domingo, 17 de maio de 2009

A importância de John Rose na arquitetura de Diamantina




Atualmente, pouquíssimas pessoas em Diamantina saberiam falar quem foi o arquiteto John Rose. Porém, sua interferência é marcante na paisagem da cidade. Sua obra prima é o principal cartão postal de Diamantina: o passadiço da Casa da Glória,  inspirada na "Ponte dos Suspiros" da cidade de Veneza (foto).  Além disso, foi responsável pela projeto de construção da Fábrica de Biribiri, a residência do Barão de Paraúna (atual Hospital Nossa Senhora da Saúde), o prédio do Seminário Episcopal, o conjunto de residências do "Pão de Santo Antônio", a Igreja do Sagrado Coração de Jesus e muitos outros projetos de reforma.

Em um artigo muito interessante a pesquisadora Celina Borges Lemos da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais assim definiu o trabalho e a importância desse desconhecido personagem da história de Diamantina:

"John Rose, que era arquiteto, artífice e engenheiro mecânico e nasceu na região da Cornualha, Inglaterra, na primeira metade do século XIX. Em busca de uma nova vida, emigrou para Minas Gerais, no final dos anos quarenta daquele século, para trabalhar na Mineração Morro Velho, em Nova Lima. No início da década de sessenta, desligou-se da empresa e mudou-se para a região de Diamantina, quando se casou com Dona Manuela Rodrigues da Paixão. Tendo nascido no berço da Revolução Industrial e, ao mesmo tempo, das inovações técnicas e estéticas da engenharia e arquitetura, John Rose revelou, ao se casar com uma mulata brasileira, o seu ethos abolicionista."

" [  ] o arquiteto John Rose, apesar de ter permanecido apenas 28 anos na região, conduziu de forma inusitada as inovações técnicas e arquitetônicas do cenário local. Nesse contexto, como se verá a seguir, a arquitetura teve o seu percurso redefinido e a sua estética e o seu sentido reinventados. Ao lado disso, cumpre destacar os indícios da influência inglesa na postura do arquiteto, que a adaptou à estética colonial mineira. Conferiu modernidade ao cenário oitocentista."


6 comentários:

  1. Muito interessante essas informações sobre o arquiteto John Rose e sobre a história da arquitetura em Diamantina... é engraçado pensar no contraste entre a visão de Diamantina como um lugar que evocada o passado e essa vocação da cidade para acolher o "moderno"... no caso da arquitetura, de Rose à Niemeyer.
    Um abraço,
    Felicitações por mais esse interessante post.
    B. Taunay Gripp Mota

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  3. Taunay,
    Obrigado pelo comentário
    Também estive pensando sob essa perspectiva. Por outro lado podemos considerar que John Rose também era vanguarda de seu tempo.
    Grande abraço
    Fernando

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  4. Fernando, esta postagem esclarecer uma dúvida que eu tinha, quem teria sido o arquiteto que construiu o Seminário, fiquei ainda na dúvida se foi o prédio do seminário ou a Basílica? ou os dois.

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  5. Assis,
    Também tive essa dúvida. No artigo a autora fala sobre o "Seminário Episcopal".
    Pelo que pesquisei o projeto da basílica foi elaborado pelo padre Júlio Clavelin e sua pedra fundamental lançada em 1884.
    Vamos continuar pesquisando.
    Grande abraço

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  6. O link do artigo não está funcionando!!!

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