domingo, 2 de agosto de 2015

Encerramento da Oficina de Calceteiros / Acerta Pedra.

Quinta feira à tarde, dia 30 de julho, no auditório da UNOPAR, espaço gentilmente cedido pelo Erildo do Nascimento (e usado pela primeira vez depois de reformado), ocorreu o encerramento da Oficina de Calceteiros / Acerta Pedra. Com duas brilhantes palestras: uma proferidas pelo Erildo que discorreu sobre aspectos e curiosidades históricas envolvendo o calçamento e a outra pelo José Marques, engenheiro civil que falou sobre técnicas modernas de pavimentação, suas vantagens e desvantagens, além da questão bastante atual que é a sustentabilidade  sob o aspecto ambiental, nestas intervenções. 

O Sr. Prefeito Municipal, Dr. Paulo Célio, entregou os certificados a todos os participantes da oficina, enfatizando a importância de se formar turmas em um ofício que agonizava. Na oportunidade, o Erildo aproveitou para lançar mais uma ideia, a de recalçar o Beco do Mota, na técnica pé-de-moleque, num local privilegiado para mostrar ao turista a delicadeza deste pavimento. Na época, o calçamento pé-de-moleque serviu, além de calçar as ruas, para desentulhar a área das lavras, numa medida bastante inteligente, resolvendo dois problemas de uma só vez.

No mesmo dia, pela manhã, houve uma reunião com os principais envolvidos e várias conclusões foram tiradas e dentre elas, vou citar algumas: 

O IPHAN vai tomar como norma a exigência de se utilizar a técnica recunhada em todos os serviços que forem feitos a partir de então, no centro histórico. Explicou entretanto que que a revitalização, assim também como a degradação, que ocorreu lentamente, é um processo lento e que deve ser feito gradualmente, de acordo com a necessidade; sem que se faça uma intervenção exclusivamente apenas para recompor os desníveis do calçamento. Esta recomposição deverá ser feita paulatinamente, à medida que houver necessidade de intervenções nas redes, seja de água, pluvial ou esgoto. Nestas intervenções, além das valas das próprias obras de manutenção das redes, poderão ser envolvidos trechos maiores vizinhos ao local, para ir se restaurando trechos de ruas.

O Junno completa que não se descarta a possibilidade de conseguir um grande projeto para restauração completa de uma determinada rua, como por exemplo, a Rua da Glória, na qual as empresas de água e luz fariam a renovação de suas redes e em seguida a restauração completa de toda a via.

Eu, ponderei que, inicialmente, para dar um melhor treinamento à turma que concluiu a oficina, poderia ser fazer a restauração de um trechos de ruas menores e que sejam anseios dos moradores, como o final da Rua Macau de Cima ou o início da Espírito Santo, que têm afundamentos e atrapalham o trânsito de veículos, para experimentarmos a sensação de interrupção do trânsito. Na oportunidade, colocar dois dos funcionários que fizeram a oficina com mais dois, para irem repassando a técnica.

Estou planejando escrever uma cartilha de calcetaria, registrando todos os detalhes da técnica, tanto práticos como teóricos, para repassar a futuros oficiais.

O Dr. Paulo Célio se mostrou entusiasmado em continuar, acha que está de encontro com o desejo da população e que pretende sim, continuar a consertar trechos de ruas. Informou também que o IPHAN já autorizou, e brevemente vai iniciar a retirada de pedras da Rua do Areião, no Rio Grande, para asfaltar o local e com as pedras, fazer o estoque de pedras, necessário à restauração de trechos no centro histórico. 

Minha avaliação foi que o serviço ocorreu bem, no prazo, mas não está completo ainda - deverá ser dada uma manutenção imediata no que já foi feito e isso é normal, é da técnica - depois que os carros passam, as pedras se assentam mais um pouco, algumas cunhas podem se deslocar um pouco, tem que se voltar ao local e dar uma vistoria atenta e minuciosa. Colocar alguma cunha que falte, entupir de areia lavada (esta não faz poeira) as gretinhas que ficaram ainda vazias, para estabilizar ainda mais o conjunto.

Como autor e coordenado da oficina, deixo meus agradecimentos à Prefeitura Municipal por abraçar o meu projeto e à COPASA, por tê-lo financiado, acreditando na minha iniciativa. 

Ricardo Lopes Rocha



Nenhum comentário:

Postar um comentário