segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Carnaval 2014: nossas vãs promessas de cada ano

Autor: Gonzalo Monterroso

Dezembro chegou e mais um governo municipal atreve-se a renovar suas promessas de impor limites para o próximo carnaval. Infelizmente, os fatos têm demonstrado que depois tudo acontece de forma bastante diferente. Essa repetida lista de infrações, que deveriam ser punidas automaticamente em virtude de leis aprovadas e códigos de postura, não passa de cenário a uma ilusória retórica de fachada moralista, uma coleção de mentiras insustentáveis, condenada a desabar sem pudor nem remorso perante o poder da bebida, das drogas e da diversão irrestrita. Elas ditam suas próprias leis de mercado em Diamantina, com tácita aprovação das autoridades, longe de qualquer fiscalização anunciada e prometida. Seria melhor que as autoridades tentassem, sequer uma vez, evitar temerárias declarações e, aí sim, agissem com decisão e responsabilidade.

Não por acaso todos os planos de ação apresentados para normatizar o carnaval foram propositalmente ignorados, mentidos, burlados, boicotados e arquivados sem dissimulação. O cardápio dessa falsa legalidade é farto e conhecido, mas vale a pena lembrar: guias de carnaval e posturas a serem cumpridas, dicas para o folião, dicas policiais para o morador ficar em casa trancado e evitar brigas (pasmem!), providências para combater a poluição sonora, lei municipal sobre emissão e controle de ruídos, sons e vibrações provenientes de fontes fixas ou móveis, seminários de carnaval, reuniões para promover ações que protejam os moradores nos grandes eventos da cidade, pesquisas para avaliar o impacto ambiental no centro histórico, debate e campanha de proteção ao morador, disque barulho, esconde-esconde do decibelímetro, cadastramento de imóveis de aluguel temporário (selo “Casa Legal”) visando limitar a ocupação de repúblicas e residências, fiscalização específica para liberação de alvará para casas de show em áreas densamente povoadas, liberação automática de alvarás de última hora (não publicado), nomeação de comissões de cultura meramente políticas e decorativas, criação da inócua Comissão do Carnaval (servis aos parceiros e organizadores); enfim, nada de utilidade na hora de proteger e garantir os direitos do morador, do patrimônio público e privado, das minorias e, em geral, dos incomodados que optam por fugir da cidade para evitar a consabida barbárie e agressões que imperam no carnaval de Diamantina. Por se toda essa letra morta não fosse bastante, existe a Lei de Perturbação do Trabalho ou do Sossego Alheio, lei federal de contravenção penal que vigora o ano todo, exceto em Diamantina. Agora é só criar o “Estatuto do Folião” para proteger seus direitos à diversão ao preço que for.

Outras cidades históricas, com menor dose de hipocrisia, maior talento e reflexão, têm conquistado um carnaval civilizado e de qualidade, limitando inclusive o horário da festa e punindo com firmeza e sem covardia a mania de agredir os ouvidos, os bens e a vida dos outros. Enquanto isso, o que vemos no carnaval de Diamantina é um policiamento conivente e descompromissado para conter o barulho ilegal, premiando os incivilizados com a inculpabilidade e a desmotivação para aplicar a lei sem receio. A inação policial castiga, sim, os moradores indefesos, que ficam sem ter a quem recorrer quando precisam da autoridade para salvaguardar seus direitos. Pelo contrário, quando a punição se impõe necessária, eles terminam sendo atormentados pela indiferença policial e burlados com suas conhecidas e irritantes argúcias burocráticas: falta de viaturas, falta de agentes, morosidade para apreender equipes de som flagradas em claríssima atitude criminosa. Teremos, sim, mais viaturas, mais agentes e até tropa de choque quando desembarcarem por aqui governadores e políticos para receber suas honrosas medalhas. No entanto, nada dessa prevenção parece justificar-se perante tamanha invasão de vândalos descomedidos que chegam para ganhar sua impudica medalha da embriaguez burlando as leis, profanando e pondo em risco o patrimônio construído e desrespeitando os moradores. Apesar dos investimentos declarados, as autoridades não conseguem coibir os abusos, nem a polícia sabe lidar com o infrator que desacata sua autoridade. E para piorar, não há consenso na população para reclamar de nada. Quando as denúncias se sobrepõem à desídia e vão parar na justiça, a sentença condiz com a verdadeira, única e poderosa realidade: carnaval é carnaval e nada deve mudar esse jeito de se divertir, de lucrar ou simplesmente de resistir. A suculenta fatia do bolo fica no bolso dos capitães da diversão abusada e irresponsável, para que os mentores da cultura rasteira e mercantilista possam se gabar, mais uma vez, de ter organizado um carnaval legal e bem sucedido.

Do Jequitinhonha para um sonho

Fonte: Super Esportes (clique aqui)

As mais de 14 horas de viagem de ônibus não desanimaram os mais de 60 garotos que partiram ontem cedo do Vale do Jequitinhonha rumo a São Paulo para participar da 20ª edição da São Silvestrinha, versão infantojuvenil da mais tradicional prova de rua do Brasil, a São Silvestre. A corrida, para crianças de 6 a 15 anos, está marcada para hoje, a partir das 9h, na pista de atletismo do Ibirapuera, com distâncias que variam de 50m a 600m.

A expectativa e animação começaram bem cedo, já que muitos garotos atravessavam a divisa do estado pela primeira vez. Eles fazem parte de um projeto social, a Estação Conhecimento, mantido pela iniciativa privada em 23 municípios do Vale do Jequitinhonha, principalmente em bairros e regiões mais carentes. “É a primeira vez que viajo para longe de casa. Pratico esporte desde criança, mas a corrida me fez sonhar mais longe. É uma chance que eu tive, que quero aproveitar bem”, explicou Tales Vinícius Ribeiro Mota, de 14 anos, que mora no município do Serro.

Tales viajou de ônibus cerca de 100 quilômetros até Diamantina. De lá partiu com os outros amigos para mais 850 quilômetros até a capital paulista. “A gente nem se cansa, pois é um sonho que estou realizando e que quero muito continuar”, afirmou Jaime Almeida, de 15 anos, que treina em uma pista improvisada nas ruas de Couto de Magalhães de Minas, cidade de pouco mais de 4,2 mil habitantes no Vale do Jequitinhonha.
SÃO SILVESTRE A 89ª edição da São Silvestre será terça-feira, com largada marcada para 8h40 (elite feminina) e 9h (elite masculina). Os brasileiros tentam quebrar o jejum de três anos sem vencer. O último foi Marílson dos Santos em 2010. O mineiro Giovani dos Santos, que venceu a Meia Maratona de São Paulo e a Volta da Pampulha é um dos favoritos.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Secretaria de Estado de Cultura divulga relação de projetos aprovados no Cena Minas

A Secretaria de Estado de Cultura (SEC), por meio da Superintendência de Ação Cultural (SAC), divulgou neste sábado (28/12) a relação de projetos aprovados na 6a edição do Programa Cena Minas - Prêmio de Artes Cênicas de Minas Gerais.

Neste ano foram recebidos 198 projetos para análise – sendo 113 de municípios do interior e 85 da capital –, contemplando os três segmentos artísticos previstos no edital: teatro, dança e circo. Desse total, apenas 21 propostas foram consideradas inabilitadas na pré-análise, por motivos de falhas na documentação apresentada, inscrição de mais de um projeto pelo mesmo proponente (neste caso apenas o segundo projeto é inabilitado), dentre outros critérios definidos nas regras de participação. Dos 177 projetos habilitados, foram selecionados 35 do interior e 19 de Belo Horizonte, totalizando 54 beneficiados na 6a edição.

