Texto e fotos: Tita Marçal
Os amantes da natureza e aventureiros antenados já devem ter ouvido falar da minha terrinha do coração. São Gonçalo do Rio Preto, também conhecida apenas como Rio Preto pelos já familiarizados, tem se tornado um cada vez mais requisitado roteiro possível para viajantes de plantão. Também pudera. Esta pequena cidade guarda em seu território surpresas de encher de gosto nosso gosto pela vida e pela beleza. A natureza aqui não poupou esforços para nos encantar.
Pra quem tem veículo de transporte, a 14 km da “rua” fica a entrada do Parque Estadual do Rio Preto, reserva de uma das mais lindas áreas ambientais preservadas de Minas Geraes, na opinião de quem já rodou um bocado por aí. Fora as bênçãos divinas, a infra-estrutura que o bicho-homem criou por lá garante um descanso particularmente inusitado: acampamento rodeado por uma mata exuberante pertinho do rio, e com direito a churrasqueira, banho quente e energia elétrica.
Caminhadas com guias partem diariamente pela manhã e conferem um passeio indispensável pra todo visitante bem disposto. O objetivo é chegar à deslumbrante (realmente deslumbrante!) Cachoeira do Crioulo, a partir da qual se inicia a descida acompanhando o leito do rio. No caminho os olhos fazem a festa. Pedras, serras, mato, céu, rio pretinho, bichos e flores combinam-se de inumeráveis formas ao longo do percurso, mostrando exemplos de como a Natureza é capaz de se ajeitar pra colocar a beleza sobre o mundo. Aqui a Natureza se revela vaidosa que só ela.
Pra não dizer que eu estou puxando muita sardinha pro meu lado, serei honesta. Apesar do bem bom, nem tudo são flores. No parque, apesar de toda boa infra-estrutura há uma dificuldade ocasional para comer. O único restaurante de lá não raramente não disponibiliza o que oferece no cardápio. Quando tem o rango custa sair, só depois de um tempo de demasiada espera, mesmo quando os clientes são poucos. Não sei se é o sossego que é tanto que acaba deixando a dinâmica culinária vagarosa. O fato é que pra não ficar de barriga vazia é bom se prevenir.
Agora, quem está a pé também tem uma possibilidade de um roteiro recheado de atrações nos arredores próximos da cidade. Tem a Lapa de Alberto, uma gruta que a água cavou na pedra onde se reza ao pé da imagem da Nossa Senhora. A Praia do Lapeiro que corresponde à área recreativa da população, com rio raso, médio e fundo pra banhistas de todas as idades, quadras para esportes de areia, além do restaurante e temperinho de Renata de Tizinha, típica comida mineira na beirada do rio. E por aí vai: Poço da Lapa, Cachoeira do Quilombo, Ponte do Alecrim. Um roteiro que eu adoro é sair do Lapeiro subindo o rio. Cada parte é uma parte ímpar do mesmo leito, um lugar para parar um pouco.
Não se contentando com o que tem por perto da rua, resta ao viajante não motorizado botar o dedão na estrada e arriscar uma carona. Vai pra saída do Alecrim sinalizando pros carros, motos, cavalos, jumentos e afins que sobem no sentido do Parque. Não vacilar só no básico: quanto mais ferrado o carro, mais chance dele ser do lugar, mais chances de ser alguém da roça, sem más intenções, de haver aquela conversa amigável e uma possível parada no Santo Antônio prum cafezim de rapadura. Dá mais trabalho, mas o contato com a cultura local não pode ser mais genuíno. Eu aprovo e recomendo.
Adorei a dica. Conheça as nossas também! www.andarilhodeminas.blogspot.com
ResponderExcluirAdorei! Morro de vontade de conhecer!
ResponderExcluirParabéns! Abraço,
Maria Luiza