quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Em Diamantina, cozinha árabe da melhor

Texto: Augusto Franco - Jornal Hoje em Dia

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Estive neste final de semana em Diamantina, e me deparei com um restaurante de comida árabe que não fica devendo em nada aos melhores de BH ou São Paulo.
O lugar chama-se Al Arabe Café e Restaurante, e fica na Praça Dr. Prado, número 124, no Centro Histórico de Diamantina, dois quarteirões abaixo da Praça do Mercado (é melhor chegar lá e pedir informação. Nome de rua em cidade histórica e nada, geralmente é a mesma coisa). O telefone é (38) 3531-2281.

Trata-se de um restaurante com dez mesas, instalado no primeiro andar de uma casa simples. O teto é baixo, e a decoração, simples, mas de bom gosto. Num cantinho fica uma radiola e um toca CD, que passam a noite rodando jazz da melhor qualidade, inclusive com músicos libaneses modernos e seus instrumentos de sopro de mais matizes do que conheço.

Fora o som, o cardápio, enxuto, só tem coisa boa. Estávamos sem pressa e pedimos quibes (R$ 12, com seis unidades grandes), charutos (R$ 20, porção com unidades de folha de parreira e repolho), esfihas (R$ 3 a unidade)  - de massa fina, leve, e com recheios de coalhada seca, carne, espinafre e acelga, tudo com ervas típicas, muito gostosas.

Para encerrar a noite, um prato que não conhecia, chamado chich barak, feito com massa, tipo de macarrão, cozida na coalhada com ervas e servida com pequenas almôndegas de carne bovina, firmes, que desmancham na boca.

Por último, o gosto mais memorável em muito tempo: café árabe – cozido e depois decantado, e não coado, como no ocidente – com cardamomo. O cardamomo é uma semente aromática, e o gosto fica entre a amêndoa, a pimenta do reino e a hortelã. Torrada, moída e servida com o café, ficou sensacional.

O dono e cozinheiro é o paulistano Ahmad Kamal Issa, filho de libaneses, que desembarcou em Diamantina há um ano e meio, para fazer um curso de fotografia e se encantou com a cidade. Todas as receitas são da família, que é de uma região rural.

A casa funciona há um ano, de terça a domingo, à noite. Aos sábados e domingos, de meio-dia até o último cliente. Sem brincadeira. Chegamos por volta das 20h30, e só saímos depois das 2 horas. Nada de “a cozinha está fechando, mais algum pedido?”.

Descobri o lugar passando na porta a pé. Caminhar conhecendo ruas de uma cidade nova é uma das coisas que mais gosto de fazer na vida. Tive a felicidade de me deparar com a porta de uma cozinha aberta. Olhei para dentro, e o que vi eram folhas de hortelã e quibes sendo montados com capricho.

Em terra de feijão tropeiro e galinha caipira, entrei para ver. E viva a curiosidade jornalística.

4 comentários:

  1. Ah, que bacana, Fernando, não tinha visto!
    Fico feliz demais com o reconhecimento do trabalho do Ahmed.
    A "colônia libanesa" da cidade agradece!
    Um lindo 2010 pra vocês,

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  2. Samia,
    Também fiquei muito feliz com a reportagem. Além da cozinha maravilhosa, o Ahmad é uma figura muito bacana e merece esse reconhecimento.

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  3. Gostaria de parabenizar o blog pelo ótimo serviço, ao indicar o restaurante. Fui atraída pelo café com cardamomo e pude constatar a gentileza no atendimento, feitio dos pratos e no ambiente agradável. Com certeza o momento gastronômico mais agradável do fim de semana.

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  4. O melhor restaurante árabe que ja comi! Tudo perfeito, atendimento, comida, café... Parabéns! Sucesso!
    Franciely
    Foz do Iguaçu - PR

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