A comissão de análise foi composta por 10 membros, sendo dois representantes da categoria circo, dois representantes da categoria dança, três representantes da categoria teatro, um representante do Instituto Cultural Sérgio Magnani, um da Copasa – que é patrocinadora do prêmio – e um da Secretaria de Estado de Cultura.

As categorias I e III de dança não tiveram inscritos suficientes para compor a demanda oferecida, sendo as premiações dessas categorias remanejadas para as áreas de teatro e circo, como previsto no edital. Foram contemplados dois projetos para cada categoria I e III, da área de teatro e um projeto para categoria III, na área de circo. A escolha se deu por terem sido ás áreas com maior número de projetos inscritos.

A lista com a relação dos projetos inabilitados está disponível no site www.cultura.gov.br desde o dia 18/12/13, conforme previsto no edital.

Sobre o Cena Minas

Criado para incentivar grupos de teatro, dança e circo, o Prêmio Cena Minas tem entre seus principais objetivos estimular a produção; incentivar a pesquisa de linguagens; favorecer a circulação; beneficiar diretamente a população e agentes culturais das diversas regiões do estado, além de contribuir para a formação de público, facilitar o acesso ao conhecimento e a produções de qualidade.

Em 5 edições, contemplou 181 projetos, com investimento de mais de R$ 5,5 milhões. Grande parte dos projetos apresentados tem sua execução preferencialmente realizada pelo interior do estado, com uma média de 116 cidades contempladas, por edição, com ações do prêmio.

O Cena Minas - Prêmio de Artes Cênicas de Minas Gerais é realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com o Instituto Cultural Sérgio Magnani (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP), que atua como um dos elos entre a execução das políticas públicas do estado para a cultura, parceiros da iniciativa privada e a sociedade civil. O programa é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com o patrocínio da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

Sobre a 6 a edição

Em sua 6 a edição, o Cena Minas consolidou a proposta do Governo de Minas na democratização e descentralização das políticas públicas de cultura no estado. Foram contemplados projetos em três categorias: (1) Manutenção de Espaços Cênicos, (2) Circulação de Espetáculos Cênicos e (3) Aquisição de Equipamentos e Materiais, oportunizando ainda mais possibilidades ao fomento do teatro, da dança e do circo em suas diversas expressões artísticas.

Alguns números sobre os projetos inscritos nesta 6ª edição

Área Circo, total de 38 projetos, sendo:

9 inscritos na categoria I (Manutenção de Espaços Cênicos), sendo 2 projetos inabilitados;

15 inscritos na categoria II (Circulação de Espetáculos), sendo 1 projeto inabilitado;

14 inscritos na categoria III (Equipamentos e Materiais), sendo 4 projetos inabilitados;

Área Dança, total de 39 projetos, sendo:

6 inscritos na categoria I (Manutenção de Espaços Cênicos), sendo 3 projetos inabilitados;

28 inscritos na categoria II(Circulação de Espetáculos), sendo 3 projetos inabilitados;

5 inscritos na categoria III (Equipamentos e Materiais), sendo 2 projetos inabilitados;

Área de Teatro, total de 121 projetos, sendo:

28 inscritos na categoria I (Manutenção de Espaços Cênicos), sendo 3 projetos inabilitados;

76 inscritos na categoria II (Circulação de Espetáculos), sendo 2 projetos inabilitados;

17 inscritos na categoria III (Equipamentos e Materiais0, sendo 1 projeto inabilitado;

Em caso de dúvidas, os proponentes poderão entrar em contato através do e-mail cenaminas@cultura.mg.gov.br ou pelos telefones (31) 3915-2660/3915-2673.

Redes Cena Minas:

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Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Capa (39)

Os dias 20, 21 e 22 de dezembro do ano da graça de Deus de 2013 marcaram profundamente a cultura diamantinense. Pessoas que alcançaram ou ultrapassaram a idade provecta deste editor já se conformavam em morrer sem escutar o único sobrevivente de todos os órgãos das igrejas em que Lobo de Mesquita atuou. Daí certamente o misto de orgulho e frustração do diamantinense de ter em uma de suas esplêndidas igrejas barrocas o mais completo órgão jamais construído nesta parte das Américas - no dizer de Curt Lange - sem que nenhum ser vivente pudesse gabar-se de tê-lo ouvido. Em 1997, a Associação Comercial de Diamantina procurava caminhos para a restauração dessa preciosidade musical, como bem atesta o artigo ‘Pássaro Ferido’ (pág. 05 desta edição) endereçado à Fundação Roberto Marinho. Mas o valioso trabalho desenvolvido por Handel Cecílio Pinto da Silva, organista e professor da Faculdade Batista de Belo Horizonte, em 2006, apresentado em Brasília no XVI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música, é que foi a pedra de toque para tão importante resgate. Marco Antônio Brescia, então organista titular do Coro de Capilla da Basílica Pontifícia de San Miguel, em Madrid, abraçou o desafio do abnegado pesquisador de fazer soar o órgão novamente e, junto com ele, formou a Associação Amigos do Órgão Lobo de Mesquita, que passou a administrar o projeto a partir do convênio firmado por dom Paulo Lopes de Faria em nome da Mitra Arquidiocesana de Diamantina, do patrocínio do BNDES e do apoio do Iphan e da Ordem Terceira do Carmo.

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 646, 28 de dezembro de 2013

Assinatura da Voz de Diamantina

Um presente que todo mundo gosta de ganhar

Por apenas R$ 165,00 você recebe 52 exemplares semanalmente durante um ano

Quincas: (38) 3531-3129 e 8824-3584 - vozdediamantina@gmail.com

Aline: (38) 8811-5707 /// Wandeil: (38) 8803-8957

*A partir da tarde das sextas-feiras, o jornal Voz de Diamantina pode ser adquirido nos seguintes locais: Banca de Geraldinho, Canastra Diamantina e Livraria Espaço B

O amanhecer de um povo

Autor: Antenor José Figueiró – antenor.figueiro@ig.com.br

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Esta foto registra o momento no dia 15 de Dezembro de 2013 em que foi celebrado o Convênio entre a Associação Comunitária de pequenos Produtores Rurais de Santana da Divisa, Baixadão e Região com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através de Emenda Parlamentar do deputado estadual Rômulo Viegas (PSDB) para aquisição de implementos agrícolas com o intuito de fortalecer e ampliar a produção de leite (uma das principais fontes de renda da região) em Santana da Divisa, Baixadão, Gordura, Capoeirão, Barreira Vermelha, Buritis, Crizorte, Ribeirão de São Domingos, Jatobá, Içara, Extrema, Pedraria, Mão Torta e Mundéu.

Uma conquista dos três mosqueteiros (Antenor, Jaques e Geraldo Pires) que contagiaram com suas utopias alguns poucos políticos.

Utopias essas que passam pelo equilíbrio socioeconômico e cultural na base da pirâmide social. São ideologias direcionadas para o alicerce da futura estrutura política de Diamantina.

Hoje somos mais fortes, soma-se ao respeito e admiração que nossos conterrâneos depositam em nós, a esperança de outro rumo, outra história escrita com mais suavidade, mais dignidade, sinceridade e honestidade trazida por Rômulo Viegas.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Polícia procura criminosos que mataram vigilante dentro de universidade em Diamantina

Fonte: Estado de Minas (clique aqui)

As Policias Militar e Civil de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, realizam nesta segunda-feira buscas na região na tentativa de prender integrantes de um grupo armado que madrugada de domingo invadiu o campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVM) no município. De acordo com informações da reitoria da universidade, o bando tinha a intenção de atacar três caixas eletrônicos instalados dentro do campus e trocou tiros com um dos vigilantes, que foi morto. Um dos bandidos também foi alvejado.
Segundo o reitor da UFVJM, Pedro Ângelo Almeida, o grupo seria formado por sete homens, que deixaram o carro a uma distância de 100 metros da entrada do campus e caminharam a pé, agachados, até a guarita. Lá renderam um vigilante que estava próximo ao local. Outro vigia, Altamiro Gomes Sales, que estava dentro da guarita, reagiu e atirou, acertando um dos assaltantes na altura do peito. Altamiro, que não tinha visto os outros bandidos, acabou sendo morto por eles, a tiros.

