quinta-feira, 27 de junho de 2013

Estão abertas as inscrições para o Festival de Inverno da UFMG 2013

Fonte: UFVJM

Está no ar a página da 45ª edição do Festival de Inverno da UFMG, que terá por tema “O Bem Comum”. O evento, em parceria com a UFVJM e a Prefeitura de Diamantina, acontecerá de 21 a 28 de julho. Na página do Festival, é possível consultar a programação e fazer inscrições para as atividades.

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Santa Casa de Diamantina em constante melhoria: recrutamento e seleção de colaboradores

clip_image002A Santa Casa de Caridade Diamantina tem investido na melhoria de seus processos de trabalho, por isso vem sofisticando todos os mecanismos utilizados na instituição. Prova disso é a criação do Departamento de Recursos Humanos (DRH). O referido setor foi criado desde a visita de auditores do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), ocasião em que realizaram auditoria e percorreram todos os setores da Santa Casa avaliando os critérios estabelecidos pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Em decorrência da avaliação feita, originou-se um diagnóstico onde foi apontada a necessidade de um setor que cuidasse de questões que dizem respeito ao colaborador.

Assim o DRH responsabiliza-se pelo Recrutamento e Seleção de Candidatos através de Processo Seletivo, para tanto o setor divulga as vagas em aberto em diversos meios de comunicação, com o objetivo de que a informação esteja ao alcance de todos. Divulgadas as vagas iniciam-se as inscrições, seguido de outras quatro etapas, que são: análise de currículo, prova escrita (onde avalia-se questões específicas inerentes ao cargo ao qual se está concorrendo a vaga e questões que dizem respeito a Santa Casa de Caridade de Diamantina), avaliação psicológica e, por fim, entrevista.

O DRH implantou ainda nesta instituição a política de Treinamento e Desenvolvimento, que tem por objetivo a capacitação constante de nossos colaboradores, tais atividades educativas visam o desenvolvimento da competência técnica para o cuidar, bem como o fomento de profissionais mais críticos diante das necessidades bio-psico-social do nosso cliente, mantendo a equipe informada e bem preparada para o dia a dia.

Atualmente todos os setores da instituição realizam semestralmente um levantamento de Necessidades de Treinamento, e a partir daí, constituem o cronograma mensal com temas que os colaboradores deverão ser treinados. Todos os treinamentos tem sua avaliação e seu gerenciamento realizado pelo DRH.

A Santa Casa de Caridade de Diamantina vem trabalhando ciente de que o grande diferencial na prestação da assistência reside, tão somente, no potencial do capital humano. Por isso, cada vez mais vem fortalecendo sua Gestão de Pessoas, na busca constante de uma prestação de serviço com qualidade.

Liliany Carvalho - Psicóloga

terça-feira, 25 de junho de 2013

“Hora dos anjos” no Teatro Santa Izabel

"Ad Libitum"é uma palavra do Latim, que a tradução fala do sentido de liberdade ou livremente. Este é o nome do grupo musical dirigido por Camila Gomes Pereira, do Conservatorio Celm que apresentará no Teatro Santa Izabel. O espetáculo tem no repertório músicas do compositor Barroco Vivaldi. O grupo é composto por 18 músicos, no qual são utilizados os seguintes instrumentos: Flauta doce, Contralto, Tenor, Baixo, Sopranino, Transversal, Violoncelo, Contrabaixo e Piano. O espetáculo "Hora do Anjo" nos traz música e intérpretes da melhor qualidade.

INGRESSOS: R$15,00
Local de Venda:
Canastra Diamantina e Teatro Santa Izabel.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

Vídeo registra manifestações em Diamantina

Uma apresentação das manifestações que vem acontecendo em Diamantina.

Uma maneira de chamar a atenção dos moradores de Diamantina e acordá-los para o que está acontecendo no Brasil, não é brincadeira galera! #VemPraRua, se você que está assistindo não faz parte do movimento não fique parado!

Fonte das fotos: https://www.facebook.com/DiamantinaNa...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Dea Trancoso no Bar Meio Tom

Clique aqui para conhecer um pouco mais da artista.

Diamantina recebe vídeos do 14º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte

 

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O Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte é uma produção da Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes – que propõe uma itinerância por cidades de Minas Gerais.

Diamantina estará recebendo a programação nos dias 21, 22 e 23 de junho próximos, no Teatro Santa Izabel, com a produção local do Instituto de Arte de Cultura de Diamantina – DIARTE.

O acesso às projeções será GRATUITO e as senhas deverão ser retiradas no próprio Teatro, 30 minutos antes das sessões.

 

PROGRAMAÇÃO:

Dia 21/06/2013 –

1ª. Sessão : PREMIADOS - BRASIL - 04 Curtas com 80 min de projeção – Início: 19hs.

2ª. Sessão: PREMIADOS - INTERNACIONAL – 03 Curtas com 92 min de projeção – Início: 21hs.

Dia 22/06/2013 –

1ª. Sessão: JUVENTUDE - I – 05 Curtas com 78min de projeção – Início: 17hs.

2ª. Sessão: JUVENTUDE – II – 05 Curtas com 71 min de projeção – Início: 19hs.

Dia 23/06/2013 –

1ª. Sessão: INFANTIL – 06 Curtas com 58 min de projeção – Início: 16hs.

2ª. Sessão: Reprise INFANTIL – 06 Curtas com 58 min de projeção: 17:30hs.

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Capa (16)

A história de Diamantina sempre foi interligada à filantropia. Não apenas ao sentido estrito desse vocábulo, mas ao caráter profundamente humanitário que a caridade e a misericórdia lhe infundiram. Não por acaso, a Santa Casa é a mais antiga instituição da cidade, anterior mesmo à sua elevação a município. No rastro dessa entidade que completou recentemente 223 anos de bons serviços prestados à saúde de Diamantina e da região, algumas de nossas outras obras assistenciais já ultrapassaram um século de existência.

Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 619, 22 de junho de 2013

Assinatura da Voz de Diamantina

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Cultura indiana é tema de evento gratuito em Diamantina

Indiana

Fonte: O Tempo

A Sociedade Sahaja Yoga do Brasil -  Vishwa Nirmala Dharma –, que completa 25 anos de atividades em terras brasileiras, apresenta em Contagem e Diamantina o espetáculo de dança, música clássica indiana e meditação, Music of Joy. Em Contagem será no  Teatro do Centro Cultural de Contagem (Casa Azul),  na Rua Dr. Cassiano, 102 – Centro, nesta sexta-feira, dia 21 de junho às 19h; e em Diamantina, será no  Auditório da Universidade UFVJM – Campus 1, no sábado, dia 22, às  19h30.

Apresentado sempre nos países em que a Sahaja Yoga está presente, com artistas locais e internacionais, o Music of Joy JOY é uma oportunidade para que o grande público conheça aspectos importantes da cultura indiana através da dança, música e meditação.

O espetáculo terá a apresentação do grupo Balachandra e da bailarina clássica no estilo Kuchipudi, Pak Boonyakiat acompanhada da narradora Rosangela Neder.

A programação tem o objetivo principal de proporcionar aos expectadores, momentos de alegria, equilíbrio, serenidade e bem estar, sobretudo através da apreciação das músicas, que na Índia são consideradas como preces ou orações. A Raga (estrutura de melodia) e Tala (estrutura de ritmo) são as duas características marcantes da música clássica indiana, que são responsáveis por levar o público a um estado de total sintonia com os músicos.

A diversidade de tradições indianas deu origem também a uma grande variedade de instrumentos musicais, destacando-se os tambores na percussão: o dholak - tambor com dupla face e a tabla – instrumento dividido em dois tambores.

Na dança, será apresentado o Kuchipudi – estilo clássico, surgido no sul da Índia há séculos e cuja agilidade e vivacidade encanta e educa, pois os valores da sociedade e episódios das escrituras sagradas são repassados através dela de forma lúdica, resultando em êxtase divino e em muita alegria.

Durante a apresentação do evento, o público é contextualizado com explicações a respeito da dança, dos estilos musicais, suas origens e significado na cultura indiana. E aqueles que desejarem, poderão praticar a meditação, aprendendo alguns procedimentos e orientações para a prática diária em casa e também para refinar a percepção, de forma a proporcionar plena apreciação do espetáculo.

Serviço

MUSIC OF JOY

ENTRADA GRATUITA

Teatro do Centro Cultural ( Casa Azul) – Rua Dr. Cassiano 130  Centro – CONTAGEM

22/06/13 – sábado 19h

ENTRADA GRATUITA    

Auditório da Universidade UFVJM – Campus 1 – DIAMANTINA

Divulgada a programação do Festival de Inverno da UFMG 2013

 

Clique aqui para acessar o blog e conferir a programação.

