Fonte: Estado de Minas – 164/06/2012
Cidade que pleiteia reconhecimento mundial pela Unesco, mas os patrimônio está doente. O segundo templo mais visitado, de São Francisco de Assis, está interditado
A primeira cidade e capital de Minas não consegue mais ocultar as chagas do seu patrimônio barroco. Muito menos curá-las. Igrejas de quase 300 anos, na sede e distritos, estão com rachaduras profundas para desespero dos fiéis, casarões correm risco de desabamento afugentando visitantes, o coreto da praça sofreu interdição e um ato de vandalismo destruiu uma luminária histórica bem diante da Catedral da Sé. Os problemas só deixam mais distante o tão sonhado título de Patrimônio da Humanidade, ainda não concedido pela Unesco a Mariana, que entrou com processo em 2007 reivindicando o reconhecimento mundial dado em Minas a Ouro Preto, Diamantina e ao Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. A dimensão dos estragos na cidade pode ser mensurada: o departamento de Patrimônio da Prefeitura estima que 90% dos 25 templos católicos históricos sofrem algum tipo de ameaça.
Para piorar, o município esteve prestes a devolver, este mês, cerca de R$ 3 milhões referentes a recursos do antigo Programa Monumenta, administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Ministério da Cultura, por falta de prestação de contas e projetos não executados no período de 2004 a 2010. O caso está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e o dinheiro daria, conforme especialistas, para salvar pelo menos duas igrejas dos tempos coloniais e ícones das Gerais.
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