Os assaltantes acabaram desistindo do ataque aos caixa eletrônicos. Eles amarraram o outro vigilante em uma grade e, imediatamente, saíram do local em um carro, em alta velocidade, levando o comparsa ferido. A polícia ainda não se o criminoso sobreviveu. No domingo, a Policia Militar de Diamantina informou que averiguou todos os hospitais da região, para verificar se houve atendimento a alguma pessoa baleada, mas conseguiram êxito.

O corpo do vigia Altamiro Gomes Sales foi sepultado, nesse domingo, em Berilo, também no Vale do Jequitinhonha.

O campus da UFVJM fica distante sete quilômetros da área urbana de Diamantina. No local, estão instalados caixas eletrônicos do Banco do Brasil, do Bradesco e da Caixa Econômica Federal.

Reitoria da UFVJM divulga Nota de Condolência

Fonte: UFVJM (clique aqui)

É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do vigilante Altamiro Gomes Sales, morto covardemente por assaltantes durante sua vigília na guarita do Campus JK na madrugada do dia 22 de dezembro próximo passado.

O vigilante Altamiro agiu com coragem para refugar a quadrilha que tentava adentrar o Campus JK e, apesar do êxito em impedir o assalto, teve sua vida ceifada pelos assaltantes.

A reitoria da UFVJM, consternada com o acontecimento, apresenta suas condolências aos familiares do Senhor Altamiro.

A Instituição vem prestando todo o apoio necessário à Polícia Civil e à Empresa TBI, responsável pela segurança da UFVJM, na perspectiva de que os assaltantes sejam identificados, ao mesmo tempo em que busca meios para aumentar o sistema de segurança dos seus campi e, assim, minimizar riscos de que episódios dessa natureza voltem a ocorrer no âmbito desta Universidade.

Informativo Santa Casa de Caridade de Diamantina

Fonte: Santa Casa de Caridade de Diamantina

clip_image002Dia 19 de Dezembro de 2013 quinta-feira o provedor da Santa Casa Juscelino Brasiliano Roque, juntamente com o Deputado Federal Vitor Penido, assinaram convênio com a Secretaria de Estado de Saúde na pessoa do Dr. Antônio Jorge no valor de R$ 600.000,00, com o objetivo de compra de medicamentos para a Santa Casa de Caridade de Diamantina.

A Santa Casa de Caridade de Diamantina agradece imensamente o Deputado Federal Vitor Penido pela sua intervenção em favor desta bicentenária Instituição de saúde.

domingo, 22 de dezembro de 2013

A vingança de Milonga no Teatro Santa Izabel

CARTAZ A vingança de milonga

Vigia é assassinado na guarita do Campus II da UFVJM

Fonte: Aconteceu no Vale (cli que aqui)

Bandidos pretendiam assaltar caixa eletrônico.

Um assalto à mão armada, por volta das 3h00 da madrugada deste domingo (22/12), vitimou o segurança conhecido como “Altamiro”, 34 anos, da empresa TBI Segurança. A vítima é natural de Berilo/MG.

Segundo informações, no momento da ação dos criminosos, havia 3 vigias no local, sendo 2 na guarita e um outro trabalhava fazendo ronda de motocicleta. Dos que estavam na guarita, um foi baleado e faleceu no local, e outro também foi baleado e amarrado, no momento da chegada da PM, este tinha conseguido se soltar e estava em estado de choque. O terceiro vigia não presenciou o crime.

Um dos criminosos também foi alvejado e está internado no Hospital da cidade.

Clique aqui para saber mais.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Avaliação da qualidade ambiental da água superficial do Córrego Quatro Vinténs no Município de Diamamntia

Baggio, H.; Menenes, T. S.; ; Freitas, M. O.; Araujo, A. D. - UFVJM - Laboratório de Geoquímica Ambiental

Historicamente, a presença da água tornou-se fator determinante para a estruturação dos centros urbanos e rurais, visto que, a água se fez muitas vezes imprescindível para bens que vão além, do consumo direto, como para higiene pessoal, também para o transporte, dispersão de dejetos, comércio e outros. Entretanto, mesmo tendo em vista essa importância da água para o homem, o processo acelerado e desordenado de ocupação e estruturação das cidades e do campo acarreta inúmeros problemas aos cursos de água, ocasionando diversas modificações nas condições ambientais, como a interferência nos ciclos biogeoquímicos. Essas interferências antropogênicas se dão, principalmente pela poluição nas áreas dos grandes rios. A degradação dos recursos hídricos mostra-se em um estágio intensificado e os esgotos domésticos, industriais e rurais são grandes responsáveis pela contaminação das águas dos afluentes (BAGGIO, 2008). A composição da água afeta diretamente nas condições de vida dos componentes naturais do ecossistema: fauna, flora e microorganismos. Além disso, o estado de uma rede fluvial influencia as condições socioambientais da população e há uma relação direta entre a poluição hídrica e a saúde humana (BAGGIO, 2008). Por isso, essas questões ambientais relacionadas à qualidade da água merecem ampla discussão, principalmente com a atual intensificação da poluição e contaminação das águas superficiais (RIBEIRO, 2007), o que influencia na potabilidade da água. O município de Diamantina tem por responsabilidade a manutenção do bem-estar da população, conciliando o mesmo com a preservação do ambiente local, haja vista as características geoambientais da área e também, por se tratar de uma cidade patrimônio cultural da humanidade. Na legislação brasileira encontra-se apoio da Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA N° 357 de 17 de março de 2005 – que dispõe acerca da qualificação dos corpos de água e prescreve diretrizes ambientais para seu enquadramento – bem como estabelecendo condições e padrões de lançamento de efluentes. Além desta, a Portaria N° 518 de 25 de março de 2004, elaborada pelo Ministério da Saúde dispõe acerca da potabilidade da água. O Córrego Quatro Vinténs é um importante afluente do rio Jequitinhonha no município de Diamantina e geograficamente, faz parte da Serra do Espinhaço Meridional, drenando litologias do Supergrupo Espinhaço. A escolha da sub-bacia para a pesquisa se deu em função das particularidades naturais e das características antrópicas presentes na área.

O córrego Quarto Vinténs drena área urbanas (médio cursos) e áreas rurais (baixo curso), o efluente gerado é lançado in natura no canal fluvial, o que, influencia na qualidade geoquímica ambiental de sua água. Para elaborar um retrato dos impactos negativos causados pelo uso e ocupação antrópica na sub-bacia, tomou-se para estudo os parâmetros: turbidez e cor da água, cujas concentrações podem ser mensuráveis fisicamente, tratando-se então, de parâmetros físicos visíveis. O presente estudo visa contribuir com conhecimentos sob a qualidade geoquímica ambiental da água superficial do Córrego Quatro Vinténs no município de Diamantina – nordeste do Estado de Minas Gerais. Dessa forma, entende-se este trabalho como sendo um referencial sobre a dinâmica das águas de superfície. Este, posteriormente, servirá como um instrumento de monitoramento ambiental da área. A pesquisa tem como principal objetivo analisar a concentração dos seguintes parâmetros físico-químicos: Turbidez e a Cor da água ao longo do perfil longitudinal do córrego, correlacionando os resultados aos ambientes naturais e às interferências antropogênicas, comparando-os também com os valores orientadores estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 e Portaria do Ministério da Saúde nº 518/2004.

