Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”
Poucas vezes eu senti tanta vergonha de uma instituição diamantinense. Sem sair de casa. Em frente ao computador. On line, como hoje se diz. Eu já tinha sido tomado por este sentimento algumas outras vezes. Mas em grau menor. Como me esquecer, por exemplo, do dia em que Lourival, o decano dos vereadores, em plenário e espalhafatosamente, pôs-se a repetir que “o bom já nasce pronto”, ao referir-se à sua pessoa? E não é que o vereador Marcos Fonseca proclamou ostensivamente que esta é a melhor câmara de Diamantina de todos os tempos?! E o que pensar da síndrome de perseguição de que foi acometido José Paulo em sua espinhosa e patética defesa do governo? Mas tudo isso e montes de baboseiras que nossos parlamentares levam ao ar semanalmente não se comparam, nem de longe, à ignominiosa conduta com que vários deles se desonraram a si mesmos, à insigne posição a que foram alçados e à cidade que nunca esperou deles nada mais que seriedade, dignidade, coerência.
Tudo se deu durante a última reunião da câmara, no dia 28 de maio, quando o vereador Cícero revelou a pressão que seu partido, o PC do B, tem feito para expulsá-lo de seus quadros. Segundo ele, os principais representantes daquela sigla não têm legitimidade para levar avante esta ação, uma vez que quase todos ocupam cargos de confiança do prefeito de Diamantina, contra quem a câmara de vereadores instituiu uma CPI baseada em graves denúncias de improbidade administrativa. Sentindo-se traído, ele não poupou adjetivos para desclassificar o partido e anunciar sua desmoralização em Diamantina a partir do momento em que passou a blindar e defender seu aliado prefeito dos muitos desvios de conduta de que tem sido acusado. Depois de acalorados apartes e críticas ácidas de alguns de seus pares, o indignado parlamentar parece ter ido ao âmago de um assunto até então intocado, como se não existisse, quando disse, sem nenhum subterfúgio, que a ele estava cabendo o papel que a oposição nunca teve coragem de desempenhar. Foi como tocar fogo num vespeiro. Com impostação de voz mais comumente usada em encenações, Marcos Fonseca, até então desconhecido como líder da oposição, fez ecoar pelo amplo salão da câmara seu repúdio àquela crítica direta e contundente. Mas já na defensiva, pois desde sempre e mesmo quando presidente daquela casa ele compunha a maioria que assinava junto com Cícero toda sorte de projetos de lei que o executivo lhes enviava.
Continua na Voz de Diamantina Edição 564 de 02 de junho de 2012
Confira nesta edição:
- Balaio de Pitacos
- Mais um reduto da gastronomia diamantinense
- A magnífica Festa do Divino de Diamantina
- Acid empossa nova diretoria
- Um momento de extrema diamantinidade
- A lamentável gestão de um prefeito lambão
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Infelizmente é esta a Câmara que temos. Seria melhor ver o espetáculo em plenário, tendo como protagonistas o Legislativo ao lado do povo votando e fiscalizando aquilo que traria dignidade a nossa gente Diamantinense. Mas o que vemos atualmente é o circo que se arma todas as segundas-feiras, conforme a narrativa lida no post. Mais uma vez deixo aqui neste espaço democrático a pergunta que se calará apenas no dia 7 de outubro: é esta Câmara que queremos para nos representar pelos próximos 4 anos? Reflitam...
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