segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Grupo Guararás apresenta espetáculo de danças folclóricas em Diamantina

imageCom mais de dez anos de existência, apresentações nas mais importantes cidades do país e participações em grandes festivais de danças folclóricas em Israel, Alemanha e Romênia, o Grupo de Danças Folclóricas Guararás se apresenta nesta semana em Diamantina.

Os 25 integrantes do grupo apresentarão no Teatro Santa Izabel o espetáculo “Festa ao Menino Deus” que resgata o ciclo natalino do folclore brasileiro por meio de cenas coreografadas inspiradas na Folia de Reis, no Bumba Meu Boi e busca referências nos folguedos e danças típicas como Coco Alagoano, Fandango, Caboclinhos, Carneiros e o Retumbão. Este espetáculo fez parte da Campanha de Popularização de Teatro e da Dança de Belo Horizonte deste ano, quando o grupo se apresentou no Grande Teatro do Palácio das Artes.

O espetáculo faz parte da programação cultural do VI Encontro de Educação Física da UFVJM. O Grupo belorizontino fará uma apresentação exclusiva para os inscritos no evento às 19 horas e uma exibição extra às 21 horas para comunidade diamantinense.

Serviço:

Espetáculo de dança do Grupo Guararás.

Dia 01/12/2012 – sábado

19 horas e 21 horas

Ingressos: Os ingressos gratuitos podem ser retirados no Departamento de Educação Física da UFVJM, Rua da Glória 187 (portaria de cima), campus I, nos dias 29 e 30/11 no horário de 8 às 12 horas e 14 às 18 horas.

Informações: encontroef@ufvjm.edu.br ou (38) 3532-6097

domingo, 25 de novembro de 2012

PIBID/História Mandacaru realiza atividades no DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

SAM_0058No dia 20 de novembro, alunos e professores da Escola Mandacaru comemoraram o Dia da Consciência Negra por meio de ações desenvolvidas pelos alunos bolsistas do PIBID de História.

Durante todo o dia, foram realizadas atividades lúdicas, como jogos originários da África, confecção de máscaras e de cartazes e sessão de cinema com o filme “Kiriku e a feiticeira”.

O Projeto na escola trabalha com o tema “Cultura Africana” e teve início no segundo semestre de 2012 e terá continuidade em 2013.

Consciência Negra

SAM_0019A implementação da Lei 10.639/2003 estabelece novas diretrizes e práticas pedagógicas que objetivam reconhecer a importância dos africanos e afro-brasileiros no processo de formação nacional. O dia 20 de novembro foi escolhido em homenagem a Zumbi de Palmares, não somente por ter sido um símbolo para o povo negro, mas pela sua significação nacional.

Programa de Incentivo à Docência

O Programa de Incentivo à Docência (PIBID) é um programa que oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais para que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. O referido programa tem como agência financiadora a CAPES ligada ao Ministério da Educação. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Com essa iniciativa, o PIBID faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais e municipais.

SAM_0050O PIBID/UFVJM de História é coordenado pelo Professor Wellington de Oliveira. Na Escola Estadual Professor Gabriel Mandacaru, tem como Professora Supervisora Márcia Dayrell Botelho e bolsistas, Antonio Mandacaru, Jõao Paulo, Ramon, Kelly Selani e Maria Luiza Vale.

Equipe PIBID/UFVJM/História Mandacaru

Professora Supervisora: Márcia Dayrell França Botelho

sábado, 24 de novembro de 2012

A valoração das paisagens protegidas de Diamantina (MG): premissa para o turismo cultural

Autoras:

Renata Salgado Rayel - Professora Especialista do Dep. de Desenvolvimento Social do SENAC-São Carlos - rerayel@gmail.com
Solange Terezinha de Lima Guimarães - Professora Livre Docente da Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita Filho” – UNESP - Rio Claro
hadra@uol.com.br

Publicado na revista Caderno de Geografia, v.22, n.38, 2012

A paisagem de Diamantina apresenta relevantes valores cênicos e estéticos, os quais constituem seus atrativos turísticos, gerando fluxos de visitantes para favorecer o desenvolvimento local e regional. Em decorrência da valoração ambiental, Diamantina obteve significativa conquista direcionada à proteção patrimonial do centro histórico e de suas áreas naturais. Desse modo, o patrimônio diamantinense representado pelas paisagens protegidas foi apropriado por parte da comunidade que tem interesse pelo turismo cultural, ao valorar economicamente seus bens e serviços.

Clique aqui para ler o artigo completo.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Você reconhece esta cidade?

Foto dispnível no Facebook do Janjão Sabá Gamu

Causos do garimpo: da dinamite, do amendoim torrado e da cegueira.

Autor: Luciano Becheleni Guimarães

Antes da primeira Grande Guerra Mundial, os moradores da pequena cidade provinciana de Diamantina, tinham muito pouco lazer à disposição.

Um grupo de senhores mais abastados, sempre que o sol despontava no horizonte, rumavam para o clube local, para uma jogatina de pôquer, valendo alguns Contos de Réis.

Não era um jogo de vida ou morte. Aventureiros às vezes apareciam, mas logo eram depenados, pelo conluio dos demais. Era tão somente uma diversão, vez por outra, alguém extrapolava e perdia uma boa quantia.

Queixas eram dadas as autoridades competentes, via de regra, pelas próprias esposas dos viciadíssimos jogadores, mas sem nenhuma providência tomada, visto que, estes eram pessoas de bem, da mais alta sociedade. Assim sendo, as autoridades faziam ouvidos de mercador, ouvidos moucos.

Participavam advogados, comerciantes, mascates, fazendeiros, garimpeiros, aposentados etc. e obviamente alguns “sapos” .

Dois episódios interessantes ocorreram com o mesmo personagem, garimpeiro de cristal, na flor da sua terceira idade, engraçadíssimo, de uma presença de espírito fabulosa, daquelas almas que vieram ao mundo para serem felizes e também trazer felicidade aos que o circundavam.

Mesa de pôquer formada, o Senhor Lacerda inicia sua aventura cotidiana juntamente com os demais viciados na jogatina diária. Havia tirado uma boa partida de cristal limpo, e vendido a bom preço para os Americanos.

Exacerbou-se no jogo, dobrando as apostas, e acabou perdendo uma pequena fortuna na mesa de pôquer.

Meio descabriado, despediu-se de todos e disse que voltaria em alguns minutos.

Uma hora depois, adentra a sala de jogos do Clube, o Senhor Lacerda, com o terno de linho SS120 todo amarrotado, gravata a meio pau, cabelo despenteado e andar trôpego, e balbuciando palavras pouco compreensíveis aos demais.

Assim que adentrou a sala de jogos, fechou a porta com a chave e retirou-a da fechadura, colocando-a no bolso do seu paletó de linho, o que de certa forma já causara espanto aos demais, que estavam presentes à mesa.

O Senhor Lacerda pediu um minuto de atenção a todos, interrompendo o jogo, e iniciou um breve discurso. Foi lacônico. disse a que veio:
Queridos e digníssimos companheiros e conterrâneos de longa data, eis aqui, a Vossa frente, um Homem literalmente falido, vitima do seu próprio vício. Impossibilitado doravante, de cumprir seus compromissos financeiros agendados anteriormente, tomei uma drástica decisão!!!! Partirei desta vida, para quem sabe, uma melhor em lugar desconhecido e não sabido. No entanto, resolvi levar comigo, os queridos amigos aqui presentes, que de certa forma, contribuíram para a minha ruína financeira.

Neste momento, o Senhor Lacerda, retira do bolso do seu paletó de linho SS120, três bananas de dinamite, previamente arranjadas, digo amarradas umas as outras, e um pavio bem curto, coisa de centímetros, e diz: encontrar-nos-emos em algum lugar, ou no céu, ou no Inferno.

Logo apos o pequeno discurso, ateou fogo ao pavio da dinamite!!!!

Uma balburdia generalizada, alguns tentando arrombar a porta de aroeira, sem conseguir, outros, enfiaram-se debaixo da mesa de jogo, um deles, advogado célebre na cidade, desandou a chorar e a lamentar, dizendo: Valha-me Deus, perdoe os meus pecados, se é que os tenho.

A esta altura, já exalava um mau cheiro na sala pequena de jogos, alguém defecara de tanto medo.

Passados alguns minutos, que mais pareceram horas ou dias, em um misto de pavor, medo e indignação, o Senhor Lacerda, desandou a gargalhar, ria a cântaros, para desespero dos demais.

Disse laconicamente: cambada de maricas, medrosos, não vamos a lugar algum. Aliás, vamos sim, sair logo daqui, porque tá um cheiro horrível de bunda velha.

A dinamite não era real, o senhor Lacerda, como velho garimpeiro, sabia bem manipular os cordéis, pavios e a dinamite, usará por longo tempo em seus garimpos. Ele retirou a pasta interna da dinamite, deixando apenas o invólucro, preencheu o vazio da embalagem com estopa e colocou um inofensivo pavio, claro, este real.

Dizem que o Senhor Lacerda ganhou dois inimigos fraternais, ad perpetum, por esta brincadeira macabra.

Esta troça, foi motivo de flauta, de gozação por décadas a fio.

Em outra feita, ao derredor da mesma mesa de jogos, o Senhor Lacerda, sempre levada nos bolsos do seu paletó de linho ss120, amendoins torrados. E para seu espanto, um sapo, um não jogador, um daqueles olheiros habituais, um curioso, assiduamente lhe fazia parceria nos amendoins, a ponto de meter a mão nos bolsos do paletó para retirá-los.

Certo dia, já meio injuriado com os abusos do curioso sócio nos amendoins, mas sem querer ofender o sujeito, colocou dentro do bolso do paletó, alguns amendoins torrados e bosta de cabrito. Ao que o sócio intruso, na medida que ia furtando os amendoins , dizia: este esta bom, este está chocho, este esta bom , este esta chocho, mal sabendo o sacripanta, que metade do que comera era amendoim, a outra metade, bosta de cabrito.

Em outra feita, este mesmo curioso observador, tomou o maior susto do mundo.

A luz elétrica, sempre faltava, demorava alguns minutos, mas voltava.