Clique para ler o artigo completo.

Leia na Voz de Diamantina desta semana

Capa (38)Penso que em qualquer parte do mundo cristão o Natal é tempo de nostalgia. Que, em vez da melancolia pelo afastamento da terra de nascença (mormente se ela for Diamantina), traz aos seus moradores lembranças da meninice, e aos seus filhos que tiveram de ir embora, saudades de uma cidade que mais parece um presépio em meio à serrania. Nesta época de ameaçadores temporais, principalmente no estado apelidado de caixa d’água do país, como é bom ver Diamantina escorrendo pelas encostas, engrossando os riachos que descem pelos seus becos e se espraiam nas ruas mais largas e praças. Ao contrário de outras cidades em que os morros e barrancos deslizam e causam repetidas catástrofes, quando as águas de fim de ano dão trégua, ressurge uma Diamantina limpinha, cheirosa, o calçamento de pedras brilhando de asseado, como se um poderoso rodo celeste a tivesse enxugado e direcionado as enxurradas aos riachos que a contornam, ao mesmo tempo em que jardineiros divinos afofam os areais da Serra do Cruzeiro, vestindo-os ora do verde das campinas, ora de brancas e esvoaçantes névoas. Num átimo, as imponentes lapas das bordas do Espinhaço que emolduram a terra dos diamantes são despertadas de longo sono hibernal por encachoeirados pluviais que saltitam por entre suas frestas, infiltram-se nas gretas de seu dorso pétreo e fertilizam sempre-vivas, líquens e um mundo de tenras plantinhas. Este é o carinhoso modo com que a natureza acorda os meninos de Diamantina para colher as mais brancas areias, as mais roladas pedrinhas e os mais singelos arbustos que enfeitam os presépios em torno dos quais rezam e se confraternizam as famílias.

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 645, 21 de dezembro de 2013

Assinatura da Voz de Diamantina

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*A partir da tarde das sextas-feiras, o jornal Voz de Diamantina pode ser adquirido nos seguintes locais: Banca de Geraldinho, Canastra Diamantina e Livraria Espaço B

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Informativo Gruta do Salitre

clip_image002A Gruta do Salitre está fechada à visitação pública devido ao forte período chuvoso. As rochas estão muito escorregadias e há pontos críticos que dificultam a acessibilidade e geram riscos e desconfortos aos visitantes, tais como alagamentos, erosões e deslocamentos de pedras nas escadas. Além disso, a dificuldade logística de manter no local os monitores protegidos da chuva e o acentuado declínio do número de visitantes nos meses de dezembro e janeiro inviabiliza a manutenção do pagamento dos monitores (jovens de Curralinho) responsáveis pelo monitoramento da visitação, limpeza e segurança do local.

Após o dia 10 de janeiro de 2014, as visitas poderão ocorrer em qualquer dia da semana mediante aviso e agendamento prévio, de acordo com as condições climáticas do dia, da inexistência de restrições de acessibilidade e da disponibilidade de monitores.

Agradeço a compreensão de todos. Gentileza compartilharem este comunicado.

Contatos

FONE: 38.3531-2197 (segunda a sexta-feira) / Email: grutadosalitre@biotropicos.org.br

Alexsander A. Azevedo - Gestor – Gruta do Salitre

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Chuva forte causa desabamentos e destruição em Diamantina

Fonte: Hoje em Dia (clique aqui)

1Uma forte chuva causou destruição em Diamantina, na região do Alto Jequitinhonha, nessa sexta-feira (13). Segundo a Guarda Municipal e o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou gravemente ferido.

Segundo o Corpo de Bombeiros, ocorreram desabamentos, deslizamentos, enchentes, inundações em residências e em lojas, dentre outras ocorrências. Os militares precisaram retirar moradores de áreas de risco e distribuir lonas. Foram feitas, ainda, vistorias nos locais de risco.

Os bombeiros orientaram a população com relação aos cuidados a serem tomados durante o período chuvoso.

O comandante do 3º Pelotão de Bombeiros, César Ferreira, acionou o efetivo administrativo para atuar nas ocorrências.

Um plano de ações e colaboração entre os órgãos públicos foi realizado para dar apoio à população. As vistorias foram intensificadas.

Orientação

Os moradores de Diamantina foram, também, alertados por rádios, televisões e jornais sobre os riscos do período chuvoso.

Atenção

A Guarda Municipal da cidade relatou que deve chover durante a semana e o fim de semana.

Cliuqe aqui para ver outas fotos.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Teatro Santa Izabel apresenta a última comédia do ano

Apresentação do espetáculo A Vingança de Milonga.
Curta, Compartilhe e Divirta-se!

Merry Christmas no Teatro Santa Izabel

Uma apresentação que vai marcar a noite do mês de Dezembro com sons e vozes em MERRY CHISTIMAS CONCERT a Orquestra Jovem de Diamantina e o Coral Eny Assumpção Baracho no Teatro Santa Izabel - Diamantina MG. Participe!!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Passadiço Virtual completa meio milhão de visualizações e ganha identidade visual

09Nesta última semana o blog Passadiço Virtual alcançou a marca de 500 mil visualizações. Um número que muito nos orgulha, pois somos um blog independente, produzido de forma totalmente  amadora e sem fins comercias. A proposta é compartilhar ideias, notícias, acontecimentos e reflexões sobre Diamantina, seu cotidiano, sua gente e sua cultura.

Para comemorar  estamos lançando a identidade visual do blog. A ilustração foi produzida pelo talentoso  e versátil  Silvio Diogo.  Uma imagem que nos remete ao diálogo diamantinense entre a tradição e a modernidade.

Sílvio Diogo nasceu em Uberaba (MG) em 1982, cursou jornalismo na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Publicou os livros de poemas Respingos e clamores: libreto do fundo do peito liberto (2005) e Desenho do chão (2008), além da tradução de O olho da mulher, poesia reunida de Gioconda Belli, da Nicarágua (2012). Desenvolve trabalhos de ilustração, caligrafia, arte gráfica e edição de livros. Atualmente é produtor cultural na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Diamantina (MG).

Espero que gostem e continuem acompanhando o blog em 2014.

Grande e fraterno abraço a todos.

Quase 40 anos depois, permanecem duas teses para a morte de JK

Fonte: Estado de Minas – 15/12/2013 (clique aqui)

As três gerações de peritos que analisaram as circunstâncias da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek em um acidente de carro, em 22 de agosto de 1976, não têm a menor dúvida sobre o que ocorreu naquele fim de tarde de domingo no quilômetro 165 da Via Dutra. Todos eles afirmam, categoricamente, que a tragédia foi resultado de uma batida de trânsito comum, em que o Opala dirigido pelo motorista do ex-presidente, Geraldo Ribeiro, perdeu o controle e atravessou o canteiro central da estrada após ser atingido, de leve, por um ônibus da Viação Cometa. O carro acabou colidindo com um caminhão no sentido contrário. Na última terça-feira, a Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo aprovou um documento com 90 pontos com supostos indícios de que a morte do ex-presidente foi resultado de uma conspiração dos militares.

Os peritos que prepararam os laudos na época do acidente ganharam o respaldo de quatro outros profissionais que fizeram a exumação do corpo de Geraldo, em 1996, e de dois peritos que auxiliaram os trabalhos de uma comissão especial criada no Congresso para investigar as causas da morte de JK, em 2001. O colegiado foi presidido pelo então deputado federal Paulo Octávio, casado com Anna Christina Kubitschek, neta do ex-presidente.

