sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Um patrimônio da humanidade desdenhado

Não há como fugir da realidade. Os erros e omissões de hoje só ganham alguma compreensão quando se transformam em passado, imparcial fonte para boas e instigantes reflexões. Num futuro tão remoto quanto as mais antigas lembranças do presente, alguém ainda afeito ao já então desusado hábito da leitura, descobrirá que este Patrimônio Cultural da Humanidade foi desdenhado. Mas de onde vem uma divagação aparentemente tão sem propósito? Da memória e de contratos festivamente celebrados.

Há pouco mais de 10 anos, quando Diamantina obteve o honroso título da Unesco, que elevou a autoestima de sua gente a níveis nunca imaginados, uma outra conquista também foi alcançada. Menor que o reconhecimento mundial de sua cultura, mas velho anseio de uma cidade que caía no ostracismo na mesma medida em que tentava viver dos tempos áureos de outrora. Tratava-se da inclusão do Vale do Jequitinhonha na área mineira da Sudene. Ironicamente, a terra natal de JK havia ficado de fora do grande motor desenvolvimentista criado pelo notável estadista. Mas, no ocaso daquele órgão fomentador da industrialização de regiões muito pobres, Diamantina e todo o Vale do Jequitinhonha foram integrados aos seus benefícios. O que lhe proporcionou recursos de US$ 127 milhões do BID e igual contrapartida governamental do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (Prodetur NE II).

Pois bem... Grande parte desses recursos seria destinada ao asfaltamento da estrada Conceição de Mato Dentro-Serro-Milho Verde- São Gonçalo do Rio das Pedras-Diamantina, incorporando a já turisticamente evoluída Serra do Cipó a estas imensidões espetaculares da Serra do Espinhaço. Recentemente o trecho Serro-Milho Verde foi asfaltado e o de Conceição ao Serro recebeu recursos de R$ 10 milhões das mineradoras que operam naquela região. Quanto à ligação Milho Verde-São Gonçalo-Diamantina, já não se ouve falar nem de seu início. E o pior: neste longo período em que se sabia da existência de recursos garantidos para todos os trechos programados e contratados, Diamantina permaneceu tranquilamente na inércia, acreditando que tão grande melhoramento chegaria a qualquer momento. A prefeitura, a câmara, as instituições locais - ninguém se movimentou e nem mesmo procurou saber o que acontecia. Há poucos meses, uma comissão de moradores de São Gonçalo foi a Belo Horizonte cobrar providências do governo. Inacreditavelmente, o prefeito de Diamantina não compunha esse grupo de cidadãos interessados no progresso da região.

Continua na Voz de Diamantina Edição 574 11 de agosto de 2012

Confira nesta edição:

  • Caminhos de Minas
  • Campanha Sino do Mendanha
  • Diamantina Empreendedora

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