quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Filarmônica de Minas Geais apresenta-se em Diamantina nas comemorações do ano jubilar da cidade


Gratuita e aberta ao público, apresentação celebra os 100 anos de Diamantina como Arquidiocese e os 150 anos do Seminário Sagrado Coração
no dia 30 de setembro, às 20h, na Praça Sagrado Coração de Jesus


Orquestra Filarmônica de Minas Gerais realiza turnê estadual na cidade de Diamantina (MG) dentro das comemorações do Ano Jubilar da cidade, que celebra os 100 anos de Diamantina como Arquidiocese e os 150 anos do Seminário Sagrado Coração. O concerto gratuito será realizado no dia 30 de setembro, na Praça Sagrado Coração de Jesus, às 20hNo repertório, grandes obras do repertório sinfônico. Entre elas, Passacaglia e fuga em dó menor, de Bach/StokowskiAbertura Festiva, de Camargo GuarnieriTrês Peças Nordestinas, de Clóvis PereiraOrfeu e Eurídicie: Dança dos Espíritos Abençoados, de Gluck, Rapsódia Húngara nº 2 em dó menorde Liszt/Müller-Berghaus e Guia Orquestral para Jovens, de Britten. A regência é do maestro Marcos Arakaki, que tem uma longa trajetória artística tanto na Filarmônica como em outras orquestras de destaque no Brasil e no exterior.

“Tocar em Diamantina novamente é um grande prazer, por sua importância e profunda ligação com a música. E, neste momento tão importante para sua Arquidiocese e para o Seminário, buscamos um repertório ao mesmo tempo reflexivo e alegre”, comenta o maestro Marcos Arakaki.
“Preparamos extensa programação jubilar, envolvendo todas as regiões da nossa Arquidiocese e, também, as igrejas sufragâneas que fazem parte da circunscrição eclesiástica do centro-norte de Minas Gerais, as Dioceses de Almenara, Araçuaí, Guanhães, e Teófilo Otoni”, ressalta o Arcebispo Metropolitano de Diamantina, Dom Darci.
Este concerto é apresentado pelo Governo de Minas Gerais e Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) e conta com o apoio da Prefeitura de Municipal de Diamantina, por meio de sua Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio, bem como da Arquidiocese de Diamantina.

O maestro Marcos Arakaki

Marcos Arakaki é Regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais e colabora com a Orquestra desde 2011. Sua trajetória artística é marcada por prêmios como o do 1º Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes 2001 e o Prêmio Camargo Guarnieri 2009, ambos como primeiro colocado. Foi também semifinalista no 3º Concurso Internacional Eduardo Mata, realizado na Cidade do México em 2007.

Marcos Arakaki tem dirigido outras importantes orquestras tanto no Brasil como no exterior. Estão entre elas as orquestras sinfônicas Brasileira (OSB), do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, a Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica, Orquestra Experimental de Repertório, orquestras de Câmara da Cidade de Curitiba e da Osesp, Camerata Fukuda, dentre outras. No exterior, dirigiu as orquestras Filarmônica de Buenos Aires, Sinfônica de Xalapa, Filarmônica da Universidade Autônoma do México, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e a Boshlav Martinu Philharmonic da República Tcheca.

Marcos Arakaki foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira e regente titular da OSB Jovem e da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Natural de São Paulo, Marcos Arakaki é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts, Estados Unidos. Recebeu orientações de David Zinman na American Academy of Conducting at Aspen e participou de masterclasses com os maestros Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner.

Nos últimos dez anos, Marcos Arakaki tem contribuído de forma decisiva para a formação de novas plateias, por meio de apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concertos através de turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua, ainda, como coordenador pedagógico, professor e palestrante em diversos projetos culturais, instituições musicais, universidades e conservatórios de vários estados brasileiros.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Com quase dez anos de vida, a Filarmônica de Minas Gerais recebeu sete prêmios de cultura e desenvolvimento social, efetivando-se como um dos projetos mais bem-sucedidos de Minas Gerais e do Brasil no campo da música erudita. Sob a direção artística e regência titular de Fabio Mechetti, a Orquestra é atualmente formada por 90 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas Central, do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Até o momento, a Filarmônica realizou 700 concertos, para mais de 900 mil pessoas, sendo que mais de 40% do público pôde assistir às apresentações gratuitamente. Em Diamantina, a Orquestra tocou em 2008, atraindo 3 mil pessoas, e em 2012, para um público de 3100 pessoas. O impacto desse projeto artístico durante os anos também pode ser medido pela geração de 60 mil oportunidades de trabalho direto e indireto.


