domingo, 13 de outubro de 2013

Unidade de conservação e sua aceitação local: contradições no Parque Sempre-Vivas

Autor: Rodrigo Zeller –  no site O Eco – dica especial do Michel Becheleni

Foto-2O estabelecimento de unidades de conservação (UCs) requer um diálogo contínuo com a sociedade, sobretudo com as famílias diretamente atingidas pelos benefícios e alterações de uso propostos. Esse diálogo entre a equipe da unidade e seus vizinhos depende, antes, de um entendimento comum, de que uma UC, como os parques e reservas biológicas, atende a necessidades ambientais com um forte viés social, ambos em longo prazo. Sem este entendimento, a busca participativa por soluções locais pode envolver desvios consideráveis.

Um exemplo disso está ocorrendo em relação ao Parque Nacional das Sempre-Vivas, criado em 2002 e com cerca de 124 mil hectares. Trata-se de uma área de enorme importância, abrigando amostras representativas de campos rupestres da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais, reconhecidos pelo seu alto grau de endemismo, além de outros ambientes associados. Este parque é um campo fértil também para pesquisadores, que documentam sua riqueza biológica única, atesta a equipe do parque, feliz pela área ser escolhida com frequência para prestar serviço tão importante à Ciência e à sociedade. Muitas nascentes e cursos d'água correm limpos no parque e, uma vez fora da unidade, garantem o abastecimento de muitas famílias, viabilizando atividades produtivas na região e o divertimento da população.

O parque representa 64% da área de proteção integral do Mosaico de Áreas Protegidas do Espinhaço: Alto Jequitinhonha-Serra do Cabral, uma iniciativa recente para ajudar a manter um patrimônio natural de valor enorme, acrescido ainda de três UCs de uso sustentável criadas para auxiliar no ordenamento territorial. Pelos seus atributos e serviços ambientais, o Parque Nacional das Sempre-Vivas tem um valor inestimável para a sociedade como um todo, para a região onde se insere e, sobretudo, para as comunidades e famílias próximas. Enfim, existem muitos elementos para viabilizar um trabalho importante de Conservação associado ao incentivo por um desenvolvimento regional integrado e duradouro.

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Foto: Felipe Ribeiro/Associação Montanhas do Espinhaço

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