Sem acreditar que a morte de JK foi consequência de uma batida de carro comum, seu ex-secretário Serafim Jardim, autor do livro Juscelino Kubitschek — Onde está a verdade?, pediu a exumação do corpo de Geraldo em 1996, após a morte de dona Sarah Kubitschek. Uma das versões, até hoje não comprovada, é de que o motorista levou um tiro na cabeça e, por isso, perdeu o controle do carro e bateu no caminhão. O tiro teria partido de um veículo Caravan, que emparelhou com o Opala na pista. Porém, a perícia feita nos anos 1990, em um trabalho assinado por quatro profissionais, derruba essa tese.

Clique aqui ára ler reportagem completa.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Capa (37)A menos de uma semana da veiculação, neste espaço, do patético editorial do jornal de uma cidade vizinha que bem revelava a cobiça que este velho e respeitável burgo pode involuntariamente despertar, a moeda comemorativa de Diamantina, que faz parte da série ”Cidades Patrimônio da Humanidade no Brasil”, foi lançada na última sexta-feira, 06/12, no Teatro Santa Isabel, com a presença dos diretores do BC, Altamir Lopes (Administração) e Antero Meirelles (Fiscalização), além do chefe do Departamento do Meio Circulante, João Sidney de Figueiredo Filho.

Em texto publicado em sua página na internet, o BC lembra que o nome da cidade de Diamantina está ligado à mineração de diamantes no século 18 e que, por conta desse negócio, o local foi submetido a uma administração especial que isolou a região e desenvolveu uma cultura original e única. "Os materiais, as formas e as cores de sua arquitetura apresentam uma simplicidade refinada, que se distingue radicalmente da arquitetura barroca rococó predominante da época. Diamantina é notavelmente integrada à paisagem natural ao seu redor, formando com a Serra dos Cristais um todo inseparável. O título de Patrimônio da Humanidade, conferido pela Unesco em 1999, se deve à perfeita associação entre a visão urbana e arquitetônica de Diamantina e a paisagem selvagem, consolidando um belo exemplo da mistura de espírito aventureiro e desejo de refinamento, tão característicos da ação e ocupação humana", diz o BC. A moeda, cunhada em prata, custa R$ 180 e traz imagens do passadiço da Casa da Glória, construção que é um dos marcos do município, e da vesperata, evento cultural tradicional da cidade. A série já homenageou as cidades de Brasília (DF), Ouro Preto (MG) e Goiás (GO).

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 644, 14 de dezembro de 2013

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Medicina já é realidade na UFVJM

Fonte: UFVJM (clique aqui)

Foi publicada hoje, no Diário Oficial da União, a Portaria SERES nº 654, de 11 de dezembro de 2013, autorizando o Curso de Medicina para o Campus de Diamantina da UFVJM.

O curso terá início no 1º semestre de 2014, de acordo com o Calendário Acadêmico da UFVJM, ou seja, 31 de março de 2014.

A forma de ingresso se dará via Enem/Sisu

MEC autoriza 160 novas vagas para cursos de medicina em federais de Minas

Fonte: Estado de Minas – 12/12/2013

O Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação de mais 160 vagas para cursos de medicina no interior de Minas Gerais. Serão 60 novas vagas para graduação na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), 40 para a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e 60 para Universidade Federal de Alfenas (UFAL). No caso da UFVJM, o curso será ofertado no câmpus de Diamantina.

Clique aqui para continuar lendo.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Parque das sempre-vivas: expropriação territorial e violação de direitos de quilombolas e comunidades tradicionais

Autores: Claudenir Fávero: Doutor em Agronomia, Coordenador do Núcleo de Agroecologia e Campesinato (NAC/UFVJM) e Andréa Zhouri: Doutora em Sociologia, Coordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais  (GESTA/UFMG).

Fonte: Combate Racismo Ambiental (clique aqui)

O Parque Nacional das Sempre-vivas (PNVS) é só mais um exemplo, no Brasil, de criação de unidade de conservação de proteção integral sobre territórios tradicionais, neste caso, de comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas e quilombolas. Nesta porção da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, um visitante desavisado pode ser levado a acreditar que toda a beleza da natureza preservada e pujante que ali se encontra ocorre sem a presença humana, que a serra é vazia. Um ledo engano.

Desde a presença dos primeiros habitantes, que as pinturas rupestres revelam – dizimados e afugentados pelo colonizador europeu – e, posteriormente, com a chegada dos africanos escravizados[1] – deserdados a própria sorte após a Lei Áurea (1888) -, os cantos de serra, as grotas, os vales e campos dessa região foram intensamente ocupados e utilizados. Ao longo do tempo, esses grupos valeram-se dos recursos naturais disponíveis, dos conhecimentos transmitidos por gerações e da invisibilidade estratégica para sobreviver.

Aos primeiros habitantes escravizados desta região foi imposto, sob chibata, o ofício de extrator de pedras preciosas. Conforme relato de Saint-Hilaire:

O processo de administração dos diamantes sofreu também modificações em diferentes épocas. Vou mostrar o que ela era em 1817, [...]. Os lugares onde se extraem diamantes chamam-se serviços. Cada serviço tem um guarda-armazém e um moleiro, cargos da mesma categoria e do mesmo vencimento dos feitores. Os diferentes serviços são dotados de carpinteiros, serralheiros, etc., do mesmo nível dos feitores e tendo sob suas ordens vários escravos. Todos os escravos ocupados nos diversos serviços pertencem a particulares que os alugam à administração. Houve tempo em que seu número ascendeu a três mil [...]” (Auguste De Saint-Hilaire – Viagem Pelo Distrito Dos Diamantes e Litoral do Brasil, 2004 [1833], p. 14 e 16).

Após o cativeiro, mesmo continuando com o ofício de garimpeiro, enquanto foi permitido, este não garantia todas as condições de sobrevivência. Foi necessária a busca de produtos alimentares e medicinais diretamente na natureza e o desenvolvimento de cultivos e criações que lhes garantisse a segurança e a soberania alimentar, complementadas pelas estratégias de comercialização e trocas a grandes distâncias, viabilizadas pelos tropeiros.

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No decurso da história, os meios necessários para a manutenção e reprodução social das comunidades tradicionais formadas por indígenas, quilombolas e camponeses que se encontram nesta região, foram viabilizados em interação com o meio. Essas comunidades desenvolveram estratégias variadas de uso, manejo, conhecimento e representações simbólicas relativas a esses ambientes. Desde a alimentação até os vestuários e artefatos utilizados no cotidiano foram obtidos diretamente dos elementos da natureza. Em função das possibilidades de comercialização, a coleta de flores e outros produtos dos cerrados e campos de altitude passou a ser praticada. Assim, essas comunidades tradicionais se tornaram “apanhadoras de flores sempre-vivas”. Nesta perspectiva, uso e conservação estão intimamente imbricados, pois destes recursos depende a continuidade da existência.

A coleta de flores: cultura e economia

A identidade “apanhadores de flores sempre-vivas” identifica grupos com práticas e saberes tradicionais envolvendo uma pluralidade de atividades que ocupam e utilizam diversos ambientes com fluxos e sazonalidades temporais e espacias que inclui: o cultivo das roças e quintais nas partes mais baixas ou planas do relevo, próximas aos cursos d’água ou em ambientes em que o solo propicia o cultivo nas estações chuvosas; a criação de animais de pequeno porte próxima aos quintais e a solta de gado nos campos de altitude nas estações mais secas do ano; e a coleta de flores secas (como são conhecidas) em diferentes épocas de maturação das inflorescências, dependendo de cada espécie, mas com uma concentração no período de janeiro a maio, época em que famílias inteiras se deslocam para as partes mais altas da serra e habitam “lapas[2]” ou ranchos construídos com materiais locais.