Num destes apagões, antes da chegada do curioso sapo, os habituais jogadores combinaram seguinte: quando a luz elétrica for embora, alguém se levanta e vai até o interruptor de luz e o apaga, para que, quando a luz retornar, não acender na sala de jogos, continuar no escuro, e assim continuaremos a jogar (fingir que) no escuro, como que se a luz elétrica já estivesse voltado, normalizado.

Assim sucedeu a farsa, uns pedindo duas cartas, outros 3 cartas, outros dizendo passo, e na seqüência, alguns dobrando o cacife da aposta .

O sujeito foi ficando apavorado, descabriado, vendo que os presentes estavam jogando normalmente e ele não estava vendo absolutamente nada, subseqüente deu um grito e disse: estou cego, socorrooooooooooooo!!!!!!!
Bem que Mainha me disse que eu ainda ia ficar cego por castigo.

Risus abundate in ore stultorum” (O riso, abunda na boca dos tolos). Silêncio total e arrependimento, porque quando acenderam a luz, o pobre curioso estava com os olhos vendados pelas mãos, e se recusava a abri-los.

Causo verídico, ocorrido na década de 40, em Diamantina, e relatado pelo Senhor Lacerda a mim, que fui seu parceiro em um garimpo de diamantes, no Rio Jequitinhonha.

Diamantina realiza o 2º Encontro de Cultura das Comunidades Afro Descendentes

Diamantina, 21 de Novembro de 2012 – Será realizado em Inhaí, distrito de Diamantina/MG, entre os dias 23 a 25 de novembro, o 2º Encontro de Cultura das Comunidades Afro Descendentes, com o tema “sou comunidade tradicional”.

cartaz (2)O encontro irá discutir a importância das políticas públicas para o segmento das comunidades quilombolas, para que os membros dessas comunidades possam ampliar sua compreensão sobre essas políticas, afirmarem-se cada vez mais como comunidade tradicional e estreitem laços culturais.

Participarão do encontro membros das comunidades de Quartel do Indaiá, São João da Chapada, Mata dos Crioulos e Vargem do Inhaí, que no ano de 2011 também estiveram presentes no 1º Encontro realizado em São João da Chapada, distrito de Diamantina.

Segundo a Secretária de Cultura Turismo e Patrimônio de Diamantina, Márcia Betânia, o 1º Encontro apresentou como resultados a publicização perante órgãos municipais, estaduais, federais sobre a situação sócio-econômica, cultural e dos conflitos vivenciados pelas comunidades.

Sobre o 2º Encontro, a Secretária Márcia destaca que ele buscará avançar na organização política das comunidades na conquista pelos seus direitos.

Já confirmaram presença no 2º Encontro, representantes de entidades governamentais e não-governamentais que atuam na promoção da igualdade racial como o Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES), a Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais (N´Golo), o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial – (CONEPIR), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDESE).

Paralelamente ao encontro acontecerão mostras de filmes e documentários tematizados na cultura negra, apresentações culturais, e oficinas de hip hop, dança afro, estética africana, capoeira, memória oral, representação do negro na cultura escolar (para professores da rede escolar) e gincanas.

O 2º Encontro de Cultura das Comunidades Afro Descendentes é uma realização da Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio de Diamantina, da Associação Grande Vitória de São João da Chapada e do Instituto Bateia. Conta com a parceria da Associação dos Agricultores Familiares de Algodoeiro, Bica D‘água, Covão e Região; da Associação dos Agricultores Familiares do Quilombo de Vargem do Inhaí; da Associação Boa Esperança de Quartel do Indaiá e Região. Tem ainda o apoio da Prefeitura de Diamantina; da UFVJM – PROADm e PROEX; do Núcleo de Agroecologia e Campesinato; da Escola Estadual João Cesar de Oliveira; do Fundo Municipal de Políticas Culturais e do Conselho Municipal de Cultura de Diamantina.

PROGRAMAÇÃO DO 2º ENCONTRO DE CULTURA DAS COMUNIDADES AFRO DESCENDENTE:

”SOU COMUNIDADE TRADICIONAL“

Dia 23/11 (sexta-feira)

19:30 hs – Abertura do Encontro

20:00 hs – Palestra: A Importância da criação de Políticas Públicas para o segmento das comunidades quilombolas e tradicionais

Palestrante: Maria do Carmo Silva (Ex-servidora da SEPPIR)

21:30 hs – Apresentação Cultural: Folia de Reis e do Chula de Inhaí

Dia 24/11 (sábado)

08:00 hs – Processo de Construção do Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial:

· Apresentação, discussão e aprovação da lei de criação do COMPIR

· Eleição dos representantes

11:00 hs – Palestra: A organização das comunidades quilombolas de Minas Gerais e seus principais avanços

Palestrante: Agda Marina (CEDEFES)

12:00 hs – Intervalo

14:00 hs – Mesa Redonda: Políticas Públicas em Minas Gerais para as comunidades quilombolas - avanços, desafios e perspectivas

Debatedores: Ronaldo Pereira (CONEPIR); Diego Valadares (SEDESE); Cléver Machado

(SEDESE); Ana Carolina Gusmão (SEDESE); Jésus Rosário (N’Golo).

16:00 hs – Intervalo

16:30 hs – Mesa Redonda: Contextualização histórica, ambiental, política e social das comunidades de Quartel de Indaiá, Mata dos Crioulos e Vargem do Inhaí

Debatedores: Prof. Claudenir Fávero (UFVJM); Prof.ª Nadja Murta (UFVJM); Márcia Betânia Oliveira Horta (SECTUR); Ronilda, Flávio e Normandes (lideranças das comunidades)

17:30 hs – Grupo de Trabalho: Formulação do Plano de atuação do COMPIR

Coordenação: Associações comunitárias e Instituto Bateia

18:30 hs – Encerramento dos Trabalhos

20:30 hs – Noite Cultural: Apresentação da Folia de Reis e Grupo de Chula de Quartel do Indaiá; do Grupo de Dança Afro Bantus do Baú; do Grupo Sintonia Hap Total; e Show com Saldanha Rolim

Dia 25/11 (domingo)

08:00 hs – Grupos de Trabalho: Formulação do Plano de atuação do COMPIR

Coordenação: Associações comunitárias e Instituto Bateia

09:30 hs – Palestra Saberes e Fazeres: Uso de plantas medicinais na região de Inhaí

Palestrantes: Representantes da Associação de Vargem do Inhaí

10:30 hs – Mostra Cultural: Apresentação dos resultados das oficinas de hip hop, dança afro, estética africana, capoeira; Apresentação do Terreiro de Candomblé - Mamãe Oxum

12:00 hs – Almoço

14:00 hs – Partida das comunidades.

Serviço

2º Encontro de Cultura das Comunidades Afro Descendentes

Data: 23 a 25 de novembro

Créditos das Imagens: Prefeitura De Diamantina/ SECTUR

Centro de Atendimento ao Turista: Praça JK, 25, Centro - (38) 3531-8060

Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio: Praça Antônio Eulálio, 53, Centro - (38) 3531-9532 turismo@diamantina.mg.gov.br

Agenda do fim de semana

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio - (38) 3531-9537

Dia 23/11 (sexta-feira)

Feira de Artesanato, Comidas Típicas e Música ao Vivo

Horário: 18 horas

Local: Mercado Velho

Atração: Quarteto MPB

Dia 24/11  (sábado)

Feira de Artesanato, hortifrutigranjeiro e música ao vivo

Horário: 08 horas

Local: Mercado Velho

Atração: Grupo Acorde Mineiro


Dia 25/11 (domingo)

Feira Livre do Largo Dom João

Horário: 08 horas

Café no Beco

horário: 08 horas

Local: Beco da Tecla

Feira da Quitanda

horário: 09 horas

Local: Rua da Quitanda

 

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Capa (4)

Por mais que os destinos de uma cidade pareçam já definitivamente consolidados por características de boas ou más administrações, quando há mudanças de governo - principalmente se inesperadas, surpreendentes e mal digeridas - como é o caso de Diamantina, mil suposições, boatos e prognósticos ganham as ruas, inflam-se em rodinhas e, mesmo destituídas de veracidade, despertam alegrias, temores e condenações. Nas eleições deste ano muitos prefeitos que tentaram reeleger-se foram derrotados, embora favorecidos pela máquina administrativa. Daí é que a maioria deles teve de refrear gastos, cortar despesas, enxugar o quadro de funcionários, na tentativa de fechar as contas de suas gestões dentro das exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que tem acarretado sinais preocupantes de descaso com setores essenciais como saúde, coleta de lixo e manutenção de serviços básicos, conforme relata mais um artigo do Estado de Minas transcrito na página 07 desta edição.

Mas boas perspectivas partidas do governo de Minas surgiram durante a abertura do 5º Congresso Mineiro de Prefeitos Eleitos, realizado em Belo Horizonte, no dia 21 de novembro, com o lançamento do Programa Mineiro de Empreendedorismo e Gestão para Resultados Municipais, que levará aos municípios mineiros a experiência do Choque de Gestão, implantado pelo governo de Minas em 2003 e que já está em sua terceira geração, conhecida como Gestão para a Cidadania. Com a adesão ao programa, os municípios obterão apoio no aprimoramento das práticas de gestão, garantirão a participação no Prêmio Mineiro de Excelência na Gestão Pública Municipal e terão acesso facilitado à linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), além da identificação de novas formas de obtenção de recursos.

A menos de 40 dias para a posse do novo prefeito crescem as expectativas sobre o seu governo. Parte da população da cidade já se acostumou com gestões que apenas tentam manter a estrutura recebida do seu antecessor, a ela acrescentando ou subtraindo algum melhoramento ou retrocesso, sempre à espera de verbas estaduais e federais para obras e empreendimentos mais arrojados. Esse tem sido o feijão com arroz das administrações diamantinenses.

Continua na Voz de Diamantina Edição 589 de 24 de novembro de 2012

Confira nesta edição:

  • Balaio de Pitacos
  • Itinerantes em outra freguesia
  • Música para degustação

Assinatura da Voz de Diamantina

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Encontro das Comunidades Afro-Descendentes

Fonte: Coordenadoria de Patrimônio Cultural

A Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio de Diamantina, Associação A Grande Vitória de São João da Chapada e o Comitê Pró Igualdade Racial de Diamantina tem prazer de convidá-los para a 2ª edição do Encontro das Comunidades Afro-descendentes de Diamantina que ocorrerá nos dias 23, 24 e 25 de novembro no distrito de Inhaí. O evento contemplará palestra com temas voltados para a importância da manutenção da cultura quilombola e os direitos do segmento, além de oficinas, mostras de cinemas, gincanas e manifestações culturais.