Serviço

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Ano Jubilar de Diamantina -
30 de setembro, sábado, às 20h
Diamantina -  Praça Sagrado Coração de Jesus

Marcos Arakaki, regente

BACH/Stokowski                   Passacaglia e fuga em dó menor
C. GUARNIERI                        Abertura festiva
C. PEREIRA                             Três peças nordestinas
GLUCK                                     Orfeu e Eurídice: Dança dos Espíritos Abençoados
LISZT/Müller-Berghaus       Rapsódia Húngara nº 2 em dó menor
BRITTEN                                 Guia Orquestral para jovens, op. 34


Entrada Gratuita

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Procon-MG interdita estabelecimentos em Diamantina e apreende 1,5 tonelada de alimentos irregulares


Uma operação do Procon-MG em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, autuou 37 estabelecimentos por irregularidades e apreendeu 1,5 tonelada de alimento nos 53 açougues, supermercados e padarias que foram fiscalizados. 

Oito interdições totais e seis parciais foram feitas, mas, logo após, alguns fornecedores reabriram seus estabelecimentos, o que provocou a condução deles até a delegacia por descumprimento da ordem de interdição. 

Foram apreendidos 370 quilos de carne bovina, 345 quilos de carne suína, 384 quilos de queijos, 1.440 ovos de galinha de granja e 330 quilos de outros produtos de origem animal. 

Os principais problemas encontrados foram carne bovina sem procedência e sem nota fiscal, queijos sem registro do órgão competente, com registro falsificado ou adulterado, produtos vencidos ou sem prazo de validade, embalagem avariada e acondicionamento inadequado de produtos congelados. 
Foram abertos processos administrativos contra todos os estabelecimentos autuados, que tiveram 10 dias para apresentar defesa na Promotoria de Justiça da cidade. Alguns deles já regularizaram a situação e foram autorizados a voltar a funcionar. 

A fiscalização foi motivada por um grande número de denúncias de irregularidades, principalmente de abate clandestino e de produtos com prazo de validade vencido. 

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Tianastácia festeja 20 anos de carreira com disco novo movido a rock n’ roll

Banda apresenta seu novo álbum Escorrega 1 Cai 5 em Diamantina. Show será neste sábado (19), na Pousada Castelinho




Ter uma banda não é nada fácil. Ter uma banda por 20 anos é algo cada vez mais raro. Ter uma banda por 20 anos que ainda esteja criando, compondo e tocando com toda experiência que a estrada e a vida proporcionam, então, dá para contar nos dedos, mas járeserve espaço para a Tianastácia, que está lançando Escorrega 1 Cai 5, seu décimo álbum de estúdio em 20 anos dedicados ao rock n’ roll. “No Brasil, são poucas as bandas que se mantém tanto tempo juntas. É um privilegio conseguir manter essa chama acesa”, diz o vocalista Podé.

Para o lançamento de Escorrega 1 Cai 5 o Tianastácia realiza turnê por 15 cidades mineiras, além de São Paulo e Porto Alegre. EmDiamantina, o show será no dia 19 de agosto, sábado, às 19h, na Pousada Castelinho (Rua das Rosas, 65).

Acebolado, o álbum de estreia, foi lançado pelo mítico selo independente Cogumelo Records no final de 1996, e, de lá pra cá, a banda acumulou vitórias e experiências, hits e fãs por todo o Brasil. Para os vocalistas Podé e Maurinho, o guitarrista Antônio Julio e o baixista Beto Nastácia, gravar e tocar no Tianastácia é um sonho que se realiza toda vez que a banda sobe ao palco e se entrega ao público fazendo o que gosta: tocando rock. “A gente tem a obrigação de ser feliz porque a cada dia realizamos nosso sonho, que era ter uma banda de rock que fosse reconhecida. A felicidade faz parte do pacote”, justifica Podé.