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Ainda que a coleta de flores não seja a única atividade que se realiza sobre a serra, essa identidade aproxima as comunidades de distintos locais que fazem uso comum de terras tradicionalmente ocupadas[3] ao longo de gerações. A condição de população tradicional das comunidades que habitam a área delimitada como PNSV foi atestada em parecer antropológico emitido pelo 6ª. Câmara do Ministério Público Federal:

“Como os dados da pesquisa de campo demonstraram, as populações locais que ocupam a área do Parque Nacional das Sempre-vivas e sua área de amortecimento, há mais de um século, constituem uma população tradicional de apanhadores de flores. São descendentes de lavradores da terra e de garimpeiros que desenvolveram em comum saberes e modos de vida articulados com a natureza da Serra do Espinhaço, que lhes oferecia quase tudo que necessitavam – madeira para lenha e construção de suas casas, palhas para cobertura das moradias, remédios do mato, frutos e flores nativos.

A terra que ocupam é um território, um bem coletivo, pois foi construído socialmente como espaços de pertencimento necessários à sua reprodução física, social, econômica e cultural. Seu modo de vida é dependente do meio ambiente em que vivem e suas atividades principais são a agricultura de subsistência com manejo de gado e o extrativismo de sempre-vivas, atividade mais importante na geração de renda.

Nas narrativas dos moradores do Parque Nacional das Sempre-vivas, natureza e cultura formam uma teia de significados, de saberes e atividades tradicionais da Serra do Espinhaço que constroem sua identidade de apanhadores de flores” (Dra. Ângela Maria Baptista – Antropóloga. Parecer Pericial n0 083/2011 – 6a Câmara de Coordenação e Revisão – Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais/Ministério Público Federal, 2011, p. 43 e 44).

As comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas detêm conhecimentos aprofundados sobre as espécies de flores, caros à sua conservação: em que ambiente cada espécie ocorre; em quais épocas do ano as inflorescências de cada espécie estão maduras o suficiente para serem coletadas e garantir o ressemeio; qual a melhor forma de coletar as inflorescências sem arrancar as plantas; quais espécies necessitam do manejo com fogo controlado para sua perpetuação; quais espécies suportam o pastejo de animais na área antes da emissão das inflorescências etc, etc. Este acúmulo de conhecimentos é fruto da coexistência que leva a interdependência e a co-evolução entre espécies. A paisagem e a riqueza em biodiversidade encontrada na região delimitada como PNSV e que foi justificativa para sua criação é resultado, também, da presença humana e seus modos tradicionais de vida.

A receita obtida pela venda das flores e demais produtos resultantes da coleta pode significar a maior fonte de renda monetária de uma família. Entretanto, ela pode representar uma complementação junto à renda obtida pela venda de animais e produtos oriundos da agricultura, por exemplo. De qualquer forma, ela cumpre papel importante nas estratégias de reprodução econômica, social e cultural das famílias.

Estudos realizados pelo Núcleo de Estudos em Ecofisiologia Vegetal da UFVJM (entre 2005 e 2012) comprovam que as principais espécies de sempre-vivas coletadas e que vêm sendo consideradas em risco de extinção podem ser cultivadas obtendo-se elevada produtividade, desde que sejam cultivadas em ambientes similares aos campos nativos, ou seja, nos campos de altitude utilizados pelas comunidades. Além disso, a partir das pesquisas realizadas é possível estabelecer critérios de manejo sustentável para as demais espécies junto às comunidades que acumulam vasto conhecimento a respeito.

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Isso indica a potencialidade do manejo sustentável de espécies nativas que se traduzem em produtos exclusivos desta região e que podem continuar gerando renda para dezenas de comunidades tradicionais que se encontram nesses campos. Certamente, ao sair da “invisibilidade” a atividade passa a demandar normatizações específicas que viabilizem sua continuidade. Requer, portanto, organização de procedimentos específicos e políticas públicas adequadas à atividade de forma a promover a atividade que traz consigo a cultura e a história dessas comunidades. Fato que ocorreu com outras atividades ao longo do tempo e que cabe ao contexto colocado, considerando-se uma sociedade que busca fortalecer as potencialidades locais e promover a inclusão social.

Ilegalidade, violação de direitos e violência na criação e implantação do Parque

O Parque Nacional das Sempre-vivas foi criado pelo Decreto Presidencial s/n, de 13 de dezembro de 2002. A tramitação, nos órgãos ambientais, do processo de criação ocorreu após a aprovação da Lei que estabeleceu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e o Decreto que regulamentou a Lei foi publicado anteriormente a sua criação, Decreto no4.340, de 22 de agosto de 2002.

A Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, estabelece em seu Artigo 22, § 2º que: A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento”, complementado pelo § 3º: No processo de consulta de que trata o § 2º, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas” (grifos nossos).

O Decreto no 4.340, de 22 de agosto de 2002, ratifica e regulamenta: Art. 5º  A consulta pública para a criação de unidade de conservação tem a finalidade de subsidiar a definição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para a unidade. § 1º A consulta consiste em reuniões públicas ou, a critério do órgão ambiental competente, outras formas de oitiva da população local e de outras partes interessadas. § 2º No processo de consulta pública, o órgão executor competente deve indicar, de modo claro e em linguagem acessível, as implicações para a população residente no interior e no entorno da unidade proposta”(grifos nossos).

Segundo os ritos de criação de UCs, os estudos técnicos devem preceder sua proposição levando-se em conta as características socioeconômicas e ambientais para se definir qual a categoria da unidade. Entretanto, no caso do PNSV não ocorreu dessa forma. Mesmo confirmada a importância do uso da área para as famílias da região – a exemplo da coleta de flores e criação de animais – foi definida pelo órgão ambiental a criação de uma unidade de proteção integral que proíbe o extrativismo vegetal dentre outras atividades em seu interior. Além disso, o parque foi delimitado após um sobrevoo da área realizado por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e atingiu o território de mais de uma dezena de comunidades tradicionais[4].

A maioria dos comunitários só ficou sabendo da existência do parque e das implicações do mesmo para suas vidas quando, a partir de 2007, assumiu a gestão da unidade uma esquipe técnica que no afã de implantar a unidade a qualquer custo, desconsiderou a condição de comunidades tradicionais e violou direitos previstos por lei nacionais através de práticas como ameaças, constrangimentos, intimidações, destruição de plantações e instalações familiares. Sem entendimento do que estava acontecendo, os comunitários tiveram seus modos de vida criminalizados e sujeitos a multas e prisões. Cabe ressaltar que a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil é signatário, promulgada pelo Decreto no 5.051, de 19 de abril de 2004, que tem força constitucional e estabelece direitos as comunidades tradicionais, bem como, o Decreto no 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, que estabelece a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais são anteriores a esta época.

Organização e reivindicação de direitos pelas comunidades tradicionais

Com o tempo, as comunidades tradicionais atingidas pelo PNSV foram compreendendo a política de criação de unidades de conservação e tomando consciência dos seus direitos. No início de 2010, a partir de debates e reflexões sobre os conflitos socioambientais envolvendo comunidades tradicionais na região de Diamantina e a violação de seus direitos, foi criada a Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (CODECEX). Representantes das comunidades atingidas pelo PNSV compuseram a CODECEX e impulsionaram ações no sentido de contrapor as posturas ostensivas dos gestores do parque e na busca da garantia dos seus direitos. Buscaram assegurar seus direitos junto ao Ministério Público Federal, a Defensoria Pública Federal e a Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) e protocolaram reivindicações junto a Presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo parque.