Diamantina também acordou

Clique aqui para ver estas e outras fotos.

terça-feira, 18 de junho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Salvem os Sapos! em Santo Antônio do Itambé

Em sua 4ª edição no Brasil, o projeto "Salvem os Sapos!" amplia seus horizontes e chega a mais cinco municípios. Mais de 100 alunos da rede pública de ensino estiveram presentes nas atividades do "Salvem os Sapos!" em Santo Antônio do Itambé, Minas Gerais, e aprenderam um pouco mais sobre sapos, rãs e pererecas: esclareceram suas dúvidas, descobriram cores, formas e sons, e ainda desvendaram fatos e mitos sobre os anfíbios.

Serra do Espinhaço, Minas Gerais, Brasil.
Imagens e edição: Michel Becheleni / Instituto Biotrópicos
Música: Perereca-de-pijama do Músicas do Espinhaço (
www.musicasdoespinhaco.com.br)
Realização: Instituto Biotrópicos
Apoio:
Fundo de Conservação de Espécies The Mohamed bin Zayed
Parque Estadual Pico do Itambé
IEF - Instituto Estadual de Florestas

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Eletricista em Araçuai quer editar lista telefônica com mil apelidos da cidade

Publicado no Blog do Banu (clique aqui)

Em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG), muita gente se conhece  pelo apelido.

Há os mais famosos, conhecidos de todos , como Breado, Zé da Venda, Bacalhau, Zé Querosene,  Lorim , Careca, Xapeta, Pequi, Zé Codorna, Trindade,  Bocão, Lorica, Kêra, Santa de Loquinha, dona Iaiá, Bola 7, Pernambuco, Tirock, entre tantos  outros.

“Deveria ter uma lista telefônica com os apelidos. Tem muita gente que não sabe o nome verdadeiro das pessoas aqui na cidade”, defende o eletricista  Aguinaldo Silva. Quem? O Naka. “Se perguntar por Aguinaldo Silva, ninguém sabe quem é”, diz ele, que ao longo de uma década, catalogou mil apelidos em  Araçuai, que também tem o seu:  A cidade é conhecida como " Kiau. Antes era Mirréis Véi", lembra Naka.

O costume é uma das marcas da cidade, e não gera intriga para ninguém. A origem pode ser a personalidade, uma característica física chamativa, um sobrenome diferente, uma história de infância ou, simplesmente, uma brincadeira sem explicação. E, se o apelido pegar mesmo, o nome verdadeiro pode virar história, conta Naka, que além do apelido, tem sempre uma história para contar sobre seu dono.


De pai pra filho

Em Araçuai, os apelidos muitas vezes  estão ligados à família ou a profissão, como os “ Periquitos”, Os Mané Véi, os Barriga Suja, os Pá Bosta, os Baú, os Batatinha, os Mastiga, os Quebra-Vara,  entre outros.

Para Naka, não adianta se aborrecer com os apelidos recebidos porque senão, a emenda fica pior que o soneto.

Para algumas pessoas, o costume poderia ganhar um espaço de homenagem em Araçuai, funcionar até como atrativo turístico.

Naka  conta que está tentando apoio para o projeto de edição de um livro com os apelidos e  fotos dos donos e sua respectiva história. “A cidade tem essa essência  da cultura da gozação, da malandragem sadia . Gostaria  de  transformar isso  em produto cultural”, conta. “ Mas o município não tem nenhum projeto oficial que garanta ao menos a catalogação do apelidos”. lamenta o eletricista

Uma grande emissora de TV nacional já se mostrou interessada em realizar uma matéria sobre o assunto. " A produção do programa já entrou em contato comigo. Estou animado", diz Naka. " Talvez assim, alguém se interesse pela edição do livro", espera o eletricista. Ele merece.

Fonte: Gazeta de Araçuaí

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Capa (15)Na noite do último domingo, nove de junho, era realizada a sessão magna em comemoração aos 122 anos de existência da União Operária Beneficente de Diamantina. Fiéis ao ritual praticado há mais de um século, as cerimônias de aniversário de fundação tiveram início na tarde de sábado com uma caminhada da sede da instituição até o Cemitério da Saudade, onde foi prestada homenagem aos sócios já falecidos; na virada da noite, alvorada festiva com queima de fogos de artifício no Alto da Grupiara; na manhã de domingo, missa em ação de graças celebrada na sede da entidade; e, a partir das 20h, encerramento das solenidades abrilhantadas pela Banda de Música do 3º Batalhão, cujo último número executado foi o Hino da União Operária, seguido de discurso do orador oficialmente escolhido para a ocasião e congraçamento final. Não pude participar de toda a festividade da centenária associação, mas ainda ouvi os acordes da banda e a excelente oração proferida pelo historiador Wander Conceição.

Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 618, 15 de junho de 2013

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Processo seletivo na Santa Casa de Caridade de Diamantina

Está aberto Processo Seletivo para classificação de Auxiliar de Higienização e Auxiliar de Lavanderia na Santa Casa de Caridade de Diamantina, o edital pode ser acessado através do site www.santacasadediamantina.com.br ou na própria instituição. As inscrições vão até o dia 14 de junho/2013.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Sociedade União Operária Beneficente de Diamantina comemora aniversário

Leia abaixo o discurso de Wander Conceição durante a solenidade de comemoração do 122º aniversário da Sociedade União Operária Beneficente de Diamantina.

IMG_4534Iniciada no ano de 1993, pelo então superintendente da Fundação Cultural e Artística de Diamantina, o músico Ivo Pereira da Silva, a caminhada para levar Diamantina a ser reconhecida pela UNESCO como “Patrimônio Cultural da Humanidade” atingiria seu objetivo no dia 01 de dezembro de 1999, depois de intenso trabalho realizado por um grupo enorme de pessoas que se foram engajando na campanha. Durante esse processo, dentre várias situações identificadas pelo Monsenhor Walter Almeida, e referendadas pela Comissão por Diamantina Patrimônio da Humanidade, três elementos foram evidenciados como altamente relevantes para justificar a candidatura de Diamantina, em razão de seus aspectos de elevada singularidade. Foram eles essenciais para a composição do conjunto de justificativas reunidas no Ensaio Histórico-Estratégico, escrito pelo professor Antônio Carlos Fernandes, de saudosa memória, então chefe do Departamento de História, da extinta Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina. O referido ensaio foi repassado ao IPHAN, como indicativo para formatação do dossiê a ser construído e enviado à UNESCO, sobre cujo teor, seria avaliada a candidatura da cidade ao título mundial. Nesse ensaio estratégico constavam, dentre outros elementos constitutivos de sua proposição, a arquitetura barroca de Diamantina, sua musicalidade e sua historiografia, como principais elementos singulares, que deveriam ser preservados e salvaguardados, para conhecimento das gerações futuras.

Quando, no ano passado, a União Operária Beneficente de Diamantina se propôs a fazer uma restauração de tamanho porte, nesta sede que hoje, totalmente restaurada, está sendo oficialmente reintegrada ao conjunto arquitetônico barroco estabelecido na região central da cidade, esta instituição centenária caminhou, com extrema competência, em sintonia com o que há de mais sensato e coerente com a condição de Patrimônio do Mundo, que Diamantina, orgulhosamente, ostenta.

A primeira ação efetiva para salvaguardar as edificações dos séculos XVIII e XIX de Diamantina aconteceu por intermédio de Juscelino Kubitschek de Oliveira. Sendo o braço direito do governador Benedito Valadares, o jovem deputado federal agiu junto ao governo do estado para conseguir reunir sobras orçamentárias, distribuídas por diversas diretorias, e transferi-las para sua cidade natal, gradativamente, com o propósito de retirar Diamantina da letargia, da desesperança e da falta de perspectiva em que a cidade se encontrava no início da década de 1930.

O problema mais urgente que sufocava Diamantina era seu isolamento dos municípios circunvizinhos, visto que, além da estrada de ferro que fazia sua ligação com Belo Horizonte, os caminhos de conexão com suas áreas distritais e as demais regiões do estado de Minas Gerais eram apenas trilhas abertas nas montanhas, compostas de vários trechos de difícil mobilidade, em terreno pedregoso e irregular. Por meio das verbas que Juscelino Kubitschek conseguiu junto ao governo do estado foi possível abrirem-se estradas da sede para todos os seus distritos, para as saídas regionais nas direções norte e sul, e construírem-se as pontes essenciais. O passo seguinte foi a revitalização do sistema de energia elétrica que abastecia Diamantina, até então, fornecida pela usina de Santa Maria, estabelecida no distrito de Extração, em situação já obsoleta e insuficiente para abastecer a cidade, cujos bairros periféricos se expandiam. Juscelino Kubitschek intermediou o processo de modernização da Sociedade Industrial Hulha Branca que, estabelecida na barragem do rio Paraúna no então distrito de Gouveia, passou a fornecer a energia para Diamantina, com capacidade extremamente superior à da usina anterior. Essa ação impulsionou o desenvolvimento do comércio, ao possibilitar a fixação de pequenas empresas na cidade, além de ter criado condições para a chegada da luz elétrica em bairros periféricos, mais carentes.