Aguardamos vocês!

20 de novembro, dia Nacional da Consciência Negra

Viver sem medo

image

Concerto Tijucano

CONCERTO TIJUCANO

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Transição e novo vereadores

Em tempos de transição, publicamos abaixo alguns links interessantes para  os prefeitos e vereadores eleitos:

Orientações para o Gestor Municipal : encerramento de mandato

O vereador e a fiscalização dos recursos públicos municipais

Destaques do documento:

(...)

São informações e orientações importantes para os prefeitos, vereadores e presidentes de Câmaras Municipais que estão deixando seus cargos.

(...)

A transição governamental caracteriza-se, sobretudo, por propiciar condições para que:

-  o (a) chefe do Poder Executivo em término de mandato possa informar ao candidato(a) eleito(a) sobre as ações, projetos e  programas em andamento, visando dar continuidade à gestão pública; e -  o(a) candidato(a) eleito(a), antes da sua posse, possa conhecer, avaliar e receber do(a) atual chefe do Poder Executivo todos os dados e informações necessários à elaboração e implementação do programa do novo governo.

(...)

Tão logo o(a) novo(a) prefeito(a) seja declarado(a) eleito(a) pela Justiça Eleitoral, sugere-se que seja instalada uma equipe de transição.

 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Novas fronteiras para a mineração

Publicado no site Farol Comunitário – Clique aqui para ler reportagem completa.

Investimentos de R$ 109,7 bilhões abrem novas fronteiras para a mineração no Estado. Aportes feitos nos últimos nove anos contemplam criação de 153,6 mil empregos. Em 2013, Belo Horizonte sediará a maior feira de mineração da América Latina.

Com 63 protocolos de intenção firmados entre 2003 e agosto deste ano entre empresas privadas e o Governo de Minas Gerais, o setor de mineração tem boas perspectivas para o incremento de suas atividades no Estado, contemplando, inclusive, regiões mais carentes como o Norte de Minas e os vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Segundo um levantamento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), os investimentos neste período somam R$ 109,7 bilhões, sendo que os maiores aportes estão direcionados para as regiões Central, Norte, Zona da Mata, Noroeste e os vales do Jequitinhonha e Mucuri.

A estimativa é que os protocolos de intenções formalizados de 2003 a 2012 contemplem a criação de cerca de 153.630 empregos, entrediretos e indiretos. Somente nos oito primeiros meses deste ano, foram firmados cinco novos protocolos de intenções, totalizando mais de R$ 8,9 bilhões, com previsão de 3.280 novos postos de trabalho.

“A atração de investimentos para o Estado pode ser atribuída às novas estratégias adotadas pelo Governo de Minas no sentido de ampliar a competitividade da cadeia minerometalúrgica. O Estado tem se esforçado para captar investimentos orientados pela agregação de valor e aumento do conteúdo tecnológico”, explica o subsecretário de Política Mineral e Energética da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Paulo Sérgio Machado Ribeiro.

Clique aqui para continuar lendo.

Orquestra Ouro Preto realiza apresentação gratuita em Diamantina

imageApós o estrondoso sucesso do espetáculo Valencianas, de Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto, gravado ao vivo no Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no último dia 03 de novembro, a Orquestra Ouro Preto chega à Diamantina e promove concerto no dia 21 de novembro, quarta-feira, às 20h30, no Teatro Municipal de Santa Izabel. O concerto tem entrada é gratuita, até a lotação máxima do Teatro.

Pela primeira vez na cidade, a Orquestra Ouro Preto, regida pelo Maestro Rodrigo Toffolo, traz a Diamantina um concerto que pretende apresentar suas linhas de atuação e um pouco da história do grupo, indicado ao Grammy Latino como melhor disco instrumental, em 2007, pelo álbum Latinidade e destaque na International Beatle Week 2012 em Liverpool, Inglaterra.

O destaque do concerto fica a cargo da diversidade do repertório, que promete encantar o público. Do repertório canônico, comumente executado por Orquestras de todo o mundo, a Orquestra Ouro Preto apresenta o Adágio de Albinoni, belíssima obra pertencente ao período barroco, composta pelo italiano Tomaso Albinoni (1671 – 1751).

A música de concerto brasileira também será contemplada no programa com Mourão, peça de Guerra Peixe (1914 – 1993) pertencente ao universo do Movimento Armorial, expressão artística concebida pelo escritor pernambucano Ariano Suassuna, que tinha como objetivo criar uma “arte erudita”, a partir de elementos da cultura “popular” nordestina.

Do Jazz ao Negro Spiritual, outro destaque do concerto é a Suíte Americana, arranjo do violinista Mateus Freire (1986 - ) a partir de temas ligados à música americana. Por fim, tendo o compositor e bandoneonísta argentino Rufo Herrera (1933 -) como convidado, a Orquestra Ouro Preto encerra sua apresentação mostrando um pouco de sua verve experimental, formado por milongas e tangos tradicionais, tais como El Choclo e La Cumparsita, até expressões máximas do Nuevo Tango de Astor Piazzola, a exemplo de Adios Nonino, Libertango e Milonga del Ángel, todas especialmente arranjadas por Rufo Herrera.

Orquestra Ouro Preto - A Orquestra Ouro Preto foi criada em maio de 2000. Tem como proposta o desenvolvimento de repertório diversificado em gênero e épocas e a oferta de uma programação permanente. Além dos concertos periódicos em Ouro Preto, já se apresentou em diversas cidades do país e do exterior. Em seu legado, destaca-se a gravação e o lançamento do disco Latinidades - indicado em 2007 ao prêmio Grammy Latino, na categoria melhor disco instrumental -, a estreia em abril de 2012 do espetáculo Valencianas ao lado de Alceu Valença e a participação em agosto de 2012 na International Beatle Week em Liverpool, Inglaterra. O vasto leque de atuação do grupo chamou atenção da Petrobras que, desde outubro de 2011, é sua patrocinadora majoritária.

O concerto em Diamantina é patrocinado pela Eletrobras e apoiado pela ArcelorMittal, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

SERVIÇOS

Orquestra Ouro Preto realiza apresentação gratuita em Diamantina

Dia: 21 de novembro, quarta-feira.

Horário: 20h30

Local: Teatro Santa Izabel.

Entrada Franca até a lotação máxima do Teatro.

Sugestão de Fonte: Mo. Rodrigo Toffolo – 31 – 9217 – 0300.

Assessoria de Comunicação

Saulo Rios

31 – 9217 – 0400..

comunicacao.orquestraouropreto@gmail.com

Leia o Jornal da UFVJM

Jornal 38

Está publicada a edição nº 38 do Jornal da UFVJM, registrado no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) sob o número ISSN 2238-8176.

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Fim de semana em Diamantina

Autor: Fernando Brant, publicado no Estado de Minas de 14/11/2012

Chovia, na estrada e na cidade. Voltar à terra em que passei parte importante da infância é sempre bom para mim. Ainda mais que a maioria das casas, das ruas e o cenário pouco mudaram, passados tantos anos. Essa é a vantagem de se viver em cidades tombadas pelo Patrimônio Histórico. O certo é que sempre que posso, e posso menos do que mereço, pego o carro e me dirijo às pedras capistranas de Diamantina.

O motivo desta vez era o Diamantina Gourmet, festival gastronômico que se realiza ali por duas semanas. Os diamantinos são muito criativos, não gostam de copiar o que existe. Assim é que, ao contrário de muitas festividades desse tipo, em que se costuma chamar os grandes mestres da culinária para exibir seu saber na arte de cozinhar, ali se partiu de um outro princípio.

Os mestres foram convidados, com antecedência, para ministrar cursos para os profissionais de lá. O intercâmbio trouxe o conhecimento de fora, que foi incorporado às habilidades próprias da gente do lugar. Os vários restaurantes do velho Tijuco podem agora nos presentear com o sabor e a riqueza da insuperável cozinha mineira, acrescida da ciência que se adquiriu nos cursos. O Clube da Esquina foi o homenageado da festa deste ano.

Um dia, estava eu quieto em minha casa em Beagá, e fui acionado pela Mariana, da Pousada do Garimpo. Ela tinha escolhido uma música, San Vicente, minha e do Milton, para ser o tema do prato que ela queria oferecer aos convidados. Conversamos sobre a letra e, findo o telefonema, fiquei imaginando como ela resolveria em comida o que dissera em palavras a respeito de um tempo conturbado do nosso continente sul-americano. Ela me surpreendeu agradavelmente, juntamente com o chef Vandeca, com a compreensão do sentido mais profundo da canção: a integração entre os povos aqui do nosso lado da América, mensagem implícita, em meio à dor daquele tempo.

Com a chuva e o frio me dediquei às melhores qualidades de Diamantina: bebida, comida, amizade e música. O meu prato ficou supimpa. Entrada: ceviche peruano agregado aos nossos surubim e abacate manteiga e insumos orgânicos. Prato principal: lombo ao vinho com virado de quinoa (originário do Peru, Colômbia e Chile) e couve mineira e batatas ao molho huncaina da Venezuela. Na sobremesa, quiseram se alimentar de nós. Fernando, Milton e Mercedes Sosa foi o nome que deram à combinação de doce de leite, queijo, compotas e pastelzinho.

Até domingo você pode ir até lá, curtir Diamantina e comer outras delícias como a esfiha de carne moída e ora-pro-nóbis. Recomendo essas e outras alegrias diamantinas.

Prefeitos itinerantes planejam conquistar mandato para se perpetuarem no poder

Publicado no Estado de Minas em 19/11/2012 – clique aqui

Um fim de carreira para comemorar, e outro melancólico para os dois mais famosos prefeitos itinerantes de Minas Gerais. Depois de colocarem nos currículos a administração de duas cidades, o prefeito de Pirapora, Warmillon Braga (DEM), que também governou Lagoa dos Patos, e o de Diamantina, Padre Gê (PMDB), que foi eleito ainda em Três Marias, concluem mandatos em dezembro impedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de repetir a façanha, mas planejando briga por outros cargos.