Desta forma, não é de surpreender que Escorrega 1 Cai 5 se inspire nos primórdios do som do grupo, que buscou a sonoridade do rock de garagem presente nos primeiros discos, mas que aqui chegam turbinados pela produção de Barral Lima, que dividiu as funções com a banda, formada por Podé Nastácia, Antônio Julio Nastácia, Beto Nastácia e Maurinho Nastácia, e pela gravação e mixagem de André Cabelo, que foi agregado a família Nastácia por já ter trabalhado com rock e metal e conhecer bem o sonoridade que o grupo buscava para o álbum. A masterização foi feita em Chicago, no renomado Saff Mastering. O disco contou com participação especial dos músicos Alexandre Vermelho nas baterias, Claudio Faria no piano e Barral Lima no baixo, teclados e synths.

O título do disco é uma brincadeira interna da banda. “A gente tá junto há 20 anos, então temos certa cumplicidade. Então Escorrega 1 Cai 5 é meio que mexeu com 1 mexeu com 5, se 1 abre uma cerveja os 5 bebem”, explica o baixista Beto, que ainda permite uma conexão com os tristes tempos políticos atuais. “E tem a ligação com a classe política brasileira, que está demonstrando toda a sua podridão: escorrega 1 cai 5, cai 10, cai todo mundo”, completa.

Com Escorrega 1 Cai 5, o Tianastácia oferece um cardápio bastante farto de rocks dançantes que ora soam românticos, ora bem humorados, “de forma espontânea”, adianta-se Podé. Da primeira leva destacam-se “S.O.S. Mayday”, a faixa que abre o álbum com bateria cadenciada, linha de baixo pulsante e um riff forte de guitarra embalando um romance maroto. Outro destaque é “Ana Paula”, com vocal melodioso de Podé e refrão explosivo. A apaixonada “Escravo do Seu Corpo” entrega o tema no título enquanto a stoniana e romântica “Não Perco Tempo” cita Cazuza na letra, que ainda questiona: “Por que a gente é assim?”.

O rock nacional sempre foi uma grande influência para a banda, que já havia recriado “Faroeste Cabloco”, da Legião Urbana, numa versão presente no álbum Tianastácia no País das Maravilhas, de 2009. “O Cazuza fez e ainda faz parte da nossa história. É um grande poeta”, define Podé. Já sobre Raul Seixas, que inspirou uma das faixas mais divertidas do álbum, a definição é simples e direta: “Ele é um dos maiores. Essa música, o ‘Rock dos Piru’, fala de maneira bem humorada sobre esse momento atual, de igualdade das opções sexuais, da busca por liberdade e igualdade”, completa.

“Rock dos Piru” escancara o lado irreverente do Tianastácia numa faixa candidata a hit que atualiza para os tempos modernos o impagável clássico de Raul Seixas, o “Rock das Aranha“, com baixão anos 50, riff de guitarra sacana e bateria dançante que valorizam uma letra que avisa que “o homem que se rende ao poder da mulher / é o que gosta de verdade, é o que sabe o que quer”para depois defender a liberdade de escolha sexual de cada um: “Na verdade não importa o que o bicho vai comer / todo mundo quer ser feliz / e ter a liberdade pra fazer o que sempre quis”. Bola dentro!

O bom humor ainda pode ser ouvido na carta de intenções “Não Interessa, Eu Tô Pegando (Tô Pegando)”, que levanta bandeira do“aqui não tem tempo ruim” para um personagem que é apaixonado por todas as mulheres solteiras do mundo, e que inclusive poderia se apaixonar pela dentista, na hilária “Pocuspir”, duas canções que remetem ao Tianastácia dos primórdios, quando banda“era uma coisa meio de adolescente, de farra”, segundo Podé. No quesito festa, “Voando Alto” é daquelas canções para dançar abraçado com os amigos na balada enquanto “41 Riffs”, como o título sugere, empilha riffs dançantes de guitarra numa melodia que não deve deixar ninguém parado. Já “Tudo Que Eu Não Vivi” narra um fim de romance, mas as pancadas de bumbo e os riffs de guitarra não vão deixar o personagem choramingar pelos cantos, e sim cantar e dançar.

