Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”
Não por acaso, Joaquim Felício comparou o Itambé ao farol granítico dos viajantes, centro de um círculo de sessenta léguas de diâmetro, que podiam revolver sem receio de se extraviarem. O autor do essencial livro Memórias do Distrito Diamantino se referia ao cocuruto da Serra do Espinhaço, cordilheira dorsal das Minas e das Gerais. A razão que motivou o célebre historiador a registrar a saga dos que nestas montanhas viveram e de suas grupiaras e aluviões souberam retirar tantas riquezas talvez seja a mesma de quantos por aqui passaram, de Saint-Hilaire à legião de viajores que em todos os tempos se sentem encantados com tão bonitos rincões e com a hospitalidade de sua gente.
Já nós, moradores da região, gozamos do privilégio de saber que a amplidão diametral de léguas de que fala o escritor pode não apenas ser revolvida sem nos extraviarmos, como ainda nos revelar belezas naturais que não parecem findar por mais que as palmilhemos e penetremos. E, assim como os viajantes de outrora, nos deliciamos também com os nossos próprios costumes, festas, comidas, tradições e crendices que se entrelaçam como sinais de nascença que nos acompanham desde sempre.
Em meio a estas divagações, eu rememorava o fim de semana que passei em São Gonçalo do Rio das Pedras. Que mágica atração guarda esse pequeno, bucólico e bem preservado distrito do Serro? Com que espécie de visgo as ruas tortuosas e aladeiradas, as casas em desalinho e o córrego de águas negras que corta o povoado aprisionam seus visitantes? E que papos e inconfidências seu povo simples e comunicativo entabula com as pessoas, cativando-as, fazendo com que se sintam também do lugar, como se de lá nunca se tivessem apartado?
Não há como explicar estados de espírito. Apenas direi que o 3º Festival de Tira-Gosto de Tira em Tira de São Gonçalo do Rio das Pedras foi tão bom ou melhor do que os anteriores. De 18 de maio a 02 de junho, quase uma dezena de botecos ofereceu uma variedade de pratos, de temperos e de tentações gastronômicas muito supimpas aos visitantes que lotaram pousadas, casas de aluguel e moradas de amigos. E o que dizer dos músicos que alegravam os ambientes dos bares participantes? Na noite do sábado, durante a Saideira, nem a chuvinha que começou a cair diminuiu a animação do grande público que encheu as áreas internas e externas do centro comunitário. Em meio às bancas que serviam todos os pratos do evento e à espera da afinação do Becudus do Mota,
Continua na Voz de Diamantina Edição 565 de 09 de junho de 2012
Confira nesta edição:
- Balaio de pitacos
- Incompetência ou descaso
- Pequenas cidades se unem para acabar com os lixões
- Rumo ao interior
- Salpicando amenidades diamantinenses
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