O recordista de mandatos consecutivos como prefeito é Warmillon. Antes de oito anos no comando de Pirapora, Região Norte de Minas, venceu duas eleições na vizinha Lagoa dos Patos, a 60 quilômetros da cidade que hoje governa. “Agora vou cuidar da minha família”, diz o prefeito. Em seguida, porém, conta que quer mesmo é ser deputado federal. A eleição acontece em outubro de 2014. “Já estou trabalhando em 67 municípios da minha região”, afirma.

Warmillon, que elegeu o sucessor em Pirapora, Heleomar Silveira (PSB), é acusado pelo Ministério Público estadual de desvio de dinheiro público, enriquecimento ilícito e, na hipótese de vencer a disputa para a Câmara dos Deputados, ganharia mais tempo até a conclusão dos processos, já que a instância para crimes de parlamentares, beneficiados pelo foro privilegiado, é o STF. Ao todo, Warmillon, que é empresário do setor agrícola, responde a 85 ações na Justiça.

Destino diferente teve Padre Gê, que governou Três Marias, na Região Central de Minas, por quatro anos (2001-2004), e encerra em dezembro outros quatro anos de mandato em Diamantina (2009-2012), no Vale do Jequitinhonha. O prefeito tentou a reeleição, mas perdeu a disputa para Paulo Célio de Almeida Hugo (PSDB). A distância entre as duas cidades é de 258 quilômetros. “Não sei o que o futuro nos aguarda, mas penso em disputar vaga na Assembleia Legislativa”, diz o prefeito de Diamantina, que já não celebra missas e entrou com processo no Vaticano para abandonar as funções religiosas.

A proibição para que prefeitos se candidatassem a novo mandato em outra cidade foi votada pelo STF em 2 de agosto de 2012. A Corte decidiu que candidatos reeleitos em um município não podem disputar pela terceira vez o cargo no mesmo estado, ainda que em cidade distante daquela em que exerceu, por duas vezes consecutivas, a chefia do Executivo. O primeiro questionamento à Justiça contra os prefeitos itinerantes foi feito pela procuradora da República em Alagoas Niedja Kaspary, em 2008. O entendimento era que a prática é inconstitucional, por possibilitar mais de dois mandatos consecutivos.

URNAS E NAMORADAS
O prefeito eleito de Biquinhas, na Região Central de Minas, pode não assumir o cargo também por ter ficado tempo superior ao permitido por lei não no poder, mas ao lado de quem o exercia. Arisleu Ferreira Pires (PSDB) governou a cidade de 1997 a 2000 e de 2001 a 2004. Hoje, a prefeita, que passaria o comando ao candidato vencedor, é Valquíria da Silva (PSDB), que seria a mulher de Arisleu. O casal tenta se desvencilhar da “acusação”. Afirmam serem apenas namorados. No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que os dois têm um relacionamento estável.

A decisão foi sustentada pelo parágrafo 7º do artigo 14 da Constituição Federal, que diz: “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, de governador de estado ou do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição”. Cabe recurso da decisão, mas, ao menos por enquanto, pelo entendimento do TSE, uma nova eleição deverá ser realizada na cidade, já que Arisleu teve mais que 50% dos votos válidos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Programação Diamantina Gourmet

193 ou 192?

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Santa Casa na Praça

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Hoje tem filme sobre o universo do futebol no Cine Mercúrio

Em parceria com VI Encontro de Educação Física da UFVJM, o Projeto Cine Mercúrio exibirá hoje (14/11)  o filme “Boleiros, era uma vez o futebol”.

A sesão começa às 19 horas com ENTRADA FRANCA.

Num típico bar paulistano, com fotos de jogadores espalhadas pelas paredes, um grupo de homens tem algo em comum: todos são boleiros, profissionais e ex-profissionais do futebol. Eles costumam se reunir ali para falar sobre jogos, atletas, times e juízes. Dessas conversas surgem lembranças de fatos e personagens insólitos do futebol, num clima de nostalgia debochada. Os episódios são tão familiares e, relatados com tanta habilidade, que acabamos nos convencendo de que todas as pessoas realmente têm uma hostória que vale a pena conhecer, só precisam aprender a contá-la.

O fimel é imperdível para os autênticos amantes do futebol e  um deleite até para aqueles que não estão habituados com este universo.  Veja no vídeo abaixo um trecho de uma das cenas mais hilárias do filme.

 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Causos do garimpo: TV que prozeia mas não mageia e quando mageia não prozeia

Enviado por Luciano Becheleni Guimarães

Aos sábados, quando voltava do garimpo com parte da turma de peões, sempre havia alguma encomenda, vale a ser feito, compra de remédio para algum familiar dos garimpeiros etc. Era uma gama variada de incumbências que ia desde pedaço de fumo de rolo, paia de milho, até pilha e sonrisal.

Chagando na cidade, o Nonato me disse:

- Doutor, o senhor poderia levar minha TV para consertar que depois acertamos?

Eu disse:

-Tudo bem, vamos levá-la à oficina, mas o que tem a danada?

- Ahhh doutor, esta danada quando prozeia não mageia e quando mageia não prozeia.

Eu, no alto da minha ignorância, não entendo nada, guardei o recado e quando levei a TV à oficina o técnico me perguntou o que havia ocorrido, qual era o defeito. disse as mesmas palavras do Nonato:

- Olha, quando esta TV prozeia não mageia, e quando mageia não prozeia, tendeu?

O técnico disse:

- Sim entendi.

Ao que eu perguntei:

- Mas afinal que defeito exatamente é este?

O técnico, com cara de riso, me perguntou:

- O senhor não sabe?

Eu disse:

- Não, não sei, mas tenho uma leve suspeita.

Ele explicou detalhadamente:

- Quando a TV prozeia, significa que ela fala, tem voz, e quando mageia, significa que tem imagem.

Voltou do conserto zerada, mageando e prozeando perfeitamente!!!!

Participe do financiamento coletivo da Música do Espinhaço

Depois de passar quase 2 anos com pouco sucesso na maior parte dos editais de incentivo a cultura decidimos procurar um novo caminho pra continuar cantando as Músicas do Espinhaço.

Estamos lançando hoje um projeto pra financiamento coletivo do nosso próximo CD (através do catarse). Trata-se de uma ferramenta muito simples e segura onde recebemos doações dos fãs da nossa música. Quem doar recebe recompensas, começando é claro pelo próprio CD. Apoiem, vejam o vídeo e mais informações no link abaixo:

www.catarse.me/musicasdoespinhaco

Mudanças

Autora: Adriana Parentoni

Era uma casa com cara de casa daquelas de roça em plena cidade. Digo casa de roça não no sentido pejorativo, mas sim por causa da forma das janelas de madeira bruta, com dezenas de quadradinhos de vidro emoldurado; que sempre agarravam em algum ponto durante sua abertura. Casa com um tipo próprio de pintura, que ressaltava as janelas com tons marcantes e recobria a casa no velho branco da cau. Casa de roça, pelo tamanho e aconchego da cozinha e é claro, pelo quintal enorme nos fundos, com um pé de abacate para fazer sombra a quem não estivesse querendo ficar no sol escaldante da lida por muito tempo. Claro que numa casa destas não poderiam faltar na varanda os ganchos para a rede e era ela, a rede, para aquela moradora o símbolo da preguiça e da paz local....

Dentro daquela casa era possível vê-la abrindo as caixas de todos os tamanhos, espalhadas por toda parte. Todas elas enumeradas e ela com a folha contendo o número e o conteúdo de cada uma nas mãos. Eram cerca de 30 caixas grandes. A imprecisão não se deve à sua listagem e sim às que estavam espalhadas na sala da casa, pois eram tantas!!! O interessante é que ela continuava a mesma gordinha de sempre, boa cozinheira, muito bem humorada e rindo sozinha de toda aquela bagunça. Afinal, ela sempre detestou a bagunça, talvez porque seus pensamentos já fossem suficientemente bagunçados...

Naquela tarde ela estava quase exausta, depois de três dias embalando cada coisa e colocando-as nas respectivas caixas. Mesmo assim, ela se sentia contente com o que tinha lhe acontecido. E eram tantas as coisas que passavam na sua cabeça. Cenas extremamente felizes de muitas chegadas e tantas outras extremamente tristes, de tantas partidas... Era como se sentada naquele canto da sala ela estivesse em outra dimensão. Como se estivesse tendo uma chance única de avaliar sua própria vida.

As pernas cruzadas, a calça jeans com o botão já aberto, os pés descalços imundos, a camisa de malha que antes era branca, ali já estava bege escura com a poeira... e a tão imprescindível tesoura em punho... Ela se lembrou de quando ainda era pequenininha e estava no jardim de infância. Lembrou-se da Ligia Loiola, sua amiga daqueles dias e que curiosamente continua fazendo parte dos seus amigos até hoje... Engraçado como naquela época éramos capazes de guardar o nome e o sobrenome das pessoas e hoje nem sabemos mais quem somos... Ela tinha sua tesourinha, muito bem marcada pelas etiquetas que sua mãe cuidadosamente tinha feito, sua cadeirinha azul predileta e seu lugar na sala minúscula lotada de crianças...mesmo assim, ai de quem sentasse no “seu lugar.” Era briga na certa. Ela tinha desde muito pequena uma espécie de auto-determinação, o que significa dizer que, uma vez que ela tivesse decidido algo, dificilmente voltaria atrás.

Aos 30 ela montou seu primeiro apartamento. Mesmo tendo pensado nisso muitos anos antes, com sua inseparável amiga Ligia. O curioso é que a palavra inseparável neste caso era um tanto quanto relativa, pois elas estudaram juntas no ginásio e no colegial, mas Ligia foi para a Fisioterapia um ano antes dela e assim perderam o contato por longos e preciosos anos, até se reencontrarem por mero acaso num shopping da cidade. Falaram novamente sobre o passado, mas ficou claro que cada uma tinha escolhido um presente bem diferente, ainda que os sonhos de morar sozinha ainda estivessem vívidos em seus corações.

Ela depois de 9 anos num determinado formato de vida, que para ela começou a ser alucinante, percebeu que não era mais feliz e resolveu mudar. Para qualquer pessoa isso seria encarado como algo natural, mas para ela não! Para ela não era bem assim, pois jamais seria simples...por mais que ela tentasse. Por trás de toda a sua fortaleza havia o medo do incerto, ainda havia aquela criança dos tempos do primário, insegura sobre suas reais capacidades e possibilidades...porém, igualmente havia um sonho...ainda que aparentemente piegas...ela alimentava dia após dia o sonho de ser feliz...