Contudo, se por um lado a cidade passou a respirar de forma menos sufocada, por outro, as novas edificações características do século XX começaram a invadir o espaço secularmente preenchido por sobrados e casarões antigos. Ao perceber que o conjunto arquitetônico barroco edificado em Diamantina poderia desaparecer, frente às novas construções modernas que avançavam de forma avassaladora sobre a cidade, Juscelino Kubitschek utilizou de seu prestígio junto às instituições federais e recorreu a Rodrigo Mello Franco de Andrade, então diretor geral do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – SPHAN. Conseguiu que o conjunto urbano de Diamantina fosse tombado pelo referido órgão, em 16 de maio de 1938. “Estava salva a cidade. Já ninguém poderia construir em seu perímetro, sem projeto aprovado naquele Serviço Federal”.

Salvaguardada, naquele momento, a arquitetura construída no centro histórico, esse conjunto arquitetônico singular pôde ser apresentado à UNESCO seis décadas depois, como justificativa forte para que Diamantina se tornasse Patrimônio Cultural do mundo. Em um terreno montanhoso, árido, estéril, pedregoso, irregular, no mais longínquo do ocidente, reproduziu-se uma arquitetura em consonância com aquilo que de mais moderno se edificava na Europa. Esse fenômeno teria que ser preservado a todo custo, para conhecimento das novas gerações.

O esforço gigantesco que foi despendido para esta restauração da sede da União Operária está, pois, em perfeita sintonia com o raciocínio exposto. As luzes que emanam desta Casa hoje estão oferecendo brilho ainda maior a um conjunto arquitetônico extraordinário; estão contribuindo de forma notável para a preservação de um acervo preponderantemente barroco, riquíssimo, de rara beleza, enaltecido, mundo afora, por pesquisadores, cientistas, arquitetos, escritores e poetas. A título de ilustração, observe-se a resposta do arquiteto Lúcio Costa, autor do projeto do Plano Piloto de Brasília, ao ser questionado, por sua filha, onde havia adquirido a síntese entre tradição e modernidade reproduzida em seus projetos arquitetônicos, traço tão característico de sua produção artística. Respondeu o arquiteto: “A primeira coisa, a coisa básica foi o encontro com Diamantina, em 1924. Era aquela beleza sem esforço”. Portanto, uma contribuição de grande vulto para a recomposição desta “beleza” natural, mundialmente festejada, está acontecendo hoje, ao ser devolvido, oficialmente, à comunidade diamantinense, o prédio da sede da União Operária Beneficente de Diamantina, todo restaurado.

Quanto ao quesito musicalidade, que também foi um dos pilares da referida justificativa apresentada à UNESCO, identificado como o elemento cultural de origem européia mais expressivo, que se fixou e se perpetuou em Minas Gerais, a União Operária, ao longo de sua existência, ofereceu grande contribuição igualmente.

Conforme publicações do musicólogo alemão, Francisco Curt Lange, os compositores mineiros do século XVIII ultrapassaram, em quantidade e qualidade, as composições dos músicos portugueses, e muitas de suas obras compostas em Minas Gerais são comparadas às composições de grandes mestres europeus de seu tempo. No entorno da liturgia da Igreja Católica, disseminada no território mineiro por intermédio do número elevado de associações religiosas multiplicadas na capitania, desenvolveu-se um ambiente musical poderoso e altamente qualificado, pois havia ouro e diamantes o bastante para se pagarem os músicos, que se mantiveram na condição de estritamente profissionais, sem a necessidade de se apegarem a outro ofício, para garantirem sua sobrevivência.

Sobre esse movimento musical mineiro do século XVIII, que também teria que ser preservado para conhecimento das gerações vindouras, Francisco Curt Lange afirmou que foi um fenômeno artístico sem precedentes na formação de todo o continente americano, e registrou a seguinte observação:

“Minas Gerais, como nova região brasileira, descoberta e levada durante cem anos a um fantástico desenvolvimento, logrou a maior concentração humana durante o período colonial, possuiu o maior número de objetos de arte jamais visto anteriormente, e teve uma grei, jamais igualada nas Américas, de professores da arte da música.

O profissionalismo musical em Minas Gerais é um capítulo tão honroso da História da Música no Brasil, que se pode insistir em sua inegável superioridade sobre a música que se exercia na Corte e na Bahia, tanto em intensidade, como em curiosidade por obras contemporâneas européias”.

Em conseqüência direta do colapso porque passou a mineração em Minas Gerais ao final do século XVIII, o lugar social do músico diamantinense deixou de ser as corporações voltadas para o culto religioso e passou a ser o interior das Bandas de Música no século XIX, as quais mantiveram a tradição musical mineira, possibilitando sua perpetuação até os dias atuais. Foi nesse contexto que a União Operária abrigou ninguém menos que Antônio Ephygênio de Souza, que se tornou conhecido em Diamantina como maestro Paraguay, em função de sua participação na guerra verificada entre o Brasil e aquele país, onde o músico serviu no 23º Corpo de Voluntários. A qualidade reproduzida em suas composições musicais marcou seu nome junto ao de João Baptista de Macedo, o grande maestro Piruruca, como os dois maiores expoentes do ambiente musical diamantinense no século XIX.

Radicado em Diamantina ao final da Guerra do Paraguai, Antônio Ephygênio de Souza tornou-se membro participativo de várias entidades de classe na cidade, dentre as quais, foi vice-presidente da União Operária. Como grande contribuição para esta instituição, compôs o seu hino, orgulhosamente tocado em suas sessões oficiais. Nos primeiros tempos, pela Banda Corinho.

Essa tradição musical diamantinense foi perpetuada no seio da União Operária, desde a sua fundação. Nos eventos de maior expressividade ocorridos nesta Casa, primava-se sempre pela manutenção do canto executado pelas senhoras e senhoritas, posicionadas nas sacadas e janelas deste sobrado. Com o desaparecimento das bandas civis, ocorrido nos primeiros decênios do século XX, assumiu a perpetuidade dessa cultura dentro da União Operária, a notável Banda de Música do 3º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, coincidentemente fundada em 1891, portanto, com a mesma idade desta nobre instituição operária. De tempos a esta parte, as sessões oficiais têm recebido, por vezes, a honrosa contribuição da Banda Mirim Prefeito Antônio de Carvalho Cruz. Acrescente-se a essas informações que a União Operária chegou a montar sua banda de música própria, durante a década de 1940, cujo projeto não foi adiante, em decorrência das grandes necessidades financeiras para se manter em atividade uma corporação desse gênero.

Não bastassem as singularidades até aqui apresentadas – que, observe-se bem, têm que ser preservadas para conhecimento das futuras gerações –, a União Operária construiu uma história invejável, digna dos mais efusivos louvores, pelos capítulos singulares de superação, que foram escritos a partir deste magno salão. Afirmou Dom José Newton de Almeida Baptista, 3º arcebispo de Diamantina e edificador da Arquidiocese de Brasília, que “a história se faz através da acumulação penosa de experiências valorizadas, e não como um salto no escuro, mediante decisão desvinculada do passado”. Portanto, a fundação da União Operária não aconteceu isolada dos problemas gravíssimos que assolavam a população de Diamantina ao final do século XIX. Ela nasceu num momento da busca pela organização da classe operária no Brasil, no início da República Velha, momento em que uma massa de seres humanos acabara de ser jogada às ruas, sem perspectivas de trabalho e de renda. Eram escravos libertos do cativeiro, em sua maioria esmagadora, analfabetos e sem o mínimo de amparo social, mas que agora teriam que sobreviver em meio aos leões, empunhando apenas armas rudimentares. A busca pela organização da classe operária era, entretanto, somente uma tentativa, ainda muito acanhada, de se tentar combater uma das páginas de crueldade mais desprezíveis da história da humanidade.

A motivação para a fundação da Sociedade União Operária Beneficente de Diamantina foi detalhadamente relatada, para os operários e representantes das mais variadas classes da sociedade diamantinense, desta mesma tribuna em que hoje recebi a honra e o privilégio de utilizar, por Juscelino Kubitschek de Oliveira, na noite de 1º de junho de 1944, quando o então prefeito de Belo Horizonte foi o orador oficial, durante as comemorações do 53º aniversário desta Casa. Relatou Juscelino Kubitschek em seu pronunciamento a seguinte passagem:

“Nesta cidade, numa noite longínqua de 1891, há mais de meio século passado, descia as escadas de uma residência em festa, sob o peso da humilhação, um operário que a sociedade repudiara, julgando-o de acordo com os cânones da época, indigno de ali penetrar.

À porta, encontra quatro conterrâneos, aos quais expõe a afronta aviltante que recebera. Os quatro se reúnem a mais cinco, que tangidos pelas virtudes profundas e fundamentais do caráter de nossa gente, fundam esta Sociedade, que doravante resguardaria de qualquer agressão, leais e devotados diamantinenses, sob cujos músculos, repousavam a energia construtiva de nossa cidade”.

