Texto: Ricardo Lopes Rocha
09/08/2011 Fomos na pedreira conferir a qualidade das pedras. Esta primeira é uma pedra meio esverdeada, duríssima, quartzito. Compare a espessura com aquela que postei há muito tempo, de um traço que fica lá no Largo Dom João: Um palmo de espessura - 20 cm.
Esse é o Sr. Rangel, no batidão, marcando um "traço", com a "embocadeira" que serve para ir trincando a pedra no local desejado para depois ir com um "marrão" de 5 ou de 10 quilos, para dar os choques maiores e fraturar na marca que foi feita. O serviço é bacana, tem muita lógica, apesar de ser muito pesado.
O mais bacana é que esse saber foi sendo construído aos poucos, com muita observação, por gente simples, mas de muita perseverança e força de trabalho.
Isso sem contar os detalhes da exploração, como achar as "veias" de pedras, furar para dar o "fogo" e outros jargões. O que passei a entender hoje é que a vida na pedreira é mais dura que a própria pedra. Sendo assim, se o produto tão duramente retirado não é valorizado por não ter procura, há que se encontrar outra solução para a sobrevivência e partem para explorar outros tipos de pedras.
É assim que os antigos macetes de extração e de confecção de traços e matacões foram sendo esquecidos e têm que ser resgatados aos pouquinhos. Imaginemos que há pelo menos trinta anos que não se tem demanda de "traços" para estes operários.
Logicamente caiu no esquecimento não existe jovem forte que saiba fazer esta arte tão bonita e que tanto serviu à nossa cidade. Esse é um dos principais resgates que queremos obter com nossa proposta. Se este saber passar para mais uma geração já haverá uma pequena vitória.
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