. Um casarão é apenas um casarão. Para que alguns estão apelando para a memória dos Orlandi, usando o nome deles para que não vendam a casa? Vamos nos desprender de bens materias a favor do bem estar de um bairro que está necessitando de ajuda.

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  7. Muito louvável e sensato o comentário do Otávio. Quem está criticando tem a obrigação de oferecer uma alternativa. Será que é só por causa da memória dos Orlandi's que o casarão tem todo o valor?
    Chaga de blá-blá-blá!!!
    Chega de demagogia!
    Se os artistas fossem tão interessados Diamantina não teria somente a vesperata como a UNICA opção de fomento do turismo.

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