É notória a ausência das ações do Estado brasileiro junto à essas comunidades tradicionais da região. Isso é expresso, por exemplo, pelo baixo acesso a políticas públicas básicas e muitas das justificativas oficiais referem-se à dificuldade de acesso e longas distâncias físicas. Entretanto, para garantir metas e compensações ambientais o mesmo não se observa. Para muitos dos moradores das comunidades atingidas, a chegada deste parque significou a primeira vez em que o Estado nacional marcou forte presença em suas vidas. Isso se deu de forma ostensiva, expropriatória e violando direitos humanos.

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As reivindicações das comunidades referem-se ao óbvio, que já deveria ter sido realizado pelos órgãos responsáveis, mesmo antes da criação da unidade conforme previsto em lei: que sejam reconhecidas como tradicionais; que sejam ouvidas, como prescreve a legislação; que sejam realizados estudos com a participação das comunidades apontando as possibilidades de continuidade do uso tradicional do território, ou seja, as possibilidades de recategorização do parque (unidade de proteção integral) para unidade de uso sustentável e a desafetação de áreas que não justifica pertencer a qualquer categoria de unidade de conservação ou que esteja sombreando com territórios quilombolas; enfim, que as comunidades não sejam excluídas socialmente, mais sim que participem da conservação ambiental.

Mesmo após um representante do  ICMBio ter declarado publicamente que a criação desta unidade de conservação como parque foi um erro; do parecer da Sexta Câmara do Ministério Público Federal ter apontado a necessidade e pertinência de recategorização da unidade; da CODECEX ter recolhido 687 assinaturas de comunitários reivindicando a constituição de um Grupo de Trabalho para a realização de estudos visando à redefinição dos limites e da categoria da unidade; e do Grupo de Trabalho ter sido constituído por determinação da Presidência do ICMBio, há dificuldades e resistências para que as reivindicações dos comunitários sejam atendidas.

Ocorrem tentativas de desqualificar e deslegitimar os representantes da CODECEX; há tentativas de desvio do objeto central das reivindicações, ou seja, de aprofundamento nas possibilidades de recategorização do parque; e o próprio Grupo de Trabalho não dispõe das condições que garantam seu pleno funcionamento, principalmente em relação a disponibilidade de recursos financeiros para viabilização dos trabalhos necessários. Há, inclusive, quem diga que não existem conflitos entre as comunidades e o parque, que estes foram forjados por terceiros, pois os comunitários recebem e dialogam com os atuais gestores da unidade quando esses chegam às suas comunidades. Antes de se fazer tais afirmações, é necessário entender o contexto histórico, os princípios e valores destas comunidades e o poder simbólico do qual é imbuído um gestor público alçado na condição de representante do Estado brasileiro perante esses grupos.

Conservação ambiental e uso sustentável

Alguns ambientalistas insistem na velha concepção de que para conservar a natureza é necessário retirar o ser humano, imputando às comunidades tradicionais o preço desta conservação ao serem expropriados seus meios e condições de vida. Em todos os biomas brasileiros experiências demonstram que a integração ser humano-natureza em sistemas fundamentados nos princípios da agro-ecologia possibilita a conservação ambiental, a geração de renda e a melhoria nas condições de vida das pessoas.

Este debate não pode ser feito a partir da perspectiva produtivista-reducionista utilizada pelo agronegócio do tipo produção/ha, renda/ha, etc. Os sistemas agroextrativistas e os modos de vida das comunidades tradicionais são muito mais diversificados e complexos. Embora para algumas famílias a comercialização dos produtos do extrativismo seja a principal fonte de geração de renda, ela não é a única e a vida das pessoas não são mantidas e resumidas, unicamente, a esta fonte de renda. Há que serem feitos, sim, estudos com a participação dos comunitários sobre as diferentes formas de manejo, técnicas e estratégias que possibilitem o uso sustentável dos recursos. No entanto, a ausência ou lacunas de conhecimentos e, até mesmo, alguns entraves legais não podem ser motivos para impedir a continuidade de uso do território pelas comunidades tradicionais e a efetivação de seus direitos previstos na legislação.

Ao mesmo tempo, afirmações descontextualizadas são apontadas no intuito de defender o indefensável – a legalidade deste parque e sua legitimidade social. Assim como, soluções superficiais são apontadas como receitas de sucesso para o futuro das comunidades fora de seus territórios. Há que se ressaltar dois aspectos. O primeiro, refere-se à pluralidade de atividades desses grupos que confere maior flexibilidade perante os contextos internos e externos à família sendo, portanto, importante estratégia econômica a viabilizar a reprodução sociocultural das famílias ao longo do tempo. O outro, é que há uma tentativa clara de despolitização do processo em questão e de legitimação da expropriação territorial e violação de direitos ora em curso.

Certamente, a paisagem, a beleza cênica e a biodiversidade não serão sucumbidas por unidades de conservação de uso sustentável. Pelo contrário, poderão ser reafirmadas tendo as comunidades locais como aliadas a viabilizar o cuidado com esta área alicerçado na ancestralidade, na noção de pertencimento e na proximidade cotidiana com seus lugares de vida. E os turistas, se acessarem a região, terão a oportunidade de conhecer os povos, tradições e histórias que habitam e conservam esta região através de gerações. Nesse sentido, as comunidades propõem abertura ao diálogo: “nós somos a favor da preservação da natureza e fizemos isso a vida inteira (…). A questão é que nós não queremos ser excluídos da preservação”. A demanda apresentada por uma liderança comunitária afirma a necessidade da noção de sustentabilidade ser tomada, também, por sentidos de justiça, democratização e diversidade cultural.

[1] Segundo Machado Filho (1985, p. 20) “Até 5.000 escravos chegaram a ser empregados nos serviços de Extração” de diamante durante o “Regimento Diamantino” – Regime especial de domínio da Coroa Portuguesa na região de Diamantina, MG, que durou cerca de 70 anos entre os séculos XVIII e XIX.

[2] Formações rochosas, tipo gruta, que permite acomodações e abrigos das intempéries naturais.

[3] Em consonância com os estudos de ALMEIDA, A. W.B. (2006) Terras de quilombo, terras indígenas, “babaçuais livres”, “castanhais do povo”, faxinais e fundos de pasto: terras tradicionalmente ocupadas.

[4] Como evidenciado pelos estudos de MONTEIRO, F. T. (2011)  Os(as) apanhadores(as) de flores e o Parque Nacional das Sempre-vivas (MG): travessias e contradições ambientais.

Show de Arthur Padua no Teatro Santa Izabel

sábado, 7 de dezembro de 2013

Lá vai Saul Moreira

O Passadiço Vrtual está muito triste. Perdemos ontem um dos mais importantes incentivadores e colaboradore. Desde o início da criação do blog, ele nos brindava com textos, dicas, informações e links interessantes sobre Diamantina, sua história e sua cultura. Mesmo distante, morando em Belo Horizonte, Saul Moreira era presença contante por aqui com contribuições e comentários cheios de humor e inteligência.

Fica aqui registrado o nosso agradecimento e a manifestação de sinceros sentimentos aos familiares.

Tomamos a liberdade de reproduzir abaixo um dos textos mais saborosos que Saul compartilhou com os leitores do Passadiço Virtual durantes esses anos, um texto elegante e gostoso de ler.

Vá em paz querido amigo, sentiremos sua falta.

O reformador do Tijuco

Autor: Saul Moreira, pulicado no Passadiço virtual em 04/07/2012.