Não sei a opinião daqueles que já se mudaram antes, mas mudar, mesmo em coisas pequenas, exige uma espécie de luto, para que possamos nos atirar de novo à vida. É preciso de certa forma ser capaz de enterrar o velho, o que ficou ou o que simplesmente passou... Mudar implica sempre em aceitar desafios, conquistar normalmente sozinho um território completamente desconhecido, que nem sempre é amistoso. É uma aposta...é parte de um jogo, é simplesmente se arriscar a viver...

Nossa vida tem um curso próprio, que nem sempre escolhemos, mas que simplesmente vivemos... Ela sempre detestou as mudanças, afinal, mudar para ela significava encarar o novo... assumir riscos...e a palavra arriscar vinha sempre seguida de ganhos ou perdas...e justamente pela dúvida ela nunca se sentia apita ou confortável o suficiente para arriscar.

Ali sentada no canto da sala da nova casa ela se lembrava dos namorados que teve, concluía naquele instante que eles não foram muitos nem poucos...foram fascinantes, suficientes e muito diferentes. Pensava que se estivessem todos ali talvez as coisas se organizassem mais rapidamente. Pois o seu último, por exemplo, era um intelectual e certamente arrumaria seus livros em ordem alfabética e deixaria o seu escritório impecável. Tinha o festeiro que lhe traria certamente uma cerveja gelada pingando pela sala afora e perguntaria onde colocar a churrasqueira para ir começando a arrumar o almoço. Tinha o bonachão que iria chamar por ela, porque não tinha achado onde ela havia posto o controle da TV ou  para lhe perguntar se já havia algo para beliscar, pois ele estava cansado e faminto...e pensando nisso ela foi abrir a geladeira para ver o que encontrava.

Como em dias de mudança as comidas são escassas, ela fez um misto quente e continuou pensando, afinal, tinha tido também o namorado mecânico-eletricista que iria testar todas as tomadas antes de ligar os eletro-domésticos e que, certamente, gritaria para ela desligar a chave de luz geral enquanto instalava o chuveiro e depois a máquina de lavar. Mas o que ela mais se lembrava era do romântico, pois ele certamente lhe traria um bom vinho e um queijo para comerem e se amarem em seguida...e assim respirou de certa forma aliviada por tudo que já tinha vivido até ali.

Mas abrindo seus olhos ela se viu novamente sozinha na sala. Quase tudo a ser colocado no lugar e ninguém, absolutamente ninguém por perto. Ela pensou em como era difícil fazer as coisas assim, sozinha. Mas até ali a vida dela tinha sido basicamente desta forma e tinha funcionado, porque desta vez seria diferente??? Porque ela pensou que não seria capaz ??? E por um momento ela parou tudo que fazia e se deitou na rede da varanda e cobriu o corpo com a colcha de nuvens que tinha ganhado de uma amiga da Espanha, sem querer pensar em nada.

Quantas caixas a serem arrumadas havia ainda no seu coração... quantas pessoas, quantas passagens, quantas viagens...quantas partes dela se quebraram ao longo do tempo para chegarem até ali...quantas vezes ela se reinventou para ter coragem...quanto medo ela viveu secretamente. Porque se cansar agora??? Porque partir agora??? Porque o medo mais uma vez lhe paralisava o coração? Não sei dizer quanto tempo ela ficou ali, deitada encolhidinha num canto da rede, envolvida por seus pensamentos. Caiu a noite, vieram as estrelas, apareceu a luz da lua cheia linda, linda daquele lugar e de repente ela foi desperta com a brisa, que lhe dava um beijo carinhoso, um sorriso gostoso, com um abraço tão caloroso que pensava estar sonhando.

Ele não veio ajudar na mudança, veio inaugurar sua cama,  lhe dar segurança,  lhe chamar para dançar a nova dança e porque não, lhe ajudar a perder o seu medo eterno das mudanças.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Conheça um pouco mais do diamantinense César Lacerda na TV Brasil

O Estúdio Móvel desta semana começa com música mineira. Natural de Diamantina, interior de Minas, o trabalho do músico e compositor César Lacerda valoriza a canção. Ele conta que, ao longo de sua trajetória, frequentou e tocou em rodas de choro e samba, apresentou-se ao lado de músicos de jazz, executou peças de música erudita contemporânea, além de fazer trilhas para cinema.

2012 foi um ano especial para o músico, que lançou seu primeiro disco, intiludado Porquê da Voz e teve suas músicas gravadas em dez discos de diferentes artistas.

César apresenta duas músicas no programa: o primeiro single de seu disco e "Moço", composição em parceria com o super Matheus Nachtergaele. Então, chegou a hora de conhecer a história e musicalidade desse moço!

Ainda nesta segunda, Lili conversa com a atriz Flávia Reis, que, no ano do centenário de Nelson Rodrigues, está em cartaz com uma adaptação do texto Valsa nº6, primeira peça de Nelson adaptada para o teatro de animação.

Formada em artes cênicas e circo, a atriz fez parte do Doutores da Alegria e integra o grupo Roda Gigante, como palhaça e coordenadora artística. Também fundou a Companhia Portátil de Teatro, que há sete anos desenvolve uma pesquisa sobre a linguagem do teatro de animação. Vamos conferir o papo, na companhia de Sônia, a boneca protagonista da peça!

Diretamente de Recife, toda a versatilidade da Monstro Amor! Os integrantes Evando Q? (a interrogação faz parte do nome artístico do rapaz) e Grilo batem um papo via Internet e explicam a pegada do grupo, cuja sonoridade é objetivamente pop e subjetivamente experimental. Na entrevista, eles explicam o conceito de free-rock, falam das particularidades de cada CD e da maneira inusitada como se apresentam nos palcos. Ficou curioso? Cole aqui pra conhecer mais uma banda da cena pernambucana.


http://tvbrasil.ebc.com.br

Cine Mercúrio exibe filme sobre o universo do futebol e dos boleiros

Em parceria com VI Encontro de Educação Física da UFVJM, o Projeto Cine Mercúrio exibirá nesta quarta-feira (14/11)  o filme “Boleiros, era uma vez o futebol”.

A sesão começa às 19 horas com ENTRADA FRANCA.

Num típico bar paulistano, com fotos de jogadores espalhadas pelas paredes, um grupo de homens tem algo em comum: todos são boleiros, profissionais e ex-profissionais do futebol. Eles costumam se reunir ali para falar sobre jogos, atletas, times e juízes. Dessas conversas surgem lembranças de fatos e personagens insólitos do futebol, num clima de nostalgia debochada. Os episódios são tão familiares e, relatados com tanta habilidade, que acabamos nos convencendo de que todas as pessoas realmente têm uma hostória que vale a pena conhecer, só precisam aprender a contá-la.

O fimel é imperdível para os autênticos amantes do futebol e  um deleite até para aqueles que não estão habituados com este universo.  Veja no vídeo abaixo um trecho de uma das cenas mais hilárias do filme.

Veja a prestação de contas dos candidatos nas eleições municipais de 2012

Fonte: TRE MG

Clique aqui para conferir a prestação de contas dos seus candidatos. Basta clicar na opção LOCALIZAR CANDIDATO”

Os dados podem ser fornecidos por meio dos sites do TRE-MG (www.tre-mg.jus.br) e do TSE (www.tse.jus.br) na internet, pelo “Módulo de informações voluntárias de campanha”. Essas informações irão subsidiar, a partir de agora, as análises das prestações de contas, cujo prazo para recebimento terminou no dia 6 de novembro (aos candidatos que disputaram o primeiro turno). No caso dos candidatos a prefeito que concorreram ao segundo turno, ele se encerra no dia 27 de novembro.

Até o momento, um total de R$ 5.328.179,02 foi declarado por 99 doadores. Desse total, foram recebidas 47 informações de pessoas físicas – com valor doado de R$ 54.334,00, e 52 de pessoas jurídicas – com valor doado de R$ 5.273.845,02. Com relação aos fornecedores, o total informado foi deR$ 2.522.092,79, dos quais R$ 2.516.092,79 foram declarados por 52 pessoas jurídicas e R$ 6 mil por 20 pessoas físicas.

O estímulo ao fornecimento dessas informações fez parte, este ano, da campanha do TRE-MG “Sujeira Não é Legal”, que objetivou uma eleição mais limpa e transparente.

Além das informações voluntárias, a  Justiça Eleitoral mineira está utilizando outros mecanismos para fiscalizar os gastos de campanha. Servidores dos cartórios eleitorais, formalmente designados, acompanharam e registraram os atos de campanha para posterior confronto com a prestação de contas. Foram produzidos mais de 20 mil  autos de constatação de propaganda que deverão corresponder aos registros lançados nas prestações de contas. Caso seja apurada alguma divergência, o candidato será chamado a prestar esclarecimentos.

Outro importante mecanismo de verificação são as notas fiscais eletrônicas. Até agora, o TRE-MG já recebeu 122.319 notas, sendo 50.803de grandes municípios do Estado que dispõem de fiscalização eletrônica e71.516 notas fornecidas pela Secretaria de Estado de Fazenda.

Os dados serão cruzados com as contas prestadas dos candidatos/partidos e comitês, que têm a obrigação de informar todas as notas fiscais referentes a cada um dos seus gastos de campanha. As divergências apuradas serão levadas ao conhecimento do prestador de contas para que faça os esclarecimentos que entender cabíveis.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Começa o 3º Diamantina Gourmet, que homenageia ao Clube da Esquina

Fonte: Estado de Minas

Programação Cultural do III Festival de Gastronomia e Cultura - Diamantina GourmetInspirado no Clube da Esquina, movimento que marcou a MPB contemporânea, o 3º Festival de Gastronomia e Cultura Diamantina Gourmet começa hoje. Foram programados cursos , debates e roteiro de restaurantes, além de shows com integrantes do Clube. Esta noite, o compositor Márcio Borges participará da abertura oficial do evento, no Teatro Municipal Santa Isabel. A Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina vai se apresentar.

