Fonte: Jornal O Tempo
Em 1969, "Memória de Helena" chegava aos cinemas marcando a estreia de David Neves (1938-1994) como diretor de longa-metragem. O filme do também crítico e roteirista carioca continha o cerne de sua camaradagem com outros nomes importantes da cinematografia nacional. O roteiro, por exemplo, é de Paulo Emílio Sales Gomes, referência do pensamento intelectual na época; no elenco, há presença marcante de Humberto Mauro, cineasta mineiro que serviu de base especialmente à turma do Cinema Novo, da qual David Neves fez parte.
Por muitos anos, "Memória de Helena" se tornou raridade, muito porque as cópias que restavam do filme estavam deterioradas. Graças a uma ação da Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro, na figura do restaurador Hernani Heffner, o filme de Neves passou por uma rigorosa recauchutagem técnica. Espectadores de Belo Horizonte poderão conferir o resultado - ou mesmo ter seu primeiro contato com essa obra referencial - na tarde de hoje, em sessão do projeto Curta Circuito, no Cine Humberto Mauro.
"A cópia que tínhamos disponível do ‘Memória de Helena’ estava completamente desbotada, assim como o negativo original", conta Heffner, que estará presente hoje na exibição para um bate-papo com o público. "O filme tem uma estratégia estética no uso das cores que foi muito importante. A restauração ajudou a preservar isso".
Rodado em Diamantina, o filme de David Neves trata de um casal - Rosa (Adriana Prieto) e Renato (Arduíno Colasanti) - que recorda suas ligações com a enigmática figura de Helena (Rosa Maria Penna), através de diários e filmes caseiros.
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