segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Seminário Episcopal de Diamantina resgata livros raros em acervo

Publicado no Estado de Minas de 17/09/2012

Fachada do Seminário Episcopal do Sagrado Coração de Jesus, fundado em 1867 e vinculado à Mitra Arquidiocesana de Diamantina: comprometimento com a cultura nacional (Beto Novaes/EM/D.A Press)Páginas escritas em grego, latim, francês, alemão e bom português saem da escuridão do abandono e ganham a luz da conservação. E, aos poucos, transformam a terra de Juscelino Kubitschek e Chica da Silva num gigantesco “livro aberto” para o conhecimento, pesquisa e preservação da memória. Na cidade do Vale do Jequitinhonha, a 292 quilômetros de Belo Horizonte, um projeto desenvolvido no Seminário Episcopal do Sagrado Coração de Jesus, fundado em 1867 e vinculado à Mitra Arquidiocesana de Diamantina, começa a recuperar cerca de 50 mil volumes, muitos deles raros, da biblioteca da instituição, os quais ficaram confinados, sem cuidado e atenção, durante 12 anos. Na primeira fase, prevista para terminar em 30 de novembro, o trabalho contempla 10 mil obras, com desinfestação de insetos xilófagos (cupins e traças) e higienização. “Este é um universo que está sendo desbravado e será de grande utilidade para os estudiosos”, diz, com entusiasmo, o diretor de estudos do seminário, padre Júlio César Morais.

Na realidade, três mundos literários se sucedem no subsolo do prédio pintado de amarelo-claro onde estudou, quando adolescente, o ex-presidente JK (1902-1976). No primeiro, na sala da antiga biblioteca, estão 40 mil volumes – hoje enfileirados nas estantes, de forma organizada – à espera de recuperação. No segundo, no ateliê montado desde julho para essa tarefa, especialistas e sua equipe verificam a situação dos livros, separando-os em bons (50%), regulares (30%) e ruins (20%), e fazem a conservação. E finalmente, no terceiro, estão os já higienizados e prontos para consulta. Os ambientes são próximos, mas o caminho para salvá-los é longo e cheio de surpresas.

 (Beto Novaes/EM/D.A Press. Brasil)O acervo ficou longe dos olhos, de 2000 até o ano passado, quando a direção do seminário detectou o estado de degradação, chamou profissionais da área de conservação e buscou recursos. “Monsenhor Celso de Carvalho, falecido há 12 anos, tinha esse acervo para uso pessoal. Com ele, morreu o domínio da biblioteca”, conta padre Júlio César. Até agora, o livro mais antigo encontrado data de 1615, embora o diretor de estudos tenha localizado, no meio das pilhas, uma lista constando um de meados do século 16. “Ainda o estamos procurando”, afirma com determinação.

Com capa de pergaminho (pele de animal) e escrito em latim, o Prontuário moral sobre o evangelho dominical, de 1615, se encontra na condição de regular e recebe olhares de admiração da equipe envolvida na tarefa de recontar a história do seminário por meio de um dos seus maiores tesouros: os livros. “Esta biblioteca é irmã da existente no Santuário do Caraça, em Catas Altas. Começou em 1886, com o segundo reitor, padre Miguel Maria Sípolis, vindo da França junto com os sacerdotes lazaristas”, diz o diretor de estudos, que não para de fazer descobertas. A mais recente, registrada com caneta-tinteiro, é um caderno com a cronologia do seminário.

Clique aqui para ler a reortagem completa.

3 comentários:

  1. Onde está o pessoal do curso de história da UFVJM???

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  2. Quem são os responsáveis pela restauração do acero? Que isntituição e quais os técnicos?
    Sugiro fazerem postagens mais completas.

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    1. Então... chamem o pessoal do curso de História da UFVJM. Tem gente especialista no assunto lá.

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