“Temos uma relação afetiva de muitos anos com Diamantina, desde a época em que frequentávamos o sítio do Fernando Brant na cidade. Éramos jovens, gostávamos de passear e de tocar nos bares de lá”, conta Márcio. Sentinela, canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, foi inspirada na famosa serra diamantinense. Em 1971, uma foto que se tornaria famosa, tirada nas ruas capistranas, reunia o ex-presidente Juscelino Kubitschek, ilustre filho da terra, e os jovens músicos Milton, Márcio, Lô Borges e Brant.

Show e quitanda

Neste sábado, Márcio e Telo Borges se apresentam com Fernando Brant no Mercado Velho. Domingo, às 8h, Márcio bate ponto no Café do Beco, evento tradicional que reúne quitandeiras, artesãos e cantores de Diamantina. Dia 18, no encerramento do festival, ele fará show ao lado dos irmãos, Marilton e Telo. “Estou contando as horas para chegar lá. A cidade tem um clima maravilhoso”, diz o compositor.

Quinta-feira, será a vez dos “herdeiros” do Clube da Esquina: Rodrigo Borges e Gabriel Guedes, filhos de Marilton Borges e de Beto Guedes, se apresentarão no Mercado Velho. “Esse evento é uma grande oportunidade de levar o som do Clube tanto para as pessoas que já o conhecem quanto para as novas gerações”, diz Rodrigo.

Para ele, a principal herança do movimento é a sonoridade. “Minhas composições, assim como as do Clube, são sofisticadas devido a elementos harmônicos elaborados. Mas elas também são extremamente pop”, ressalta.

O evento diamantinense homenageia os 40 anos do disco Clube da Esquina. Os pratos oferecidos por 11 restaurantes se inspiram em canções como Cravo e canela, Pão e água e Um gosto de sol, entre outras. São eles: Al Árabe, Apocalipse, Deguste, Diamante, Espaço B, Fino Trato, Gringo’s, Meio Tom, Pousada do Garimpo, Pousada Relíquias do Tempo e Recanto do Antônio.

Idealizado pela Associação Diamantinense das Empresas Ligadas ao Turismo, o festival é promoção cultural do Estado de Minas, TV Alterosa e da Rádio Guarani. Também faz parte das ações do Minas Viva, projeto dos Diários Associados.

Programação

l Sexta-feira
10h – Teatro Municipal Santa Isabel. Exposição: Clube da Esquina (em cartaz até dia 17)

19h30 – Teatro Municipal Santa Isabel. Abertura oficial. Com Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina e Márcio Borges
l Sábado
18h30 – Teatro Municipal Santa Isabel. Documentário Clube da Esquina (sessões nos dias 15, 16 e 17)
19h30 – Mercado Velho. Show Bares da vida, com Márcio Borges, Fernando Brant e Telo Borges
l Domingo
8h – Café no Beco. Com Márcio Borges
l Dia 15
19h30 – Mercado Velho.
Show de Rodrigo Borges e Gabriel Guedes
l Dia 16
19h30 – Mercado Velho.
Show de Celso Moreira
e Chico Amaral
l Dia 17
19h30 – Mercado Velho. Show de Beto Lopes e Wilson Lopes
l Dia 18
12h – Mercado Velho. Encerramento. Show
de Marilton, Márcio
e Telo Borges
. Os eventos têm entrada franca

SECTUR habilita Diamantina para receber o ICMS Turístico em 2013

Índice de investimento em turismo de Diamantina é um dos mais altos de Minas Gerais

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio: turismo@diamantina.mg.gov.br

Diamantina, 09 de novembro de 2012 – Na ultima quinta-feira (08/11), a Secretaria de Estado de Turismo divulgou a listagem dos municípios habilitados a receber recursos do ICMS Turístico, com base na arrecadação estadual de 2013.

O ICMS Turístico é uma política estadual de distribuição de recursos aos municípios que investem no turismo. Município que investe mais recebe mais! Dessa forma, o ICMS Turístico atua como motivador para que os municípios estruturem as políticas públicas e implementem as ações necessárias ao desenvolvimento turístico sustentável.

Desde 2009 a Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio de Diamantina – SECTUR, através da Coordenadoria de Políticas para o Desenvolvimento do Turismo, coordenou esforços juntamente com entidades, instituições e empresas que têm interface com a atividade turística a fim de estruturar no município os pilares básicos da política pública de turismo e cumprir os critérios exigidos para habilitação no ICMS Turístico.

O trabalho desenvolvido pela SECTUR teve como principais resultados a criação do Conselho Municipal de Turismo, do Fundo Municipal de Turismo, do Plano Municipal de Turismo, de Programas institucionais, além de outros marcos legislatórios e ferramentas de gestão participativa, e frutificou na habilitação de Diamantina para receber recursos do ICMS Turístico no ano de 2013.

O percentual do ICMS turístico a ser repassado para os municípios é definido com base no Índice de Investimento em Turismo do município (IIT). Diamantina destacou-se entre os 119 municípios habilitados, como um dos 10 municípios com o maior índice de investimento em turismo, juntamente com os municípios de Antônio Carlos, Capelinha, Espera Feliz, Itamarandiba, Leopoldina, Minas Novas, Novo Cruzeiro, Raposos e São Francisco.

Pela primeira vez a Região Turística do Circuito dos Diamantes teve cinco municípios habilitados a receber o ICMS Turístico, sendo estes: Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Presidente Kubitschek e Senador Modestino Gonçalves.

Segundo a Secretária de Cultura, Turismo e Patrimônio, Sra. Márcia Betânia a habilitação de Diamantina é importante, pois irá garantir a irrigação de recursos contínuos ao Fundo Municipal de Turismo, fortalecendo esta ferramenta de gestão que deve se efetivar cada vez mais através da co-gestão do Conselho Municipal de Turismo na condução e construção de projetos para o desenvolvimento do turismo em âmbito municipal. Ainda segundo a Secretária Márcia o resultado torna-se importante também, uma vez que significa o reconhecimento pelo Governo de Minas Gerais que o município de Diamantina tem cumprido o seu “dever de casa”, estruturando os principais mecanismos hoje exigidos para a realização das políticas públicas de turismo.

ICMS Turístico em números

Segundo dados da Fundação João Pinheiro – FJP, o ICMS Turístico distribuiu aos 44 municípios habilitados para receber os repasses em 2011 o valor de R$ 6.007.100,35. Aos 63 municípios habilitados para receber os repasses em 2012, o ICMS Turístico distribuiu R$ 5.325.073,35.

O percentual do ICMS turístico a ser repassado para os municípios é definido com base no índice de investimento em turismo do município e o somatório dos índices de investimento em turismo de todos os municípios habilitados a receber o incentivo (fórmula matemática estabelecida pela Lei nº 18.030/09).

O repasse dos valores aos municípios habilitados é feito semanalmente pela Secretaria de Estado de Fazenda. O cálculo do valor a ser recebido pelos municípios tem como base o resultado da fórmula matemática e a arrecadação semanal do ICMS e do IPI no Estado, daí a impossibilidade de se definir, antecipadamente, o valor dos repasses a cada um dos municípios.

A FJP - Fundação João Pinheiro divulga, mensalmente, o valor dos repasses recebido no mês imediatamente anterior no site http://www.fjp.mg.gov.br.

Habilitação para 2014

A SECTUR através da Coordenadoria de Políticas para o Desenvolvimento do Turismo, já iniciou os trabalhos de habilitação de Diamantina para receber os recursos do ICMS Turístico em 2014. Isso porque, a documentação para habilitação se refere ao ano anterior ao do recebimento dos recursos. Ou seja, a SECTUR tem que encaminhar em 2013 os documentos relativos a 2012 para recebimento dos recursos em 2014.

A Secretaria de Estado de Turismo ainda não definiu os prazos para entrega da documentação.


“Mostra Pelos Vales” traz teatro, música e poesia para Diamantina

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Agenda cultural do fim de semana

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio - producaocultural@diamantina.mg.gov.

Dia 09/11 (sexta-feira)

  • Feira de Artesanato, Comidas Típicas e Música ao Vivo

Horário: 18 horas

Local: Mercado Velho

Atração: Francisco Reis

  • Abertura do III Festival de Gastronomia e Cultura - Diamantina Gourmet.

Horário: 19:30 horas

Local: Teatro Municipal Santa Isabel

Atração: Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina

 

Dia 10/11  (sábado)

  • Feira de Artesanato, hortifrutigranjeiro e música ao vivo

Horário: 08 horas

Local: Mercado Velho

Atração: Macena e Banda

 

Dia 11/11 (domingo)

  • Feira Livre do Largo Dom João

Horário: 08 horas

  • Café no Beco

horário: 08 horas

local: Beco da Tecla

  • Feira da Quitanda

horário: 09 horas

local: Rua da Quitanda

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cine Mercúrio exibe curtas sobre a cultura corporal hoje no Santa Izabel

Em parceria com VI Encontro de Educação Física da UFVJM, o Projeto Cine Mercúrio exibirá hoje  cinco curtas metragens sobre a cultura corporal de movimento.

A sesão comça às 19 horas com ENTRADA FRANCA.

A arquitetura do corpo: Os bailarinos e suas formas. Suas dores. Seus sonhos.

Maré Capoeira:  Maré é o apelido de João, um menino de dez anos que sonha ser mestre de capoeira como seu pai, dando continuidade a uma tradição familiar que atravessa várias gerações. Um filme de amor e guerra.

Ernesto no país do futebol: Em ano de Copa do Mundo, o que poderia ser pior para um garoto argentino do que morar no Brasil?

Gol a gol: Gus é o melhor jogador de futebol da escola. No seu último dia de aula, ele é desafiado pelo irmão menor e deverá escolher entre ganhar o jogo ou dar uma chance ao caçula.

O maior espetáculo da terra: Um documentário sobre um circo na corda bamba

Prefeitos de cidades históricas de Minas reclamam os milhões prometidos pelo governo federal

Fonte: Estade de Minas (clique aqui para ler a reportagem completa)

De um montante de R$ 254 milhões previsto para ser gasto até o final de 2013 no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas em Minas Gerais, nenhum centavo chegou até agora. É o que garante o presidente da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais (ACH-MG) e prefeito de Congonhas, Anderson Cabido (sem partido). A informação é confirmada por pelo menos nove prefeituras de cidades que teriam direito a receber um total R$ 125 milhões até 2013: Tiradentes, Diamantina, Ouro Preto, Pitangui, Cristiano Otoni, Cataguases, Belo Horizonte, Congonhas e Raposos.

