quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A musa eterna

Paris é a cidade luz do mundo

E Diamantina é a cidade luz de Minas,

O que o paraíso tem de belo,

Diamantina tem de eterno.

imageDiamantina: diamante, menina, pedra rara das rimas, mulher repleta de sedução, Drummontanhosas colinas. Terra de Juscelino, o filho ilustre, saudades seresteiras de menino. O ouro dos tolos reflete a busca persistente do tesouro. Os olhos das morenas são diamantes ofuscando os sonhos dos artistas. A sempre-viva vasculha as bicas por entre as pedras esculpidas por anjos. À noite, as fadas buscam a neblina suave nos lampiões, encantando a escuridão. Em cada beco as musas aguardam os versos dos poetas esquecidos. Os santos são lembrados, estão lá, impassíveis sob a força do pecado. Os heróis ainda resistem, mas alguns estão escondidos nos porões da história. As tradicionais famílias mineiras conservam o costume de trancar as portas e esconder os cadeados dourados do poder. Os políticos ainda vivem do passado, buscando alianças e conchavos. De vez em quando se ouve um violão, numa serenata na madrugada das capistranas. As virgens ainda existem por entre os portais intocáveis e sagrados da sociedade. Os sinos velhos tocam a melodia encantada da canção sagrada dos querubins. As andorinhas voam suavemente por entre as torres das igrejas, buscando um resto dourado do sol. As praças estão no mesmo lugar, aguardando o dia de serem jardins. Os monumentos estão repletos de sentimentos, mas resistem com as chuvas e as trovoadas. O povo reza, pois a fé está guardada por entre os sinos e as torres. A história da cidade é bela e triste, repleta de heróis e de fatos verdadeiros, o sangue dos escravos ainda corre pelas ruas e becos. Em cada casa existe um artista que sem apoio vira malabarista. Em cada esquina tem um poeta, um futuro profeta. A cidade está repleta de fardas, o Vandré esqueceu o canhão e as flores no chão. Diamantina musical, às vezes sinto saudade de um tom natural. É uma cidade extremamente fascinante, simpática, cativante, reluzente, brilha mais que as estrelas. É de todos (e não apenas de alguns grupos), é do mundo, como as pedras de Drummond, poeta encantado, versos de um ser iluminado. Iluminada Diamantina. Cidade eterna, por sua História, por seus heróis, santos, fadas e musas. Por sua geografia deslumbrante, por seus monumentos, por seu povo. Pelas belas sacadas das casas, onde debruçam as mulheres mais lindas de Minas.

São muitas as poesias que germinam do clarão da lua em noite fria: os olhos brilhantes das morenas, os cabelos dourados das virgens de Atenas, as andorinhas nos sinos buscando o verão, a neblina suave nos lampiões, as bicas sedentas acariciando de paixão os seios morenos das montanhas, a sempre-viva se escondendo por entre os diamantes, as curvas sedutoras das serras nos braços dos montes dormindo sob os olhos dourados do horizonte. Diamantina, cidade moldada pelas mãos de Deus... Reflete luz, sonho e magia. Feliz cidade. Folia. Felicidade. Alegria. Feliz idade. Eternidade. É uma das cidades mais belas do País, por tudo que tem de belo, por tudo que tem de eterno.

Venha sonhar nas alturas e dormir com os anjos, passear nas bicas com as fadas e acordar com os pássaros cantando melodias de Lobo de Mesquita. A terra prometida existe, é aqui o Eldorado, venha e esteja eternamente abençoado. Diamantina, sinfonia cristalina. Deusa iluminada. O paraíso fascinante. Fada encantada. Sonho dos poetas. Doce namorada. Visão de profeta. Pátria idolatrada. Sedução dos pintores. Mulher dourada. De todos os amores. Musa amada.

Quando vier a Diamantina, venha em silêncio, pois as fadas rondam os becos em noite de frio e os anjos velam a cidade com a luz da fascinação.

Ivo Pereira

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