Relatava Juscelino Kubitschek um fato passado, havia 53 anos. Contudo, muito provavelmente, ainda não soubesse ele que, há menos de três meses antes daquele seu relato, exatamente no dia 19 de março de 1944, havia sido fundado em Diamantina o Clube União Democrata, a partir de outra afronta social, também aviltante. A condição primordial para se fazer parte do quadro de sócios do Clube Acayaca era a comprovação de uma situação financeira exuberante. Não obstante um senhor negro possuir essa condição primordial, em decorrência de sua desenvoltura para atuar como diamantário na cidade; não obstante seu caráter íntegro, sua família digna, filhos com excelente grau de estudo, sua proposta para fazer parte do quadro social do Clube Acayaca foi negada, porque aquele senhor carregava o peso de ter nascido no seio de uma família negra. Essa foi a motivação extremada que levou um grupo de diamantinenses indignados a fundar o Clube União Democrata, impulsionados pela mesma sensação de desprezo social porque haviam passado aqueles homens que fundaram a União Operária.

Para se compreender porque tantas ações como essas se realizaram em Diamantina com tamanha freqüência, desde sua fundação, perpetuando-se continuadamente pelos séculos seguintes, há que se recorrer à historiografia da formação política e social do Arraial do Tijuco e seu desdobramento em direção aos dias presentes. Inclusive, só, e somente só, por intermédio desse conhecimento, se poderá compreender o ambiente social, político e econômico que envolvia Diamantina em 1891, motivador de arbitrariedades indecorosas, similares àquela relatada por Juscelino Kubitschek, que motivou a fundação da União Operária.

Já na implantação do poder administrativo público no Arraial do Tijuco, toda sua estrutura foi estrategicamente forjada para dar suporte e alimentar os interesses particulares de uma minoria privilegiada. A historiadora Júnia Ferreira Furtado, ao estudar vasta documentação para interpretar, com metodologia científica, o famoso Regimento Diamantino, mais conhecido pelo codinome de “Livro da Capa Verde”, esclareceu que os indivíduos pertencentes à classe dominadora se aproveitavam das rivalidades entre os intendentes e os governadores, posicionando-se a favor da situação mais confortável para consolidação de seus interesses pessoais, usufruindo do poder daquelas autoridades, com o objetivo exclusivo de defender e alimentar suas fortunas e proteger seus apadrinhados. Em conseqüência disso, a população do Tijuco foi dividida de maneira muito nítida. De um lado, uma classe dominante diminuta, encastelada em duas instâncias rivais de poder, cada qual preocupada apenas em satisfazer suas conveniências, num sistema político, econômico e social perverso, em que as regras eram ditadas pelo contrabando dos diamantes. De outro lado, uma massa enorme de seres humanos, representada por negros, escravos e forros; homens livres desocupados; os despossuídos e os desclassificados sociais, originados nas próprias condições de marginalização, impostas pelo processo de desenvolvimento da mineração.

Ocorrendo a independência do Brasil em 1822, adveio o tempo do Império, durante o qual, as normas de convívio social estabelecidas no período anterior não se alteraram em Diamantina. O aparelho público continuou sendo utilizado como veículo essencial para a manutenção de fortunas particulares, distante de sua função precípua de ser o principal instrumento para formatação de um plano de desenvolvimento coletivo. A pequena classe privilegiada se rivalizou agora sob os rótulos de conservadores e liberais, disputando entre si as benesses do poder público, para que, por intermédio dele, pudessem sustentar seus interesses particulares, abrigando seus familiares em cargos estratégicos e protegendo seus apadrinhados. Na outra ponta da existência humana, uma multidão de desfavorecidos, abandonada ao esquecimento.

O fim do Império se deu em 1889, quando ocorreu a proclamação da República no Brasil, portanto, dois anos apenas, antes da fundação da União Operária em Diamantina. As publicações do historiador Marcos Lobato Martins registram que no início do período republicano, os interesses de dois grupos diferenciados de “homens de negócio” é que estavam em jogo em Diamantina. Do primeiro grupo faziam parte os homens que detinham a chamada “riqueza antiga”. Eram homens que se dedicavam a atividades tradicionais para acumular fortunas, visto serem detentores de terras de cultura e de pastagem, lotes de ouro e de diamantes, casas de comércio e estoques de mercadorias, escravos e, principalmente, dinheiro vivo ou na forma de dívidas por empréstimos realizados a terceiros. Do segundo grupo faziam parte os homens que detinham a chamada “riqueza nova”. Eram homens de caráter empreendedor, que se dedicavam à aplicação e ao rendimento do capital, investindo em empresas industriais e de serviços. Dentre os homens que constituíam esse segundo grupo, aqueles que se dedicaram, por exemplo, à navegação do rio das Velhas e à construção de fábricas de tecido, como a fábrica edificada no povoado de Biribiri.

Naquele momento, o avanço industrial nos países considerados de primeiro mundo exibia um cenário de exploração extrema da mão de obra operária, com prática contumaz de salários baixíssimos, expondo o trabalhador a viver nas mais precárias condições. Embora o discurso proferido por Juscelino Kubitschek em 1944 nesta tribuna de honra, tenha sido, em grande parte, um canto de evocação à nobreza do povo diamantinense, ele não se furtou a discorrer sobre a realidade que consumia o operariado, de forma global, no citado período. Eis o que Juscelino proferiu neste recinto:

“A humanidade regida por velhas fórmulas, tendo, através de um longo ciclo de vida fácil, esquecido os ensinamentos cristãos, se dividira em castas, da qual a mais humilde e desprezada era exatamente a do operariado. Nobres e burgueses se disputavam a posse do mundo, sob a proteção invencível do dinheiro. O direito era uma lâmina brilhante, porém de um gume apenas. E este se voltava, na maioria das vezes, contra o operário, contra o trabalhador silencioso, que nas horas de amargura de uma existência sempre falhada, ajudava a construir, sem que o reconhecessem, a grandeza e a prosperidade do Universo”.

Nesse contexto, em que os operários, mundo afora, procuravam cada vez mais se organizar em busca de melhores condições de vida, criando associações várias de auxílio mútuo, é que nasceu em Diamantina a União Operária Beneficente. A escravidão já não era explícita no Brasil, pois, oficialmente, havia sido abolida em 1888. Entrementes, a despeito dos artigos da lei da abolição, a prática escravocrata permanecia, de forma dissimulada, como uma nódoa pegajosa que não se desintegra, visto que ainda não existia legislação, para regulamentar as relações entre patrões e empregados.

A União Operária Beneficente de Diamantina se organizou, instituindo-se também nos moldes de uma sociedade de auxílio mútuo. Dentre as inúmeras ações que praticou, passou a oferecer pensão para viúvas e filhos dos operários e oferecer condições dignas de enterramentos às famílias de seus associados. Quanto à instrução aos trabalhadores, adiantou-se ao poder estatal, que inaugurou a instrução básica pública em Diamantina, somente ao final do ano de 1907, por meio da criação do Grupo Escolar Matta Machado. Já em 1894, a União Operária mantinha em suas dependências um Liceu de Artes e Ofícios, com oficinas que ajudaram na formação profissional de seleiros, sapateiros e alfaiates, dentre outros trabalhos especializados. Logo nos primeiros anos do século XX vieram a fundação das escolas noturnas, para alfabetização e instrução dos operários e de seus familiares, e a fundação da biblioteca própria da instituição, cujos livros levaram instrução a várias pessoas que se tornariam personalidades de destaque, posteriormente.

Testemunha maior desse benefício oferecido pela União Operária, Juscelino Kubitschek terminou o curso intermediário no Seminário em 1917, com apenas 15 anos. Sem perspectivas para avançar nos estudos em Diamantina, percorreu toda a cidade à procura de emprego, “de armazém em armazém, de loja em loja, de venda em venda”. Sem conseguir colocação, resolveu que iria estudar por conta própria, das seis da manhã às dez da noite, todos os dias, religiosamente. Foi nesse período de sua vida que Juscelino Kubitschek se dirigiu à biblioteca da União Operária, detentora de cerca de 300 volumes, e leu todos os exemplares de sua coleção. Iniciava-se naquele momento, no seio desta notável Casa, a modelagem de um presidente da República do Brasil. Num ato de reconhecimento, de profunda gratidão à União Operária, por esse amparo recebido em momento de grandes incertezas de sua adolescência, Juscelino Kubitschek fez um depoimento eloqüente aos operários, naquele pronunciamento de 1944:

“Nunca se perderão na minha memória reconhecida os silenciosos e tranqüilos serões que nesta casa eu fazia, recebendo dos velhos livros da modesta biblioteca que aqui mantínheis, as primeiras sementes da reduzida ilustração que vim a conquistar.

