Todos reconhecem a importância histórica da famosa Estrada Real que ligava Diamantina ao Rio de Janeiro e Parati. Porém, a deliciosa leitura do livro "O caminho dos currais do rio das Velhas: a Estrada Real do Sertão" de autoria do professor Eugênio Marcos Andrade Goulart nos mostra que havia outras alternativas para ligar as minas de ouro e diamantes ao núcleo do poder. Com um texto cheio de referências aos naturalistas Saint Hilaire, Spix, Martius, Langsdorff e Burton o livro nos apresenta o Caminho dos Currais como uma importante estrada localizada nos vales dos rios das Velhas e São Francisco muito utilizada por baianos, paulistas, portugueses, soldados, civis, tropeiros e contrabandistas no início da colonização de Minas Gerais.
O livro foi escrito no formato de um relato de viagem seguindo o rio das Velhas desde a sua nascente na região de Ouro Preto até o seu encontro com o Rio São Francisco na região de Pirapora. No percurso somos apresentados a lugares desconhecidos, paisagens deslumbrantes, histórias magníficas e personagens fantásticos.
Diamantina é merecedora de um capítulo especial nessa trajetória. O Arraial do tijuco é descrito como o lugar mais rico do mundo:
"Por algumas décadas, foram tantos os diamantes que os mercados europeus tiveram que construir novas regras de comércio. A reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755, que a arrasou completamente foi executada sem sofrimentos adicionais. Napoleão não teria posto em prática sua mania de grandeza se não contasse com as riquezas do reino português. Além do mais, a própria Revolução Industrial empreendida pela Inglaterra, que mudou a face do mundo, deve-se em boa parte à subvenção diamantina"
Muito legal! Há algum tempo eu li sobre a Rota Imperial que ligava Ouro Preto a Vitória, no Espírito Santo. Este caminho da Bahia também é muito interessante!
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