domingo, 29 de julho de 2012

Dona Conceição Duarte Tibães traz mais informações sobre usina hidrelétrica em Diamantina

Recentemente, publicamos aqui em Diamantina um post sobre a usina hirelétrica do Ribeirão do Inferno, considerada a primeira usina hidrelétrica do Brasil. A escritora e pesquisadora Maria da Conceição Duarte Tibães nos enviou o texto abaixo trazendo novas informações que confirmam a imortância do artífice John Rose para Diamantina.

Texto:   Maria da Conceição Duarte Tibães

Ribeirão do InfernoPara completar o esforço de trazer ao povo os estudos sobre a “Primeira Usina

Hidroelétrica do Brasil”, ou melhor da América do Sul, envio-lhe a História dela que foi pesquisada e escrita por mim, no livro “O Artífice John Rose, um Inglês em Diamantina”. Páginas 50, 51 e 52.

O fato foi relatado pelo neto de John Rose, Oscar Batista Teixeira, primo de meu falecido esposo, Geraldo Magela Tibães. O senhor Oscar, que possui o nome em uma das ruas de Diamantina, narrou a seu filho Vicente Gomes de Oliveira (residente hoje em Belo Horizonte), antes de falecer a sua informação e que também foi do conhecimento de vários parentes e pessoas de Diamantina, inclusive de meus pais, Pedro Duarte e Maria Luiza Horta Duarte.

“Foi John Rose quem avalizou a compra, na Inglaterra, construiu, colocando-a para funcionar na Boa Vista Mining Company´, que esteve instalada no Ribeirão do Inferno, na Cachoeira das Andorinhas, com a mais extensa linha de transmissão do mundo, também uma das mais antigas”.

Seus proprietários pagariam a Inglaterra com os diamantes´, mas foram inadimplentes.

Os bens de John Rose ficaram confiscados para o pagamento do maquinário da Usina.

(Estamos à procura desse Processo Judiciário que estava no Fórum de Diamantina MG, conforme nos afirmou o senhor Doutor Valmy Lessa Couto (In memoriam).

A Revista Mundo Elétrico (1964) em seu artigo `Primórdios da Geração Hidroelétrica´ , nos oferece o seguinte:

- Um ofício, datado de 17 de junho de 1883, o Prof. Claude Henri Gorceix, Emérito Diretor da Escola de Minas, de Ouro Preto diz: (...) “Daqui a alguns dias estarei no Ribeirão do Inferno, onde o senhor De Bovet serve-se de eletricidade em grande escala para manobra de Máquinas de extração de cascalho”...

O Prof. Armand De Bovet integrou, contratado pelo Governo Imperial, o magnífico Corpo Docente da Escola de Minas de Ouro Preto.

A Usina do Ribeirão do Inferno (afluente do rio Jequitinhonha), a primeira Usina do Brasil e uma das mais antigas do mundo situada no Município de Diamantina, Província de Minas Gerais, era interada por uma Barragem que criara desnível de 5m, e a Casa de Força dotada de duas máquinas Gramme de 8 CV cada uma, 1500 RPM, corrente contínua, acionadas por roda d água e madeira com 3,25 m de diâmetro.

“A energia era utilizada a 2 km de distância e mais extensa linha de transmissão do mundo, pois, a de Niágara Falls (EUA) tinha apenas 1,5 km. Tal energia, produzida inicialmente movimentava duas bombas de desmonte a jato do terreno diamantífero e, após poucos meses passou a ser utilizado para fins de iluminação”.

(Não foi na cidade de Juiz de Fora, como querem algumas pessoas. Chegou até nós a notícia de que John Rose orientou a montagem desta Usina, em 1889).

Na Biblioteca do Exército – Editora Publicação 474 – Coleção General Benício – Volume 154 – 1977, Rio de Janeiro – está registrado que Diamantina MG, em 1883, foi a primeira Cidade a fazer aproveitamento Hidroelétrico, para uso privado. “A Energia Elétrica no Brasil, da primeira lâmpada à Eletrobrás”. (Notícia de capa – última ) epp 54 – 55.

No Inventário de John Rose as “Folhas de Declaração de Bens” estão em branco. Não foram encontradas as descrições dos bens...???

- Onde estão esses papéis?

- Seus bens foram confiscados pela Inglaterra?

- Onde estarão as provas?

TONINHO – São as incógnitas, elas não vão surgir aqui, acolá, como se fossem obras da sorte ou do acaso. Não por sorte dos deuses, elas vão aparecer no seu tempo, porque na verdade elas fazem parte desta “TRAMA”.

CONCEIÇÃO – “Mas o espírito de JOHN ROSE era sempre elevado, não se deixou abater facilmente, nem viu outra saída; ia sempre em frente. Para ele, a Fé e a Ciência eram formas de chegar até Deus, tudo através do trabalho.

Partiu para outras obras com elegância e grande estilo, e continuou ao lado de seu amigo, o Bispo, D. João Antônio dos Santos, até ficar velhinho e falecer, na finalização da construção Basílica do Sagrado Coração de Jesus”.

Eis o relato feito a nós, por sua neta, também minha sogra, Maria Cristina Falci Rose Tibães, um ano antes de falecer, quando visitava conosco todas as obras de seu avô JOHN ROSE em 1968.

Pelas histórias contadas por alguns familiares, antes desta Usina em Ribeirão do Inferno, já existia uma Usina em Biribiri, na data de sua fundação: 1876.

Se alguém encontrar algum documento a este respeito, ficaremos gratos.

Sempre às ordens!

Afetuosamente,

Escritora e Pesquisadora, Maria da Conceição Duarte Tibães

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