Algumas recordações juvenis se infiltram e jamais se apagam no painel de nossa imaginação. Assistindo, há pouco tempo, a exibição do grande filme Ben Hur, subitamente, mergulhei-me num grande sonho, no halo do qual eu me via entrando por uma noite fria e chuvosa na sala sobre a qual estamos e onde em pequenas estantes se alinhavam as lombadas acolhedoras de vossos livros. E foi ali, precisamente, que pela primeira vez pude ler, sob as mais vivas emoções, o delicioso romance que fixaria em minha memória, para sempre, as horas de encantamento que através de vossa modelar organização me foram dadas desfrutar. Não tenho expressões, pois, para vos agradecer”.

Tudo isso se passou no tempo da República Velha. Na disputa para o comando político de Diamantina durante aquele período, venceram os homens de negócio representantes da “riqueza antiga”, os quais seguiram manipulando o poder público com o intuito primaz de alimentar seus interesses particulares e favorecer seus apadrinhados. Foram capitaneados pelos desmandos do senador Olímpio Mourão por mais de 30 anos, marcados pela prática de um coronelismo cruel, exercido com mão de ferro, sobre uma população marginal paupérrima. Somente a revolução armada de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder federal, conseguiu uma ruptura momentânea nessa relação político-social perversa, estabelecida em Diamantina.

Getúlio Vargas encontrou um cenário de exploração humana, num país sem legislação trabalhista. As jornadas de trabalho eram demasiadamente longas, não havia férias, nem aposentadoria, nem descanso semanal remunerado, não havia proteção para o trabalho de mulheres e crianças, e em muitas situações, os trabalhadores tinham que se submeter ao convívio com ambientes totalmente insalubres. Getúlio criou um conjunto de normas para auxiliar a classe operária, iniciando uma mudança significativa que iria impor, mesmo que de maneira ainda acanhada, um pouco de justiça social nas relações trabalhistas. Posteriormente, essas normas seriam compiladas em um único texto de lei, editada com o nome de Consolidação das Leis do Trabalho. Mas esses avanços não foram construídos sem relações tensas, num ambiente social marcado pela calmaria. Correntes ideológicas das mais diversas foram seguidas e espalharam-se pelo país os movimentos grevistas e o anarquismo.

Sem embargo da importância histórica desses movimentos, há que ser destacado que, desde os seus primórdios, a União Operária jamais fez a opção de trilhar caminhos salpicados por atitudes extremistas, mas escolheu as sendas da doutrina social cristã para nortear sua jornada, empunhando uma bandeira de luta marcada pelos preceitos: “Deus, Honra e Trabalho”.

A doutrina social cristã foi definida por Dom José Newton como o único caminho capaz de “encerrar a solução de todos os problemas, amainar todas as tempestades, reconfortar os corações e apontar a verdadeira finalidade da vida presente”. Exatamente 15 dias antes da fundação da União Operária, Sua Santidade o Papa Leão XIII publicava a encíclica Rerum Novarum, carregada de um forte apelo à humanidade para encetar todos os esforços na busca do equilíbrio social no planeta. Esse episódio foi relembrado por Juscelino Kubitschek no referido pronunciamento de 1944, em cujo texto ele destacou a importância da atuação de instituições com o perfil da União Operária, em seu constante esforço para conseguir oferecer uma vida mais digna às populações desfavorecidas. Foram estas as palavras do prefeito de Belo Horizonte:

“Como tem sempre descido do alto das torres de Deus, pela voz sonora dos carrilhões católicos, a palavra de conforto e a imposição para que todos se julgassem iguais através de milênios, pelos púlpitos e pelas naves, pelas estradas e pelos templos, nunca se calou a voz dos herdeiros de Cristo. E se em alguns documentos humanos do valor da Rerum Novarum de Leão XIII, o problema era revelado nas claras luzes de uma solução, silenciosamente pelas cidades, aldeias, arraiais e povoados, onde quer que se ostentasse uma pequena ermida, havia sempre uma voz clamando pela agremiação dos homens, em sentimentos e instituições que lhes garantissem um equilíbrio social e ao mesmo tempo lhes lembrasse que afinal de contas, todos somos iguais e que a diferença social é apenas uma burla de que se servem os poderosos para, oprimindo os humildes, garantirem para si uma situação de domínio”.

Juscelino Kubitschek iniciou sua vida política em 1934, ano em que se tentou a redemocratização do Brasil, por intermédio da promulgação de uma constituição federativa. Eleito deputado federal, Juscelino Kubitschek voltou os seus olhos para sua terra natal e se esforçou para retirar Diamantina da letargia centenária em que se encontrava naquele momento, asfixiada pelo legado político deixado pelo senador Olímpio Mourão. Nada melhor do que a descrição do próprio Juscelino Kubitschek como comprovação fidedigna do estado deplorável em que se encontrava a cidade:

“Desde a morte do meu avô paterno que eu não havia voltado a Diamantina. O que sabia da cidade era-me contado por amigos que iam a Belo Horizonte. E essas informações eram alarmantes e inquietadoras. Ruas esburacadas. Falta de escolas e ginásios. Estradas que não passavam de trilhas, abertas pelos cascos das mulas. Casas em ruínas. Enfim, pobreza e desolação por toda parte. Lembro-me de uma expressão do meu primo João Kubitschek, após uma visita de alguns dias ao velho burgo, que muito me preocupou: Diamantina está apodrecendo Juscelino. A advertência fez com que redobrasse meus esforços, no sentido de tentar salvar a cidade”.

Por mais que suas intervenções tenham surtido efeito, conseguindo avanços significativos que retiraram Diamantina daquele estado de debilidade agonizante, a história registraria que Juscelino Kubitschek não conseguiria evitar que se perpetuasse para o século seguinte a tradição de uma prática política abominável, definida por ele mesmo naquela época como um “processo clássico de nomeações estratégicas, reforçadas pela pressão policial”. Alguma mudança identificada nessa conduta aconteceu apenas na forma, porém, jamais no seu conteúdo.

Ao se impor como líder político em Diamantina, a partir da eleição municipal de 1936, Juscelino Kubitschek sepultou o antigo Partido Republicano Mineiro na cidade. Contudo, o tempo registraria que o sepultamento seria apenas de uma sigla partidária, não do perfil dos políticos, nem de suas idéias e de seus ideais secularmente sedimentados em Diamantina, nem da falta de projetos voltados para a eqüidade social e o bem comum. A dualidade política da classe dominadora passaria a ser agora moldada pelos interesses próprios dos “correligionários de JK”, versus interesses próprios dos “adversários de JK”, configuração que permanece até os dias atuais.

Durante todo esse tempo, não obstante tenha seguido os avanços sociais ocorridos no Brasil, por intermédio de ações voltadas para a melhoria do ensino, da legalidade geral, e da saúde pública, como, por exemplo, as obras que melhoraram as condições do saneamento básico, o sistema político em Diamantina não se distinguiu muito do modelo tradicionalmente exercido desde os tempos coloniais, sem planejamento algum para atacar de frente as profundas mazelas inerentes a um quadro social degradante.

O período da chamada República Nova começou em 1934. Passados 20 anos de sua implantação e da primeira eleição de Juscelino Kubitschek para deputado federal, assumiu a Arquidiocese de Diamantina, Dom José Newton de Almeida Baptista, no dia 06 de junho de 1954. O quadro social degradante continuava o mesmo no município. Naquele momento, o mundo ainda vivia a crise do pós-guerra, passava por um tempo de angústias, de incertezas e apreensões, sacudido por extremismos violentos. Dom José Newton escolheu como intenção programática para sua administração a mensagem evangélica Por um Mundo Melhor, que norteou as considerações de sua Carta Pastoral de Saudação à Igreja de Diamantina, datada de 18 de abril de 1954. Mirou-se no chamamento do Papa Pio XII, que clamava “por um mundo melhor”, dirigido, em 02 de outubro de 1952, a cento e cinqüenta mil homens da Ação Católica de toda a Itália, incorporados na imensa praça de São Pedro. Dentre as ações que realizou no sentido de cumprir as intenções programáticas de sua Carta Pastoral, Dom José Newton empreendeu duas Semanas Ruralistas na Arquidiocese de Diamantina, levando aos homens do campo de toda sua jurisdição, um pouco da prática benéfica da Ação Social Católica. Na carta de apresentação da I Semana Ruralista, realizada no ano de 1955, Dom José Newton foi firme em destacar sua preocupação com os bolsões de pobreza extrema espalhados pelas áreas periféricas do município. Observe-se parte do apelo veemente registrado por Sua Excelência Reverendíssima naquele documento:

“Deve-se reconhecer, na verdade, que este empreendimento surge de encontro a problemas básicos de nossa gente, que devido a fatores históricos administrativos, jaz em situação social das mais graves e preocupantes. [...] É a pobreza e a doença em meio da abundância e dos encantos do jardim inigualável que Deus nos deu!

Diante deste contraste, a Semana Ruralista de Diamantina quer ser um grito de esperança e de otimismo e um brado de alarma e de apelo às Autoridades responsáveis. Quer, sobretudo, erguer a bandeira da Ação Social Católica desfraldada pelos soberanos pontífices, principalmente pelo grande Pio XII, que não cessa de clamar Por um Mundo Melhor espiritual e materialmente”.