O convênio foi assinado em outubro de 2009, em Ouro Preto, pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Como solução imediata, Cabido acredita que um acordo será assinado em breve para que pelo menos as 10 cidades brasileiras tombadas como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco) comecem a receber os investimentos previstos – Congonhas, Ouro Preto e Diamantina estão entre elas. Questionado sobre o atraso na liberação das verbas, o Iphan, através de sua assessoria de imprensa, não respondeu.

Vice-presidente da ACH-MG, o prefeito de Pitangui, no Centro-Oeste, Evandro Rocha Mendes (PT), também lamenta o não recebimento das verbas: “Foi um sacrifício para montar esse PAC das Cidades Históricas, e depois a coisa enganchou”. Ele conta que os projetos foram enviados pela administração municipal, mas “infelizmente, não chegou nada”. Segundo Evandro, a prefeitura está arcando com os custos de algumas obras previstas no programa para o Museu Histórico de Pitangui, porque o imóvel, do século 18, precisa de cuidados imediatos. A associação deve se reunir no dia 20 para discutir a situação das cidades históricas no estado.
O prefeito de Diamantina, Padre Gê (PMDB), é outro que lamenta não ter recebido os recursos. A coordenadora de projetos da prefeitura, Débora do Nascimento França, afirma que a maioria das cidades ainda não viu a cor do dinheiro. “Nós pactuamos o convênio, entregamos os projetos, diagnósticos e tudo o que era necessário, mas não recebemos”, comenta ela.

Secretário de Patrimônio e Desenvolvimento de Ouro Preto, Gabriel Gobbi afirma que a única obra prevista no PAC das Cidades Históricas que está sendo realizada na cidade é a restauração da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, mas comenta: “O recurso veio do Ministério das Cidades, a obra é emergencial. Estamos tendo de paralisá-la, porque o dinheiro não é suficiente”. Um montante de R$ 32,6 milhões era previsto para a restauração de diversas igrejas na cidade.

Nilzio Barbosa (PMDB), prefeito de Tiradentes, destaca que nenhum recurso do programa federal foi repassado para a prefeitura que ele comanda. “Nosso projeto foi aprovado pelo Iphan, mas não recebemos. Estamos recebendo alguma coisa do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para a restauração de igrejas, mas do PAC não recebemos nada”. O secretário de Cultura de Cataguases, na Zona da Mata, José Vítor Lima, também se queixa de que os projetos não foram tocados por falta de dinheiro: “Fizemos todos os projetos de reforma, dos monumentos tombados aqui, não veio nada. O Iphan sinalizou uma verba de R$ 280 mil para uma praça, mas do PAC não veio”. A cidade receberia R$ 29,9 milhões do governo federal para obras como a recuperação das praças Rui Barbosa e Santa Rita.

Perguntado sobre o PAC das Cidades Históricas, o secretário de Fazenda de Raposos, Manoel Alves Ribeiro, responde: “Nada, nada, nada”. Na mesma toada, o prefeito José Nery (PMDB), de Cristiano Otoni, comenta: “Mandamos o projeto para a restauração do Núcleo Histórico de São Caetano do Paraopeba, mas não recebemos nada”.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sétima edição do Visões do Vale focaliza ocupação e trabalho no Jequitinhonha

Fonte: UFMG

Conferências, mesas-redondas, lançamento de livros, inauguração de sites e apresentação de 10 trabalhos de pesquisa e extensão por pesquisadores da UFMG, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Unimontes e PUC-MG compõem a programação da sétima edição do seminário Visões do Vale, que será realizada nos dias 8 e 9 de novembro, no auditório 1 do prédio da Face, no campus Pampulha.

Promovido pela Pró-reitoria de Extensão, o Visões do Vale terá como tema ocupação e trabalho. “O objetivo é propor discussões temáticas que abordem as características, problemas e potencialidades do Vale, além de aproximar a comunidade acadêmica, agentes governamentais, lideranças e pessoas da região", resume a pró-reitora adjunta de Extensão da UFMG, Maria das Dores Pimentel Nogueira.

O tema central será abordado na palestra de abertura pela Maria Aparecida Moraes e Silva, do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).

Com larga experiência em Sociologia Rural, atuando principalmente com expropriação camponesa, exploração do trabalho, relações de gênero e agricultura, a pesquisadora vai apresentar suas análises sobre a migração dos trabalhadores do Vale do Jequitinhonha, sobretudo para o corte de cana em Ribeirão Preto, fluxo iniciado há mais de 60 anos, e que ela define como "temporário permanente".

"Nessa região, as usinas surgiram nos finais dos anos 1950, desde então com presença maciça dos trabalhadores do Vale, fenômeno que persiste até hoje. Meu foco será a migração permanentemente temporária, na qual a maioria dos trabalhadores vai para o corte de cana ou para outras atividades agrícolas, permanecem lá de abril a dezembro, depois retornam para casa e ficam por um período muito curto, até voltarem para a safra seguinte”, explica Aparecida Moraes.

As inscrições, gratuitas, podem ser feitas até o dia de início do evento pelo email visoesdovale@proex.ufmg.br. Outras informações pelo telefone (31) 3409-4067. A íntegra da programação pode ser conferida aqui.

Leia mais na edição sobre o seminário na edição desta semana do Boletim da UFMG.

Processo seletivo na Santa Casa de Diamantina

Está aberto Processo Seletivo para classificação de Auxiliar de Farmácia na Santa Casa de Caridade de Diamantina, o edital pode ser acessado através do site www.santacasadediamantina.com.br ou na própria instituição.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Jornal Valor Econômico publica extensa reportagem sobre garimpo em Diamantina

Publicado no blog Jogo do Poder (clique aqui)

Garimpo ilegal de diamantes cria conflitos

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/2891108/garimpo-ilegal-de-diamantes-cria-conflitos

 Diamantina na rota do contrabando internacional de diamantesEnfiados nas margens barrentas do Rio Jequitinhonha, na região de Diamantina, quase 2 mil pessoas extraem diamantes de um grande garimpo ilegal, que desafia há alguns anos autoridades de Minas Gerais, do governo federal e interesses de duas empresas privadas.

Os direitos de exploração da área, apelidada de Areinha, são da Mineração Rio Novo, do grupo da construtora mineira Andrade Gutierrez. A empresa extraiu diamantes num longo trecho do rio por duas décadas e encerrou a produção em 2007 dizendo que o empreendimento não era mais viável do ponto de vista econômico. Desde então, garimpeiros ocupam parte da área e retiram, com equipamentos rudimentares, diamantes que foram deixados para trás.

A Rio Novo continua sendo a dona dos direitos minerários, concedidos pela União. A proprietária da fazenda onde fica o garimpo é de outra companhia, a Ramires Reflorestamento, sediada em Sorocaba (SP).

O que começou com poucos aventureiros, é hoje um negócio fervilhante: a extração ilegal na Areinha elevou a renda das famílias dos garimpeiros de Diamantina e região, ativa comércio e setor de serviços e absorve mão de obra.

A Associação Comercial de Diamantina diz que o garimpo tem um efeito muito visível na cidade, no aumento da venda de carros, de roupas, combustível, peças para máquinas, alimentos, entre outros itens. A prefeitura também reconhece os efeitos da receita gerada pelo garimpo na economia local. Uma estimativa citada pela associação dos garimpeiros dá conta de que nos últimos cinco anos R$ 55 milhões gerados no garimpo entraram no comércio da cidade.

O problema é que a atividade na Areinha trouxe a Diamantina não só uma repentina injeção de dinheiro, mas atraiu uma rede de compradores com vínculos com o contrabando internacional de diamantes. Autoridades locais admitem que todas as pedras que saem da cidade para o exterior vão pela rota ilegal.

O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério das Minas e Energia disse que “acompanha de perto o desenrolar dos fatos”, juntamente com o governo do Estado de Minas Gerais e que a Polícia Federal está investigando.

Areinha fica a pouco mais de 100 km do centro de Diamantina. Com suas ruas de pedra e casario colonial, a cidade é uma dos mais belos destinos históricos de Minas. No fim dos anos 90, Diamantina ganhou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco. Sua história está ligada às primeiras notícias de descobertas dediamantes no Brasil, que datam do século 16. Diamantina foi fundada como cidade em 1838, e a extração e venda de diamantes continuou a compor sua história. Nas últimas décadas, no entanto, as restrições legais e o controle exercido por duas grandes empresas que lá produziram diamantes, a belga Tejucana e a Rio Novo, levaram a atividade garimpeira a perder força. Mas isso é passado.

Do centro de Diamantina até a Areinha, a estrada é praticamente toda de terra. A reportagem do Valor esteve no garimpo e constatou bombas de sucção espalhadas pelo rio, uma pá carregadeira e várias bicas canadenses, estruturas que sustentam pranchas metálicas que servem como uma primeira peneira dos diamantes tragados junto com a água e o cascalho do rio. E muitos trabalhadores enfiados na lama das margens e em grandes buracos abertos na área alagada.

Na Areinha, garimpeiros e lideranças repetem que o anseio generalizado é a legalização da extração. A Prefeitura de Diamantina disse que participa das gestões para a regularização. O que os garimpeiros propõem é uma medida aparentemente simples: já que a Andrade encerrou sua produção ali, que transfira para as entidades garimpeiras a permissão para a lavra de diamantes. A lei federal 11.685, o Estatuto do Garimpeiro, diz que as cooperativas de garimpeiros têm prioridade em “herdar” o direito minerário de uma empresa que declara que área onde atuava foi exaurida. Outra proposta é que a Andrade firme parceria prevista em lei com os garimpeiros.

Os dois casos livrariam as famílias que vivem do garimpo do pesadelo diário que é a iminência de uma interdição pela Polícia Federal. Segundo o DNPM, toda atividade de lavra ilegal é tipificada como crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpação, de acordo com o artigo 2º da lei 81176, de 08/02/1991.

Os garimpeiros querem que a Andrade transfira a permissão para a lavra de diamantes de Areinha para uma cooperativa

A legalização permitiria que as entidades dos garimpeiros pudessem requerer licenças ambientais, vender as pedras com nota fiscal e solicitar o certificado Kimberley, documento criado em nível internacional com a chancela da ONU para atestar a origem legal de diamantes, que entrou em vigor em 2003. Sem nota, sem documentação que autorize os garimpeiros a fazerem a extração da Areinha, as pedras não têm como serem certificadas e a única forma de entrar no mercado internacional é pela via ilegal.

