quinta-feira, 7 de abril de 2011

Real história do mensalão

Autor: Dante Mendonça, ParanáOnline

Porque a memória do brasileiro anda sempre fora da área de serviço ou desligado, se faz necessário contar a verdadeira história do Mensalão, a falcatrua do desvio de dinheiro público para a compra de apoio político no Congresso que a Polícia Federal acaba de ressuscitar. 

Tudo começou em São Paulo, às margens plácidas do Ipiranga, quando D. Pedro I ficou sabendo que não iria mais receber o Mensalão: "Comigo não, D. João! Cadê o meu Mensalão?".

Minas Gerais foi o berço da falcatrua: um inconfidente mineiro vazou à imprensa portuguesa que na corte brasileira todos seus gentis-homens estavam num esquema de Mensalão, bancado por um mineiro careca e importantes conselheiros reais. D. João VI ficou estarrecido com as falcatruas da camarilha colonial e mandou tudo investigar, abrindo uma CPI no além-mar. Em Diamantina, onde nasceu JK, as investigações chegaram a um propinoduto chamado Banco Rural, encarregado de guardar as riquezas em ouro, prata, diamantes, todas as jóias da coroa. Para não ser chamado de ladrão, D. Pedro I então criou o Dia do Fico. Ou seja, mandou Portugal às favas e declarou solenemente, ao lado de D. Domitila de Castro, a Marquesa de Santos: "Diga ao povo que eu fico com os tesouros de Portugal e papai que vá se catar!".

O bode que deu vou te contar. A Marquesa de Santos contou tudo e foi quebrado o sigilo bancário, fiscal e telegráfico do propinoduto mineiro. A lista ia de Ouro Preto a Sabará: descobriu-se de onde vinha toda a riqueza de Chica da Silva, que ganhara de mimo até uma liteira de ouro. No rolo e no rol, Joaquim José, que também era da Silva Xavier: seus inconfidentes fizeram retiradas dos cofres de Minas Gerais, para pagar um publicitário amigo que havia criado a campanha para separar o Brasil de Portugal. "Recursos não contabilizados", alegou então Tiradentes, antes de ser enforcado.

Das estradas de Minas, Tiradentes seguiu pra São Paulo e falou com Anchieta. O vigário dos índios aliou-se a D. Pedro e acabou com a falseta. Da união deles dois ficou resolvida a questão e foi proclamado o Mensalão.

"Locupletem-se todos, ou restaure-se a moralidade", deixou escrito D. Pedro II antes de fugir para a Europa. Na alfândega francesa, a Polícia Federal descobriu que as malas da família real estavam repletas de libras esterlinas e as cuecas de Sua Majestade forradas de dólares.

A manchete do jornal armou a maior confusão: D. Pedro II detido em Paris com a cueca na mão! Marechal Deodoro da Fonseca reuniu seus batalhões e o tenente-coronel Benjamim Constant prendeu o ministro Ouro Preto, com o gabinete também flagrado com as malas rumo ao Paraguai.

E assim se conta esta história que, tendo Dilma Rousseff por testemunha, por séculos não daremos fim.

Ao ler o  texto acima lembrei-me do “Samba do Crioulo Doido”, composto pelo Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)

Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes

Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá iá
O bode que deu vou te contar

Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta

Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Da. Leopoldina virou trem
E D. Pedro é uma estação também

O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou

Um comentário:

  1. Muito bacana essa historinha de mensalão!
    Mas, mas pergunto aos meus borbotões, até quando vamos continuar chamando o eterno caixa doi$$$$ dessas plagas de mensalão?

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