Ainda há espaço para um baladão, “Nada Clichê”, que conta com participação de Claudio Faria na bonita introdução ao piano, até se transformar em um rock para levantar estádio. Outra faixa que traz novidades é “Eu Ando é Pra Frente”, parceria dos Nastácia com a cantora e compositora Érika Machado, que assina a letra – a amizade da banda com Érika remonta aos anos 90, quando ela e Podéestudavam canto popular na Babaya Casa de Canto, escola famosa em Belo Horizonte. “Ela é uma escritora e compositora das mais criativas, com um texto bem refinado, que é simples, mas ao mesmo tempo inteligente”, explica Podé.

Escorrega 1 Cai 5 mostra o Tianastácia vivendo um de seus melhores momentos no estúdio, méritos de uma pré-produção dedicada, que pinçou do vasto repertório de faixas inéditas dos integrantes, o que melhor se encaixava na proposta roqueira do álbum. E também mérito de gravar “em casa”. Se Love Love, o álbum anterior, havia sido gravado no lendário estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro, com o ídolo Liminha, que ficou amigo da banda, Escorrega 1 Cai 5 traz ares mineiros de tranquilidade, que permitiu aos Nastácia se dedicarem integralmente ao álbum no estúdio Ultra. O resultado você ouve no disco: rock nacional dos melhores. Podéfinaliza: “Estamos muito satisfeitos com esse disco e nada como isso pra celebrar os 20 anos da banda”. Que seja com muito rock n’roll!

Mais sobre o Tianastácia:
www.tianastacia.com.br
Instagram e Youtube: tianastáciaoficial
Facebook e Twitter: tiaoficial

Serviço:
Show Tianastácia - Lançamento CD - Escorrega 1 Cai 5
Dia 19 de agosto, sábado, às 19h, na Pousada Castelinho – Rua das Rosas, 65
Ingressos: R$15,00

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Confira a programação do Teatro Santa Izabel para o mês de abril


A história do Mercado de Diamantina

O comércio de “gêneros do país” no Mercado de Diamantina, Minas Gerais: décadas de 1880 a 1930
Autor: Marcos Lobato Martins
Locus: revista de história, Juiz de Fora, v. 16, n. 2, p. 157-173, 2 010
O artigo analisa aspectos do comércio de abastecimento na cidade  de Diamantina, entre as décadas de 1880 e 1930. Enfatiza-se o papel dos tropeiros e do Mercado Municipal, bem como os  conflitos entre as autoridades e os atacadistas locais. Discute-se também as razões da longevidade da atuação das tropas na região, cujo declínio ocorreu nos anos 1950, provocando a perda de importância do Mercado Municipal no abastecimento local.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Filme sobre Tiradentes, rodado em Diamantina com atores do Galpão, concorre ao Urso de Ouro

Fonte: Hoje em Dia
Marcelo Gomes exibe uma voz rouca, quase inaudível. Desde quando a organização do Festival de Berlim anunciou “Joaquim” entre os filmes concorrentes de sua 67º edição, na terça passada, o cineasta pernambucano não parou mais de dar entrevista.
“Uma das grandes maravilhas é ser convidado para um festival desse tamanho e importância, o que traz uma visibilidade grande para um filme de orçamento pequeno. Essa divulgação é fundamental para a gente”, observa Marcelo.
Para os mineiros em especial, há um outro motivo para comemorar: na telona da Berlinale estará a história não de um Joaquim qualquer, mas a de Joaquim Silvério dos Reis, que entrou para a história como Tiradentes.
“Meu objetivo foi fazer uma crônica social do Brasil colônia e não uma novela. Interessava-me mais o cotidiano desse relato histórico (sobre a Inconfidência Mineira)”, que levou nove anos para tirar o longa-metragem do papel.
Os atrasos de cronograma ocorreram principalmente pela saída de um investidor espanhol. “Foi bom para ganhar um tempo de leitura, instrumentalizando o roteiro para o lugar que queria chegar”, destaca


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Com seis casos confirmados, Diamantina tem surto de malária

Fonte: Estado de Minas

Um surto de malária identificado no município de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, trouxe alerta para as autoridades sanitárias estaduais e preocupa a população. No dia 19 de dezembro foram confirmados pelos técnicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES) seis casos de pessoas infectadas pelo Plasmodium vivax, uma das cinco espécies de protozoários que infectam o homem com a doença e o mais comum dos micro-organismos. 