Não sei bem por que cargas d’água me lembrei disso hoje. Talvez porque tenho lido ultimamente um monte de “notícias” vindas do Tijuco sobre pessoas dizendo que a Cidade precisa disto, disso, daquilo, daquilo outro; que se deve fazer uma coisa, outra, mais outra… Qualquer hora um doutor “progressista” vai sugerir que no lugar do Mercado Velho deve-se construir um “xópim”, com ar refrigerado, escadas rolantes… Ou talvez transformar a praça num “párquim”, asfalto, vagas demarcadas…

De repente − quem sabe?− um mais saudosista, recém-retornado, depois de uns 50 anos, não sugerirá, ao contrário, fechar a universidade, mandar alunos e professores e funcionários pras cucuias; reabrir a zona boêmia no centro; voltar com o calçamento pé de moleque… Talvez vetar outra vez a entrada de negros, mulatos e militares no Acayaca… Do jeito que as coisas vão, não estranharei muito “ideias” desse gênero. Mas a lembrança que me veio agora é outra, embora tenha a ver.

Como sempre, não sei em que ano o fato se deu. Mas Diamantina passava uma fase difícil: garimpos se fechando, comércio apertado, muitas famílias “de bem” se mudando pra BH ou pra Sete Lagoas ou pra Montes Claros. O Japão dizia que lá não havia mais capital de giro, mas “dívida de giro” – se um quebrasse pra valer, seria a bancarrota de um monte (previsão que se confirmou pelo menos uma vez que eu me lembre). E nem se sonhava em ser patrimônio da humanidade.

O Pedrelina já não ia muito ao bar, e o Cica, sem o bom humor do pai, assumira o comando do “É Aqui o Seu Cantinho”. E o Cica conversava pouco com quem não conhecia. Atendia bem, sorria meio de lado, mas falava pouco, só o estritamente necessário. E o estritamente dele era bem restrito mesmo. Naquela tardinha, além de mim tinha só mais uns três ou quatro bebericando umazinha e provando umas bolas − umas com farda, outras sem, de acordo com o gosto do freguês − ou um naco de maçã de peito.

Pois eis que adentra o recinto um diamantinense dos recém-retornados à boa terra. Todo fagueiro e cumprimentador, como é característica desses “voltantes”. Crente que todo mundo o reconheceria de cara, depois de uns trinta anos sem dar as caras. Evidentemente, todos fingiram educadamente que o reconheciam. E o cara pede uma pinga, finge que entende daquilo. E pede uma cerveja, serve o copo de todos… E deita falação. E pede mais uma. O Cica vai devagar, serve, passa o pano no balcão. E o cara logo pede outra, e deita mais falação. Que vai fazer e acontecer. Vai modernizar o Tijuco. Que a Cidade precisa disso e daquilo e daquilo mais… Em São Paulo é assim; no Rio, assado; em Barcelona, um monte de trem adaptável a Diamantina. Na América, ele teve um monte de ideias aplicáveis…

Pra encurtar conversa: o sujeito resolve que tem que ir embora correndo, atrasado pra um monte de compromissos que já tinha arrumado pra aquela noite (Deus haveria de saber quanta coisa ocorreria naqueles tempos de paradeiro). Distribui o resto da cerveja no copo dos presentes. Paga e sai apressado, todo amigo de infância, a boca cheia de dentes, gola da camisa suja de gordura.

Faz-se um silêncio total no bar, nós esperando a reação do Cica. Ele passava e repassava o pano no balcão, cabeça meio de banda. Daí a pouco ri de lado e solta: − Como já tô careca de ver, daqui a um mês esse buta quer mudar mais coisa nenhuma aqui. Esperem só pra ver… E foi remexer devagar a carne cozida naquele “mostruário” quente em cima do balcão. E a gente explodiu as gargalhadas suspensas durante toda a falação do novo Reformador do Tijuco − naquele tempo a gente ria à toa à toa.

*Ilustração retirada do perfil de Erildo Nascimento no Facebook.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Gestão da Qualidade: Auditoria Interna na Santa Casa de Caridade de Diamantina

Fonte: Alessandra Fagundes Serrano – Santa Casa de Caridade de Diamantina

clip_image002[4]Nos dias 25 e 27 de Novembro o Instituto de Acreditação e Gestão em Saúde - IAG, por intermédio da Santa Casa de Caridade de Diamantina promoveu o curso de Auditoria Interna com base no Manual Brasileiro de Acreditação da ONA 2010, ISO 9001:2008 e legislações aplicáveis, para 23 coordenadores de setores.

“É muito interessante este trabalho, pois podemos ter uma visão macro do nosso setor”, afirma José Carlos, técnico de segurança do trabalho.

“Foi de grande crescimento para o setor auditado e contribuiu para o meu setor, porque proporcionou apontamentos que podem ser aprimorados”, explica Paulo Henrique, Enfermeiro RT da Santa Casa.

O curso teve o objetivo de apresentar a estrutura e interpretação dos requisitos do Manual ONA e ISO e a capacitação de auditores internos, com aprimoramento dos aspectos de conduta, senso crítico, critérios de amostragens, abordando todas as fases de um processo de auditoria.

Nos dias 27, 28 e 29 de Novembro, iniciou-se o ciclo de auditorias na Instituição, tendo como auditora líder Luna Cosenza, do IAG, e auditores observadores Alessandra Fagundes, responsável pelo Escritório da Qualidade e mais 02 auditores internos. Os setores auditados neste período foram Centro de Terapia Intensiva, SAME, Hemodiálise e Qualidade. Os demais setores serão auditados em Fevereiro/2014.

“A auditoria faz apontamentos importantes para a melhoria do nosso processo”, pontua Cláudio, auxiliar de arquivo.

“Extremamente importante para pontuar as oportunidades de melhoria, norteando a equipe para a busca da certificação”, aponta Márcia, fisioterapeuta responsável pela qualidade do CTI.

“A auditoria interna é uma contribuição para os apontamentos das conformidades e oportunidades de melhoria, tornando a empresa mais sólida e com processos mais seguros, preservando a melhoria contínua do serviço e o equilíbrio social sistêmico”, relata Valeria Andrade, coordenadora do Serviço de apoio

Iniciativas do tipo são essenciais na busca pela qualidade. As auditorias são realizadas em setores cujo profissional não possui afinidade no processo operacional, contribuindo para a formação da visão sistêmica. Não existe gestão da qualidade sem o envolvimento de todos.

Qualidade é resultado de uma mudança cultural, e não um processo isolado, área ou gestão; onde cada parte questiona continuamente se as atividades realizadas poderiam ser feitas de uma maneira melhor.

“Há dois anos, a equipe multidisciplinar da Hemodiálise, trabalha sob a coordenação do Escritório da Qualidade, no processo de melhoria da qualidade do serviço. Nesta semana tivemos nossa primeira auditoria interna, foi um momento de ansiedade e satisfação, pois entendemos a importância e a necessidade da qualidade nos nossos processos. Como de costume, a equipe da Hemodiálise estava empenhada e unida neste processo, sabemos que ainda há muito que melhorar, mas já estamos no caminho certo!”, explica Larissa Cordeiro, Enfermeira RT da Hemodiálise.

“O processo foi de grande valia para a instituição, no sentido de uma melhor visualização dos processos internos. Ficou bem clara a importância da intersetoriedade” afirma Aline Barcelar, farmacêutica.

A cada etapa deste processo de certificação, é notável o amadurecimento dos colaboradores na busca da qualidade, bem como o entendimento de que quaisquer não conformidades identificadas são recebidas como oportunidades de melhoria operacional e profissional.

É com grande satisfação que agradeço o envolvimento e dedicação de todos os nossos colaboradores.