“Pais de família que já trabalharam em garimpos e que hoje moram em São Paulo, Rio e em Belo Horizonte ficam me ligando perguntando quando Areinha será legalizada porque querem vir para cá”, diz Aélcio Vial, presidente da Associação de Proteção à Família Garimpeira de Diamantina e um dos articuladores dos esforços pela legalização da área, ao lado de Raimundo Luiz Miranda, presidente da Cooperativa Regional Garimpeira de Diamantina e do vereador Marcos Fonseca (PDT). Segundo Vial, o número de garimpeiros na Areinha chega a 1.500 homens e mulheres; levantamento recente citado pelo Ministério Público Estadual apontou 1.800.

A Andrade aceita a proposta de transferir os direitos minerários à cooperativa dos garimpeiros de Areinha. Mas com uma condição. E aqui essa história ganha outro capítulo e outros personagens. A Andrade Gutierrez aceita a proposta dos garimpeiros contanto que o Ministério Público Estadual de Diamantina e o Ministério Público Federal de Sete Lagoas a isentem da responsabilidade por danos ambientais que os promotores dizem que ela, por meio da Rio Novo, cometeu e nunca reparou plenamente no Jequitinhonha.

“Para o MP isso é inviável. Entendemos que a responsabilidade de reparação da área é da empresa”, disse o promotor estadual Daniel Oliveira de Ornelas, da 3ª Promotoria de Justiça de Diamantina.

A briga se arrasta há anos. Enquanto extraiu diamantes com suas gigantescas dragas, a Rio Novo retirou mata ciliar, removeu areia e pedras do leito do rio e deformou as margens. Em 2004, lembra Ornelas, a empresa assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o MP Estadual, que já havia instaurado um inquérito civil público para apurar os danos provocados pela Rio Novo.

No TAC, continua o promotor, a empresa se comprometeu a recuperar a Areinha em termos ambientais – o que significava, entre outros pontos, reflorestar a região. “Mas ela não cumpriu o termo; o que fez foi pouco e em 2010, quando já havia encerrado suas atividades na Areinha, o Ministério Público judicializou o TAC” [ou seja, a Justiça determinou à empresa a obrigação de fazer o que se comprometera], disse o promotor.

A Andrade recorreu dizendo que já não podia recuperar a área por causa dos garimpeiros que tomaram uma parte da área onde ela explorou os diamantes e que eles, sim, é que degradam área. Os garimpeiros, segundo Aélcio Vial, operam 200 bombas de sucção no rio e já se propuseram a assumir a recuperação de 40% dos danos.

Em agosto, um laudo pericial encomendado pela Justiça apontou que a Rio Novo “cumpriu parcialmente” o TAC; que as áreas que em 2007 a empresa discriminou como “em processo de reabilitação” e “a serem reabilitadas” encontram-se abandonadas; e que o garimpo não interveio “substancialmente na área em processo de recuperação”. A empresa fez novas indagações à perita autora do laudo e o caso continua em aberto. Mas o promotor diz que a questão dos danos ambientais não impede de modo nenhum que os garimpeiros continuem tentando regularizar sua situação.

Enquanto isso, a extração ilegal prossegue. “Dois grandes pilares sustentam o crescimento da economia da cidade: as obras no campus da nova universidade federal e o garimpo”, disse Guilherme Coelho Neves, presidente da Associação Comercial de Diamantina. “Se o garimpo parar, o problema não será só para a turma que está lá, mas para o pessoal que vai perder o emprego quando o ritmo das obras da universidade diminuir”.

Pedras saem do Brasil por meios irregulares

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/2891124/pedras-saem-do-brasil-por-meios-irregulares

Os diamantes extraídos ilegalmente no garimpo da Areinha fazem em geral sua primeira parada nas mãos de compradores baseados ou com negócios em Diamantina. São mais de 15 deles, segundo o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural da cidade, Marcílio Alisson Fonseca de Almeida. “Desses, três ou quatro são grandes compradores”, diz.

O secretário disse não ter informações sobre quem são esses negociantes, mas o Valor apurou que um deles é um estrangeiro que possui residência na cidade e que não apenas negocia diamantes, mas também tem investimentos imobiliários em Diamantina. Se Diamantina exporta diamantes? “Legalmente, não”, diz Almeida. “A gente reconhece e sabe que está tendo a venda ilegal.”

Via de regra, as pedras extraídas em vários cantos do mundo acabam sendo negociadas nos centros de lapidação e comércio: Antuérpia, na Bélgica; Tel-Aviv, em Israel; Nova York, nos EUA e na região de Jaipur, na Índia – esta especializada em diamantes menores. “Hoje de cada onze diamantes lapidados no mundo, oito são na Índia, porque a maioria dos diamantes comercializados é pequeno”, diz Hécliton Santini Henriques, presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).

Mas para que cheguem até esses centros, os diamantes brutos precisam ter origem legal, o que permite que os comerciantes obtenham o certificado Kimberley, o documento chancelado pela ONU para regulamentar o comércio. Pedras extraídas de áreas onde os vendedores não têm como apresentar a documentação de origem – caso da Areinha – não teriam como sair do país legalmente. “Quem não tem certidão de nascimento não pode tirar passaporte”, compara Hécliton.

No setor de diamantes no Brasil, no entanto, é comum ouvir que há muitas brechas nessas regras e que elas de fato não impedem que pedras de garimpos ilegais sejam exportados com documentação “esquentada” ou levados para o exterior por “courriers” especializados.

Os diamantes que saem da Areinha, segundo Aélcio Vial, da associação dos garimpeiros, são na maioria dos casos pequenos, de dez quilates para baixo e pelos quais os garimpeiros recebem por quilate de US$ 150 a US$ 210. Uma fonte do setor de diamantes em Belo Horizonte disse ao Valor que da Areinha saem com frequência lotes de 1.500 a 2.000 quilates. A regra na Areinha é que os ganhos são divididos sempre por quatro: para quem é dono do maquinário, para quem paga o combustível, para quem providencia alimentação e para quem põe a mão na massa.

“Tem gente que faz R$ 1 milhão, R$ 2 milhões por temporada anual de produção, que se limita a seis ou sete meses do período de seca”, disse o geólogo Pedro Angelo Almeida Abreu, reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Diamantina. Segundo ele, há ainda muito diamante na área onde as dragas da Rio Novo não chegavam no Jequitinhonha por limitação de calado.

O Departamento Nacional de Produção de Mineral (DNPM) informou que sua superintendência em Minas Gerais ”acompanha o desenrolar dos fatos de perto e, no momento oportuno, irá aplicar os ditames do Código de Mineração e suas implicações legais nos casos concretos”.

O DNPM informou também que a “Polícia Federal está fazendo seu trabalho investigativo e, em breve, os culpados sofrerão as sanções da lei”. A PF não respondeu se de fato mantém uma investigação em curso no garimpo de Diamantina. (MMS)

Andrade Gutierrez alega que MP trava transferência de área para garimpeiros

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/2891132/andrade-gutierrez-alega-que-mp-trava-transferencia-de-area-para-garimpeiros

O diretor da Mineradora Rio Novo, Leonardo Andrade, diz que o Ministério Público cria entraves para o fim do impasse envolvendo os garimpeiros que atuam ilegalmente na área cedida à empresa. E que não é justa a exigência para que a empresa recupere uma área, que segundo ele, foi degradada pelos garimpeiros. A seguir, os principais trechos da entrevista que ele concedeu ao Valor por email.

Valor: Quando a Rio Novo decidiu que não mais produziria diamantes no Rio Jequitinhonha, na área de Areinha, porque permaneceu com os direitos minerários?
Leonardo Andrade: A Mineração Rio Novo concluiu a lavra e a recuperação ambiental de suas concessões mineiras em junho de 2007, sendo que o término da lavra (operação) se deu por exaustão da jazida. O local denominado hoje Areinha é, na verdade, apenas parte da área concedida. Esta área é uma porção muito profunda do aluvião, onde ainda é viável trabalhar pelo método da garimpagem. A empresa permanece com direitos minerários sobre a área porque, passados cinco anos, ainda não recebeu dos órgãos ambientais o reconhecimento formal de que cumpriu com todas as suas obrigações de recuperação ambiental.

Valor: A empresa aceita transferir os direitos sobre a área para os garimpeiros?
Andrade:
A Mineração Rio Novo concorda com a transferência e vem tentando isso há quase um ano juntamente com a Prefeitura de Diamantina, com a Cooperativa dos Garimpeiros de Diamantina e com a Associação dos Garimpeiros de Diamantina, mas vem esbarrando em entraves com o Ministério Público, que insiste que a empresa recupere novamente a área invadida e degradada pela ação dos garimpeiros há mais de três anos. A empresa não concorda, porque cumpriu rigorosamente todas as suas obrigações ambientais, tendo recuperado toda a área minerada, de acordo com vistorias constantes dos órgãos ambientais, relatórios protocolados, etc.

Valor: A empresa fez ou faz gestões para retirar os garimpeiros?
Andrade:
Após o término da lavra e da recuperação ambiental, a área foi invadida e degradada pelos garimpeiros, o que levou a Mineração Rio Novo a solicitar por dezenas e dezenas de vezes a todos os órgãos oficiais (Polícia Ambiental, Polícia Militar, DNPM, FEAM, etc.) as providências para coibir a ação degradadora, sem sucesso. A invasão perdura há vários anos. A recuperação ambiental daquela área feita pela Mineração Rio Novo foi considerada um marco, um modelo, no tocante a recuperação ambiental e aluvião, ganhando prêmios, considerações e reconhecimentos nacionais e internacionais.

Valor: Quanto rendeu a exploração de diamantes na região?
Andrade: Todas essas informações foram devidamente declaradas ao DNPM e Receita Federal.

Valor: A empresa está discutindo com o governo federal ou com alguma outra empresa a devolução ou transferência dos direitos minerários da “Areinha”?
Andrade: Não, a empresa não tem mais interesse na transferência dos direitos minerários a terceiros, a não ser para a Cooperativa de Garimpeiros de Diamantina, pois sabe que é uma atividade importante para a região, pelo aspecto histórico e no combate ao desemprego e aos problemas sociais dele decorrentes.