Em todo o estado de Minas Gerais foram registrados sete casos em 2016. Além dos seis de Diamantina, outro paciente desenvolveu a doença em Simonésia, na Zona da Mata. No ano de 2015 inteiro, foi registrado apenas um caso, em Lima Duarte, também na Zona da Mata. O último tratado em Diamantina foi um caso importado, em 2012, segundo o Datasus. O local que é tratado pela Diretoria de Vigilância Ambiental/Superintendência de Vigilância Epidemiológica Ambiental e Saúde do Trabalhador/Subsecretaria de Vigilância e Proteção à Saúde como o Local da Provável Infecção (LPI) é o garimpo de Areinha, que fica a 140 quilômetros do centro de Diamantina e tem uma população que chega a 2 mil garimpeiros, muitos deles vivem na sede do município. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O busto de Sá no Largo de Dom Joâo


Autor: Wander Conceição.

Há muito, tenho evitado emitir opiniões sobre diversas coisas e situações que envolvem Diamantina. Como possuo o hábito de falar a verdade, não maquiar minha opinião, e não me portar como bom cordeirinho, na maioria das vezes que me expresso sobre temas ácidos, recebo o rótulo de polêmico. Para grande número de pessoas é muito mais fácil e cômodo seguir o fluxo geral às cegas, ainda que em seu íntimo carreguem a convicção de que discordam frontalmente da direção tomada.
É extremamente ridícula e deprimente a postura de um súdito tentando mostrar para seus pares que possui uma realeza maior do que a do rei. Penso que a causa desse desvio de conduta está em dois vícios principais: a vaidade exacerbada e a inveja. Inflamados esses dois, eles são capazes de alimentar a arbitrariedade, a vingança, a ira, a perseguição, a empáfia, a arrogância, a prepotência, a injustiça, a intransigência, a covardia, a falsidade, dentre outras habilidades.
Tenho estudado bastante a política de Diamantina. Há um traço marcante em nossos comandantes, característica que vem desde os tempos coloniais: a vaidade exacerbada! Por vezes brinco que essa situação ocorre em conseqüência da praga do pajé Pirakassu, mas quem sabe essa maldição não seria verdade?  Uma maioria ampla dos nossos governantes municipais agiu exatamente assim. Apenas suas opiniões são corretas, mesmo frente a opiniões contrárias de profundos conhecedores das diversas demandas.
Então, essa situação de Diamantina ser atualmente Patrimônio Cultural da Humanidade gera um paradoxo hilário. Nossos comandantes adoram estufar o peito e falar desse título, mas várias de suas ações são totalmente contraditórias ao compromisso que Diamantina assumiu com a UNESCO: “As singularidades têm de ser preservadas para conhecimento das gerações futuras”. Mas aí, na prática, eles agridem a lógica, a obviedade.
Dessa vez, o que me fez sair de meu silêncio foi uma pequena peça de escultura, um simples busto. Sábado próximo passado, no Largo Dom João, banda de música, um alarido danado, trânsito embaraçado, discurso, egos inflamados! Um negócio bem ao gosto da classe política! Tudo isso para inaugurar um cantinho ao lado do prédio onde funcionou o CESU, que foi cimentado. No meio do alvoroço, quando observei melhor, vi o busto de Francisco Sá lá no centro do Largo Dom João, no lugar do antigo pirulito.
Incontinenti, uma recordação saltou da gaveta do esquecimento e ocupou a gaveta da lembrança de minha memória. Aquela era a peça que o ex-prefeito Gustavo Botelho Júnior, cerca de dez anos passados, havia retirado da praça do Bonfim e enfiado num porão qualquer! Essa foi apenas uma de suas várias agressões ao nosso patrimônio.
Entre exemplos diversos, seu governo decidiu que a Serra de São Francisco chama-se é Serra dos Cristais. Ora, a formação das cidades mineiras é extremamente semelhante. Os exploradores que adentraram o território mineiro escolhiam os nomes de seus santos de devoção para batizar os territórios conquistados. Assim, ao estacarem diante do lamaçal onde três riachos se encontravam, os aventureiros que fundaram o Arraial do Tijuco deram ao morro a sua esquerda o nome de Santo Antônio – sobre o qual a cidade foi edificada – e ao paredão a sua direita o nome de São Francisco. Por isso, no período em que Diamantina esteve dividida em duas freguesias católicas, uma chamava-se Santo Antônio e a outra, São Francisco. Mas o ex-prefeito, possuidor de maior realeza que a do rei, decidiu que o nome “daquele serro curvado que mura a cidadezinha” era outro.