Passados 83 anos da implantação da República Nova no Brasil e 58 anos daquele apelo veemente feito por Dom José Newton em sua carta de apresentação da I Semana Ruralista ao povo da Arquidiocese de Diamantina, guardadas as devidas proporções, quase nada mudou. Na terra que abasteceu a Europa com quilos e mais quilos de diamantes, proporcionando à Inglaterra a condição econômica necessária para deflagrar a Revolução Industrial, episódio que mudou os destinos da humanidade no século XVIII, em pleno século XXI, como conseqüência direta de um sistema político tradicionalmente perverso, ainda grassam em Diamantina a doença, a fome, o preconceito, a perseguição, a injustiça, o abandono do ser humano, em proporções incomensuráveis.

A Igreja Católica continua firme em sua proposição de indicar a Ação Social Católica como a única senda a ser percorrida, pela sua possibilidade legítima de proporcionar a justiça social de forma digna. É exatamente nessa direção que foi publicada a Mensagem de Dom João Bosco Óliver de Faria, atual arcebispo da Arquidiocese de Diamantina, distribuída ao povo em 1º de janeiro deste ano, por intermédio da qual, Sua Excelência Reverendíssima solicita aos governantes um especial carinho com os mais pobres e menos favorecidos. Nessa mensagem Dom João Bosco enfatiza:

“Embora tenha vivido apenas poucos anos nesta Arquidiocese, tive a tristeza de ver muitas manchas de pobreza extrema, de carência total dos meios necessários para uma vida digna de filhos de Deus.

Nossos irmãos mais pobres são filhos de Deus e não podem ser responsabilizados pela triste situação a que foram lançados pelas circunstâncias da vida. Sua pobreza extrema é um grito que brada do Céu, é uma acusação pesada diante de Deus para quem fechar seus olhos fazendo a política da avestruz, que enfia sua cabeça na areia do deserto, para não ver o perigo que se aproxima.

Tentar resolver esse drama de injustiça não é populismo. Populismo é prometer o impossível em campanhas políticas e depois fazer ouvido de mercador aos justos reclamos do povo”.

Como se vê, as aberrações que manchavam o cotidiano do Arraial do Tijuco no século XVIII ainda estão presentes e vivas em Diamantina, em pleno século XXI. Várias delas, com insensatez e violência cortantes, visto que, sendo agora estrategicamente veladas, diante de sua aparente inexistência, deixam cicatrizes invisíveis aos olhos, mas profundas na alma.

Que da altura dos seus 122 anos de existência, a União Operária Beneficente de Diamantina continue sendo uma sociedade de suporte para o operariado, em sua busca incessante de justiça social, por meio de projetos que propugnem o bem coletivo. Que das experiências valorizadas que se emanaram do suor espalhado a partir do recinto deste salão, se apresentem as soluções equânimes que norteiem as atitudes do operariado, pelos anos vindouros deste século que se inicia. E que, nesta Casa, o alento para a perseverança, nas horas de maiores dificuldades, continue sendo a opção pela prática da doutrina social cristã, numa caminhada pacífica, em cuja vanguarda, tremule, altaneiro, um estandarte assinalado pelos preceitos: “Deus, Honra e Trabalho”.

Diamantina – MG, 09 de junho de 2013.

Wander Conceição.

Curso de catavento bomba d’água em São Gonçalo do Rio das Pedras

CATAVENTO-DIVULGA

Palestra na UFVJM: Motores de Combustão Interna - avanços e tendências

A apresentação consiste em uma breve explanação sobre o funcionamento de motores de combustão interna (MCI) e seus componentes principais. Após a introdução serão mostrados alguns exemplos de avanços realizados ao longo dos anos, modificações em coletores de admissão, ponto variável de abertura  e fechamento das válvulas, funcionamento de motores de injeção direta, e outros. Todas essas modificações e implementação de novas tecnologias estão sempre ligadas a um objetivo: aumentar a eficiência térmica dos MCI. Por fim, serão apresentadas algumas tendências nessa área que é muito competitiva e extremamente fascinante.

Data e local: Anfiteatro Campus 1, sexta-feira (14/06),17:30.

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domingo, 9 de junho de 2013

História do “Dr. Inglês”, John Dayrell, avô de Helena Morley (MInha Vida de Menina)

Fonte: Santa Casa de Caridade de Diamantina

Para situarmos bem essa extraordinária saga do médico John Dayrell e da Santa Casa de Diamantina, vamos fazer aqui um histórico de como tudo começou:

O médico John Dayrell, formado em Medicina em Londres, no ano de 1830, veio para o Brasil, trazido pela mineradora anglo-brasileira, a “Companhia de Cocais”’ e se instalou inicialmente na Vila Imperial de Cocais, onde trabalhava como médico.

Por motivos de saúde, em decorrência do clima frio e úmido  dessa região, resolveu se transferir para a região mais ensolarada de Diamantina, em 1836, com sua família. Nessa época, a  “Casa de Caridade de Diamantina”, que fora fundada em 1790,  já estava em plena atividade e o Dr. John Dayrell teve aí a sua acolhida, como profissional médico.

No ano seguinte, em 1837, o Dr. John Dayrell já parecia estar integrado à Casa de Misericórdia e à cidade de Diamantina, fazendo parte da “Confraria da Casa de Caridade”, uma Instituição de Irmãos Benfeitores e Amigos da Casa, conforme atesta o documento abaixo, com sua inscrição de no. 107     

Insrição de John Dayrell, como Irmão da Confraria da Casa de Caridade, em 1837
Biblioteca Antônio Torres, Diamantina, Relatório da Administração 1870 a 1874, pag. 22

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Por anos e anos, o Dr. John Dayrell exerceu seu sacerdócio de médico na Casa de Caridade, como simples médico, sendo querido por todo o povo da cidade. Conforme pesquisa que realizamos em todos os livros e documentos arquivados na Santa Casa, o Dr. John Dayrell nunca  assumiu qualquer posto de supervisão ou de direção na casa, nem assinou qualquer documento ou pareceres médicos. Fato esse que só pode ser explicado por sua condição de protestante convicto, que não condizia com a orientação ali exercida pela Igreja local e pelos religiosos da época, sob a orientação  do bispo D. João Antônio dos Santos. Era conveniente que  Dr. John Dayrell não ficasse muito em evidência!...

Mesmo nessa condição, quando ocorreu a seu falecimento em 1884, o povo de Diamantina, em reconhecimento ao seu trabalho, à sua caridade e à sua ligação com a “Casa de Caridade”, não deixou de registrar em grande estilo esse fato!  As Igrejas ( católicas! ), por exigência do povo,  fizeram dobrar os sinos e, como ele não podia ser enterrado no “Campo Santo” por sua condição de protestante, o povo exigiu que ele fosse sepultado em frente à “Casa de Caridade”, no meio da rua!  Estava aí sua indelével ligação com a “Casa de Caridade” e o povo simples da cidade!

Esses fatos, estão narrados no célebre Livro “Minha Vida de Menina”, traduzido no mundo inteiro e transformado até em filme, e que foi escrito em forma de diário por sua neta Alice Dayrell Caldeira Brant, sob o pseudônimo de “Helena Morley”, na época, com 15 anos!

Abaixo o relato do que ocorreu nesse dia :

(Helena Morley : " Minha Vida de Menina " - 09 / nov / 1893)
" . . .Meu avô não foi enterrado na igreja porque era protestante; foi na porta da Casa de Caridade ( Santa Casa ) e até hoje se fala nisso em Diamantina. Quando ele estava muito mal, os padres, as irmãs de caridade e até o Senhor Bispo, que gostavam muito dele, pelejaram para ele se batizar e confessar, para poder ser enterrado no sagrado. Ele respondia : " Toda terra que Deus fez é sagrada ". O vigário não quis deixar dobrar os sinos, mas os homens principais de Diamantina foram às igrejas e fizeram dobrar os sinos da cidade o dia inteiro. Ele era muito caridoso e estimado. Quando o doente não podia, ele mandava os remédios, a galinha e ainda dinheiro. A cidade inteira acompanhou o enterro. Quando ele morreu eu era muito pequena e até hoje se fala em Diamantina na caridade do Doutor Inglês, como todos o chamavam. Um homem assim, pode estar no inferno ? . . . "

O local exato onde o Dr. John Dayrell foi enterrado, fica ali em frente à Capela da Santa Casa, onde existe hoje uma espécie de canteiro de plantas, no meio da rua.

Em 1984 - centenário da morte de John Dayrell - na gestão do Prefeito Sílvio Felício dos Santos, a Prefeitura de Diamantina precisou nivelar e alargar a rua da Santa Casa, o que implicou em uma NOVA alocação da tumba onde estavam seus restos mortais, bem em frente à Capela.  Foi decidido que essa nova tumba, seguindo a tradição histórica do fato e a ligação do “doutor inglês”  com a Santa Casa, deveria ficar ali mesmo, junto ao primeiro degrau que dá acesso à Capela da Santa Casa.

