Beco do Mota
Milton Nascimento e Fernando Brant
Clareira na noite, na noite
Procissão deserta, deserta
Nas portas da arquidiocese desse meu país
Procissão deserta, deserta
Homens e mulheres na noite
Homens e mulheres na noite desse meu país
Nessa praça não me esqueço
E onde era o novo fez-se o velho
Colonial vazio
Nessas tardes não me esqueço
E onde era o vivo fez-se o morto
Aviso pedra fria
Acabaram com o beco
Mas ninguém lá vai morar
Cheio de lembranças vem o povo
Do fundo escuro do beco
Nessa clara praça se dissolver
Pedra, padre, ponte, muro
E um som cortando a noite escura
Colonial vazia
Pelas sombras da cidade
Hino de estranha romaria
Lamento água viva
Acabaram com o beco...
Procissão deserta, deserta
Homens e mulheres na noite
Homens e mulheres na noite desse meu país
Na porta do beco estamos
Procissão deserta, deserta
Nas portas da arquidiocese desse meu país
Diamantina é o Beco do Mota
Minas é o Beco do Mota
Brasil é o Beco do Mota
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ResponderExcluirEssa letra magnífica retrata a meu ver a enorme contribuição que o "Clube da Esquina" faz à música brasileira. Entre tantas e todas as outras. Barroca, engajada, e ao mesmo tempo bela nas denuncias que faz. É notável a influência e a singularidade das suas composições, tendo se constituido no mais importante movimento musical de Minas Gerais, e eu diria mais, do país, tendo inspirado músicos em outras partes desse mundão velho.
ResponderExcluirAlém disso, temos todos os "fundadores" na ativa e já o cupando seu espaço, que espaço há para todos, a nova geração de filhos e filhas dos tais, alem da escola que se formou (forma) e ganha consistencia a cada dia, influenciando toda uma nova geração em Minas e no Brasil.
Sou fã de carteirinha e bebo nessa fonte toda hora!