Dos diversos Tênis Clubes construídos pelo governo do estado em Minas Gerais na década de 1940, apenas o de Diamantina teve como sede social uma obra do arquiteto Oscar Niemeyer. A história do nosso Tênis Clube é singularíssima. Possuía um time de vôlei feminino respeitadíssimo, que chegou a ser campeão mineiro. Daquela piscina de 25 metros saíram alguns campeões brasileiros de natação. Mas o ex-prefeito decidiu separar a obra de Niemeyer do corpo geral do clube, num ato arbitrário e inconseqüente, no apagar das luzes de seu segundo mandato.
Enumerar suas ações equivocadas aqui demandaria espaço, tempo e paciência. Voltemos então ao busto! João da Matta Machado, eleito deputado da província de Minas Gerais para o biênio 1878-1879, recebeu um relatório do monsenhor Augusto Júlio de Almeida, vigário geral da diocese de Diamantina. Baseado nas memórias do general José Vieira Couto de Magalhães sobre navegação fluvial para agilizar a inter-relação entre territórios brasileiros, o relatório propugnava pela construção de uma estrada de ferro que chegasse até Diamantina. Esse sonho passou por diversas etapas, por diversos governos municipais, por diversos atores e adentrou o século XX.
Falecido o governador de Minas Gerais, João Pinheiro da Silva, em 25 de outubro de 1908, Julio Bueno Brandão assumiu o governo do estado e nomeou Juscelino Barbosa seu secretário de Finanças. Barbosa era natural da cidade de Chapada do Norte, região nordeste de Minas, e havia estudado no Seminário de Diamantina. O presidente da República, Afonso Augusto Moreira Pena, faleceu em 14 de junho de 1909. O vice-presidente, Nilo Procópio Peçanha, assumiu o governo federal e nomeou Francisco Sá seu ministro da Viação, Transportes e Obras Públicas. Sá era natural de Grão Mogol, cidade da região norte de Minas. Também havia estudado no Seminário de Diamantina. A ação conjunta de Barbosa e Sá, movidos pelos laços afetivos que desenvolveram com Diamantina, culminou com a assinatura do decreto federal nº 7.455, em 08 de julho de 1909, pelo ministro e pelo presidente da República, autorizando a construção de um ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil até nossa cidade.
O descaso do ex-prefeito Gustavo Botelho para com o busto de personalidade de tamanha importância, não somente para Diamantina, mas para toda a região norte e nordeste mineira, foi uma agressão ao nosso patrimônio. Aliás, Gustavo Botelho é também o grande responsável pelo soterramento do virador de máquinas da Estrada de Ferro. Retirar ou não o busto de Francisco Sá da praça do Bonfim, que estava sendo reformada na época, é outra discussão. Talvez fosse até melhor que ficasse edificado no mirante da virada da avenida homônima, até porque a praça do Bonfim chama-se, na verdade, Monsenhor Neves. Mas o fato é que esse busto jamais poderia ser enviado parra a gaveta do esquecimento, como ocorreu com o virador.
Contudo, tentar reparar um erro com outro erro ainda mais grosseiro, num ato arbitrário e inconseqüente de final de mandato do prefeito Paulo Célio de Almeida Hugo, ajustado muito mais com a vaidade exacerbada do que com o sentido de preservação patrimonial, é querer remendar o soneto. A poesia, que já era de péssima qualidade, acabou se tornando sofrível.