Houve uma solenidade pública promovida pela Prefeitura, com a presença de Dirigentes da Santa Casa, convidados da Família Dayrell e de várias autoridades.

O Dr.José Aristeu de Andrade, emérito médico da Santa Casa, como o foi o “doutor inglês”, há dois séculos atrás, foi  designado para coordenar essa exumação. Segundo seu relato, foram encontrados apenas parte do crânio, uma tíbia de tamanho menor ( confirmando a descrição dos antigos de que John Dayrell era de estatura pequena), alguns pedaços de tecido preto e alguns cabelos brancos. Esse material foi colocado em uma urna e depositado na nova tumba, ao nível da rua agora retificada, exatamente em frente à Capela da Santa Casa de Caridade. A lápide original, onde existia o nome quase apagado de John Dayrell, sofreu avarias nessa operação, mas foi colocada cobrindo a nova sepultura, com os devidos remendos. Nela, não existiam mais quaisquer vestígios do nome de John Dayrell.

O túmulo de John Dayrell, após a exumação acima descrita ( 1984 )

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Sempre foi um desejo nosso, colocar uma nova lápide nesse local, registrando a identificação de nosso patriarca, ( que foi apagada com o tempo ), com o objetivo de prestar-lhe uma homenagem, como também à Santa Casa  e  preservar um fato histórico da cidade de Diamantina, praticamente desconhecido por quase todos, inclusive pelas pessoas que frequentam a Santa Casa.

Após algumas tentativas frustradas, obtivemos a autorização da Direção da Sta. Casa e  o apoio e o incentivo do emérito Dr. José Aristeu de Andrade, um médico que também tem dedicado grande parte de sua vida à Santa Casa  (mais de 50 anos ! ), repetindo a "missão sacerdotal" de "alimentar a alma e restaurar a vida", como fazia ali mesmo, há quase dois séculos, nosso patriarca, o "doutor inglês".

No final de agosto / 2007, alguns descendentes do Dr John Dayrell,  Márcio Dayrell Batitucci, Marcelo Dayrell Batitucci e o comandante Geraldo Dayrell Gott,  com a autorização da Direção da Santa Casa e a prestimosa ajuda do Dr. José Aristeu, conseguimos finalmente concretizar esse sonho, instalando no local, uma nova lápide, com a identificação básica de nosso patriarca, Dr. John Dayrell, o  “doutor inglês”.

Marcelo, Geraldo, Dr. José Aristeu e Márcio, em frente à tumba de John Dayrell, com a nova lápide instalada em  2007.

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Como pode ser observado, o Dr. José Aristeu teve o cuidado de  instalar a nova lápide identificatória, no mesmo local da antiga lápide, com uma pequena saliência em suas laterais, no pressuposto de que os motoristas respeitassem esse local e não passassem seus carros por cima da lápide. O que não aconteceu !

Abaixo,   o Texto identificador da nova lápide, na tumba de John Dayrell
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Em Dezembro de 2007, ainda com a autorização da Direção da Sta. Casa e a prestimosa ajuda do Dr. José Aristeu de Andrade, conseguimos "entronizar" na Galeria de Fotos da Capela da Santa Casa, uma foto de nosso patriarca John Dayrell, como mais uma homenagem ao seu dedicado trabalho de médico, nessa Instituição. A foto está colocada ao lado de outras pessoas ilustres, também ligadas à Santa Casa de Caridade.

Parte da Galeria de Fotos da Capela, com a foto de nosso patriarca John Dayrell
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Ao alto, o Conde de Ipanema. Abaixo, a Irmã Jardim, D. Serafim Gomes Jardim ( Arcebispo na década de 1930 ), Alexandre Diniz Mascarenhas e John Dayrell

Estamos muito gratificados por ter a foto-lembrança de nosso patriarca John Dayrell, exposta no local onde ele, por tantos anos, " alimentou a alma e restaurou a vida " do povo mais humilde de Diamantina ( Hino da Família Dayrell ).

Esses, em resumo,  são os fatos e dados que estão relacionados com essa singular particularidade, envolvendo a Santa Casa, com um de seus ilustres médicos, estando enterrado bem em frente a escadaria da Capela.

sábado, 8 de junho de 2013

Frei Chico lança dicionário com 8,5 mil verbetes sobre a religiosidade popular brasileira

Fonte: Estado de Minas (clique aqui)

 (Lira Marques/divulgação)Em 1967, quando frei Chico veio da Holanda para o Vale do Jequitinhonha, aquela região de Minas Gerais era considerada um dos três lugares mais pobres do mundo. Diante de tanta miséria, o holandês descobriu riqueza cultural sem precedentes. “Aquilo deu sentido à minha permanência no Brasil”, revela o frade franciscano. Em seus 10 anos como pároco da diocese de Araçuaí, ele contabilizou 15 mil folhas de registros da cultura do povo relacionada à fé e à experiência espiritual. Somado a pesquisas realizadas na Europa, esse vasto material foi a base de um ambicioso projeto, o Dicionário da religiosidade popular: cultura e religião no Brasil. Com 1.150 páginas, a obra de referência chega agora ao público, reunindo 8,5 mil verbetes, 6 mil notas de rodapé e 350 ilustrações.

Lançado pela Editora Nossa Cultura, o livro surgiu por acaso na vida de Francisco van der Poel, o popular frei Chico. “Para poder servir, havia de conhecer aquele povo”, resume ele. A inspiração veio do canto de Filó, a cozinheira da casa paroquial, em Araçuaí. Era algo belo e incomum. “Filó gostava de cantar e resolvi gravar as músicas em fitas cassete, as mesmas que serviram para o repertório do Coral dos Tangarás. Há 43 anos, tive a honra de fundar o grupo, que continua até hoje”, orgulha-se ele.

As viagens a municípios da região de Araçuaí – “em lombo de burro velho, nos fins de semana” – trouxeram novas descobertas. A amizade com a ceramista Maria Lira Marques está entre elas. “Lira abriu as portas da sabedoria popular para mim, o estrangeiro que acabara de chegar”, conta o religioso. Frei Chico viveu 10 anos naquela região. Nesse período, cuidou de registrar as peculiaridades do povo simples com olhar antropológico e visão humanista. “Quando cheguei a Araçuaí, tudo era tão diferente da minha terra, a língua, a cultura, a maneira de tratar as doenças... Ouvia aquela gente se referir a problemas de saúde como carne quebrada, vento virado, espinhela caída e mau-olhado. Comecei a ficar curioso”, diz frei Chico. Cada nova descoberta dava origem a uma anotação.

O Dicionário da religiosidade popular: cultura e religião no Brasil reúne essas descobertas. “Não tinha parâmetro para ele, não há outro livro parecido. Precisei inventar uma fórmula. Coloquei, por exemplo, todo o depoimento do povo – entrevistas, cantos e histórias – em itálico para o leitor perceber onde está a parte mais importante”, informa. À medida que o projeto ganhou consistência, o frade percebeu que em Minas não havia pesquisadores com interesse semelhante. A certeza do pioneirismo do dicionário se confirmou depois da aproximação de Chico com o folclorista Câmara Cascudo e com Carlos Rodrigues Brandão, antropólogo da Universidade de Campinas (Unicamp), responsável pela introdução do livro.

Inicialmente, frei Chico pensou em escrever um manual da religiosidade popular. Tentou esboçar algo nessa linha, mas concluiu que não seria possível sintetizar cultura tão vasta. Assim surgiu o dicionário. “A função do dicionarista não é resolver problemas, mas registrar. Aprendi que não é a lógica que manda, mas o bom senso e a busca de coerência. Preocupei-me não em fazer uma síntese, mas algo orgânico”, detalha. A intenção é conduzir o leitor por uma espécie de viagem rumo ao universo do povo. “As pessoas começam a ler e, de repente, já estão com os 10 dedos no dicionário, marcando links de interesses”, afirma.

Nos últimos 40 anos, frei Chico pesquisou dentro e fora do país assuntos ligados à cultura e fé popular. Chegou à Europa, vasculhou antigos arquivos de Portugal em busca de pistas que pudessem elucidar questões ligadas aos saberes do povo humilde do Vale do Jequitinhonha. “Consultei livros de história, de farmacopeia medieval e até de bruxaria. Reuni 2 mil volumes. Quando concluí o dicionário, doei esse material para a biblioteca da PUC Minas, em Belo Horizonte”, informa o frade.

A pesquisa demorou, mas o livro ficou do jeito que frei Chico sonhou. “Continuo dizendo: o resultado é apenas o começo do princípio de alguma coisa”, garante ele. “Passei por uma reciclagem de ideias. Deparei-me com saberes marcantes e eles mudaram a minha noção de historiografia, a maneira de me relacionar com Deus e com o próprio significado da palavra cultura.” Não é à toa que os verbetes preferidos dele explicam o significado de simples e de sabedoria.