Nos últimos dias, as discussões giraram em torno de se retirar ou não se retirar o pirulito; de se colocar ou não se colocar aquele aterro circular; se ele deveria ser menor ou do exato tamanho em que foi projetado; de se retirar ou não se retirar os estacionamentos nas áreas laterais. Houve até quem defendesse a idéia de se deixar tudo como estava e adicionar um monte de vacas ao trânsito, para ficar bastante parecido com a Índia. Tudo bobagem, pois algo precisava ser feito, e não se pode negar que o trânsito melhorou. Parabéns ao prefeito Paulo Célio! Mas aí ..., o busto de Sá foi colocado no largo de João!
Em 05 de maio de 1844, o padre Antônio Ferreira Viçoso, superior geral dos lazaristas no Brasil, foi consagrado bispo da diocese de Mariana. Coube a Dom Viçoso iniciar a reforma da Igreja Católica em Minas Gerais. Era necessário se colocarem em prática os cânones estatuídos pelo Concílio de Trento. A Igreja Católica empreendia esforços no sentido de conquistar sua auto-afirmação como instituição autônoma, soberana e independente em todo o mundo, centralizada na autoridade do Papa como seu chefe supremo. Como as normas a serem adotadas eram definidas em Roma, esse movimento ficou conhecido como o processo de “romanização” da Igreja Católica, que se esforçava em unificar suas ações no mundo, tomando os ditames de Roma como princípios de identidade.
A Coroa portuguesa, respaldada pelo regime do Padroado estabelecido com a Igreja Católica desde 1456, impediu que as ordens religiosas regulares se estabelecessem em Minas Gerais. No território mineiro predominaram as associações religiosas de formação leiga. Portanto, a essência da reforma iniciada por Dom Viçoso consistia em se imprimir os traços fundamentais do perfil tridentino nos sacerdotes. Por conseguinte, a reforma teria que passar, necessariamente, pelo seminário, num ambiente austero de disciplina, que aprimorasse o caráter e o aprendizado do clero, oferecendo-lhe sólida formação moral, intelectual e eclesiástica.
Estrategicamente, Dom Viçoso enviou quatro de seus melhores sacerdotes para estudar na Europa e os preparou para a missão de ajudar a avançar no Brasil a reforma que se buscava. Depois de prontos, o padre Luis Antônio dos Santos assumiu a diocese do Ceará; o padre Pedro Maria de Lacerda assumiu a diocese do Rio de Janeiro; o padre Silvério Gomes Pimenta assumiu, posteriormente, o lugar de Dom Viçoso; o padre João Antônio dos Santos assumiu a diocese de Diamantina.
Foi a primeira diocese que se desmembrou de Mariana, com o objetivo expresso de ordenar a reforma católica em todo o norte e nordeste de Minas Gerais. Por essa razão, posteriormente, nasceram as dioceses de Araçuaí e de Montes Claros, como também a prelazia de Paracatu, sufragâneas da diocese de Diamantina. Dom João recebeu, portanto, missão árdua. Ao ser consagrado bispo, sua mais urgente e precípua missão foi edificar o seminário, isso sob obrigação grave.
Ao Dom João Antônio dos Santos coube toda a edificação material da Igreja Católica em Diamantina. Além disso, deixou o caminho preparado para a edificação intelectual da diocese, realizada pelo seu sucessor, Dom Joaquim Silvério de Souza. Dom João escolheu o antigo largo do Curral, na época considerado subúrbio de Diamantina, para dar início à reforma, pois foi onde construiu o seminário, o eixo principal de tudo. Assim, puxou a cidade para a parte alta do morro de Santo Antônio, cujo espaço recebeu, logo depois, o nome do prelado.
Agora, nos aparece o prefeito Paulo Célio, tomado de uma realeza maior que a do rei, num ato arbitrário, colocando o busto de Francisco Sá no largo do morro de Santo Antônio. Esse local, de fato, de direito, de obviedade, pertence ao Dom João Antônio dos Santos, porque representa todo um esforço mundial de uma instituição milenar em melhorar a condição dos multiplicadores de seus cânones.
O poder é passageiro e efêmero! Quatro anos esgotam-se rápidos, são apenas como o dia de ontem que passou! E agora José? Resta ao prefeito Paulo Célio deixar a prefeitura melancolicamente, com cerca de 80% de desaprovação da população diamantinense. E o mais fantástico sobre esse último ato do prefeito é que a porta de saída desemboca somente em um desfiladeiro estreito: as teias implacáveis do crivo da história.