DICIONÁRIO DA RELIGIOSIDADE POPULAR: CULTURA E RELIGIÃO NO BRASIL
De Francisco van der Poel (frei Chico) Ilustrações: Lira Marques. Editora Nossa Cultura, 1.150 páginas, R$ 290
Informações:
www.nossacultura.com.br
Frutos da terra

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Capa (14)O dia 28 de maio poderá ser considerado como o verdadeiro início da gestão do novo prefeito de Diamantina. Depois de quatro semanas de sua investidura no mais importante cargo do município, Paulo Célio dá os primeiros passos de uma administração cuja maior e mais desafiante missão será juntar os cacos de uma prefeitura endividada, atolada em pantanoso labirinto de vícios e condutas irregulares e nunca, provavelmente, em seus 175 anos de municipalidade, tão profundamente desacreditada.

Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 617, 08 de junho de 2013

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Biquini em Diamantina

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Frei Chico lança o livro 'Dicionário da religiosidade popular' em Diamantina

Fonte: Estado de Minas (clique aqui)

O 'Dicionário da religiosidade popular: cultura e religião no Brasil' (Nossa Cultura), escrito nos últimos 40 anos pelo frade Francisco van der Poel, mais conhecido como Frei Chico (foto), finalmente chega a público. Com 1.150 páginas, 8,5 mil verbetes, 6 mil notas de rodapé e 350 ilustrações, o livro será lançado hoje, em Diamantina.

A sessão de autógrafos foi marcada para as 20h30, na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), durante a 2ª Semana da Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão. O livro será lançado em Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. Informações:www.religiosidadepopular.uaivip.com.br.

Festival de curtas no Teatro Santa Izabel

Itinerância -14º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte - 21 a 23 de junho de 2013 - Teatro Santa Izabel - Diamantina - ENTRADA GRATUITA

Conselho Fiscal aprova prestação de contas da Santa Casa/2012

 

parecer fiscal

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Festival de História abre inscrições para a edição 2013

 

As inscrições para o Festival de História, o fHist, estão abertas e podem ser feitas exclusivamente pelo seu site oficial, em www.festivaldehistoria.com.br. Primeira e única festa literária com foco em temas históricos do Brasil, a segunda edição do fHist acontecerá em Diamantina entre os dias 19 e 22 de setembro, oferecendo uma diversificada programação aos participantes. A Tenda da História, por exemplo, receberá mais de 50 consagrados historiadores, escritores e jornalistas para um debate franco e aberto com o público em conferências e mesas redondas que terão como eixo temático as "Histórias não contadas".

Com este mote, a curadoria do fHist, que é coordenada pela educadora Pilar Lacerda, pela historiadora Júnia Furtado e pelo jornalista Lucas Figueiredo, pretende trazer à tona novos e inéditos olhares sobre fatos da História do Brasil, desde o período colonial até a atualidade. Temas como os dos povos indígenas, das guerras brasílicas, da diáspora africana, da Inconfidência Mineira, dos anos de chumbo durante o regime militar e do direito à memória e à verdade, entre outros, ganharão vida nas 14 mesas da Tenda da História da Praça Doutor Prado, cujos passaportes para ingresso custam R$ 30 para estudantes, R$ 60 para professores e R$ 90 para as demais categorias.

Além da Tenda, o Festival contará com uma extensa programação gratuita. No histórico Mercado Velho, as Arenas Digitais, a Feira de Livros e os lançamentos com prosa com os autores; e no charmoso Teatro Santa Izabel a Mostra de Cinema e as Oficinas de História. Shows e espetáculos ganharão também as ruas e praças da bela cidade, reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial, bem como a exposição do caminhão-museu Sentimentos da Terra, do Projeto República da UFMG.

Apresentado pelo Ministério da Cultura, a segunda edição do fHist conta com diversos parceiros, entre os quais o IPHAN, três universidades (UFMG, UFVJM e UEMG), a Fundação SM, a Biblioteca Nacional e a Prefeitura de Diamantina. O evento é coordenado pela Nota Comunicação e pela Stratégia e tem o patrocínio do Itaú-Unibanco e apoio cultural do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Câmara pode aprovar esta semana a criação de mais 800 municípios em todo o país

Fonte: Estado de Minas e Blog do Banu

O projeto que cria novas regras para criação, fusão e desmembramento de municípios entra na pauta de votação da Câmara dos Deputados nesta semana. Arquivado há mais de uma década nas assembléias legislativas, em torno de 800 pedidos de emancipação feito por distritos podem agora ser atendidos poderá agora ser aprovado pelos deputados federais.

Clique aqui para continuar lendo.

Confira a lista dos distritos que pretendem emancipar no Vale do Jequitinhonha, Mucuri e norte de Minas:

Vale do Jequitinhonha
Araçuaí - Engenheiro Schnoor
Berilo - Lelivéldia
Bocaiúva -  Engenheiro Dolabela
Caraí - Ponto do Marambaia e Maranhão

Diamantina - Inhai - Senador Mourão
Grão Mogol - Barrocão
Itinga - Travessão e Jacaré

Minas Novas - Lagoa Grande, Cruzinha

Novo Cruzeiro - Queixada

Rio Pardo de Minas - 18 comunidades rurais na divisa com Taiobeiras  querem se tornar um municípío

Rio Vermelho - Pedra Menina e Santa Cruz da Aparecida

Salinas - Nova Matrona

Vale do Mucuri
Teofilo Otoni - Frei Gonzaga e Mucuri

Nanuque - Vila Pereira

Belo Oriente - Cachoeira Escura

Itambacuri - Frei Serafim e Guarataia

Norte de Minas

Montes Claros - Aparecida do Mundo Novo, São Pedro da Garça e Santa Rosa de Lima

Janauba - Barreiro da Raiz e Quem-Quem

São Francisco - Icarai

Claro dos Poções - Vista Alegre

Varzea da Palma - Guaicui

São João Evangelista - Euxenita

Monte Azul - Otinolandia

São João da Ponte - Condado do Norte e Olimpio Campos

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Bombeiros resgatam fêmea de veado catingueiro presa em banheiro de comércio em Diamantina

Fonte: Jornal O Tempo (clique aqui)

Veado DiamantinaO Corpo de Bombeiros de Diamantina, na região central de Minas, resgatou, um veado catingueiro adulto, fêmea, que ficou presa no banheiro de um comércio da cidade,  no último sábado (1). De acordo com os militares, o comércio fica próximo a uma reserva ambiental da cidade e o animal foi parar no local depois de fugir de uma perseguição de cães.

Com equipamentos apropriados, os militares conseguiram capturar o animal sem ferimentos. Ele foi entregue à Polícia Ambiental, que ficou responsável em soltar o animal silvestre em seu ambiente de origem. O animal está ameaçado de extinção pela caça  e pela perda de seu habitat natural.

Cidades do Vale do Jequitinhonha se unem para construir canil

Fonte: capelinha.net e Blog do Banu

Para os prefeitos , a construção de um único canil para atender a demanda das três cidades foi a melhor solução encontrada para resolver o problema da cachorrada sem dono espalhada pelas ruas

Angelândia, Capelinha e Água Boa no Vale do Jequitinhonha (MG) estão sofrendo com a situação de cães soltos pelas ruas. Os animais não possuem donos e permanecem nas ruas  causando transtornos com o lixo, o trânsito e a possibilidade de ataque aos transeuntes.

Visando solucionar a questão,  os prefeitos Thiago Pimenta de Angelândia, Zezinho da Vitalina de Capelinha, Elimárcius de Água Boa, firmaram uma parceria para a construção de um canil,  já que, segundo eles, trata-se de um problema comum das três cidades.

A reunião realizada na terça-feira (28) em Capelinha,  contou com a participação do promotor da Comarca,  Cristiano Moreira.

O acordo, respaldado pelo Ministério Público da Comarca de Capelinha, prevê a construção do canil em área que facilite e encurte a distância para o transporte de cães soltos pelas ruas das três cidades consorciadas. Além disso, a construção do canil através de parceria,  possibilitará o rateio dos gastos com a obra, gerando economia e benefícios aos três municípios.

A previsão é que o canil seja construído no distrito de Resplendor, povoado na divisa de Água Boa e Capelinha, sendo uma escolha dos próprios prefeitos.

Para os prefeitos , a construção de um único canil para atender a demanda das três cidades foi a melhor solução encontrada para resolver o problema e eliminar o risco de ataques ou doenças, proporcionar tratamento e alimentação aos animais e garantir maior segurança e tranquilidade aos moradores das três cidades.

O Prefeito de Angelândia, Thiago Pimenta, acredita que a melhor alternativa para o desenvolvimento dos municípios é a união.
"É preciso uma aliança entre os municípios, para que vejamos quais são os problemas que temos em comum, e buscar uma forma conjunta de minimizar custos e  resolve-los." – disse ele.