Li no jornal O Tijuco, veículo de comunicação da Prefeitura de Diamantina a seguinte manchete: R$ 33 mil investidos na Banda Mirim. Sinceramente fiquei em dúvida sobre o conteúdo da matéria. Primeiramente achei que se tratava de um erro de diagramação. Mas ao ler o conteúdo da reportagem cheguei a tristes constatações.
O texto afirma que a banda mirim é uma das entidades mais queridas e importantes da cidade. Acrescento também que é a principal atração da Vesperata, evento que divulga Diamantina por todos os cantos do Brasil. Além disso desenvolve um importante trabalho social de formação e inserção desses jovens. Fica, então, a pergunta: será que devemos comemorar esse investimento de 33 mil conseguido por doações e muito trabalho? Que valor assume a cultura e a arte na visão dos governantes?
Vamos analisar pelo lado financeiro. Como afirmado na reportgem, a banda mirim é formada por cerca de 150 jovens. Portanto, são R$ 220,oo investidos em cada um deles. Para se ter uma idéia desse montante, sabemos que em Minas Gerais um presidiário custa por mês, em média, R$ 1.700,00. Isso memso, não foi erro de digitação, caro amigo. Um presidiário recebe um "investimento" quase oito vezes maior que um jovem que quer aprender música de qualidade.
Faço essa comparação para que possamos refletir um pouco mais sobre o assunto. Acho que os presidiários merecem um tratamento digno, sabemos das dificuldades orçamentárias das pequenas prefeituras, mas não é possível achar que esse valor é significativo para um projeto que ensina música para jovens e crianças. Definitivamente, não é motivo para comemorar. Pela foto no jornal, vejo que o maestro Alex e os jovens estão felizes com os R$ 33 mil, mas como cidadão que paga altos impostos fico triste e envergonhado.
Ainda sonho em ver a seguinte manchete no Jornal Estado de Minas: Governo de Minas investe R$ 33 milhões para implantar o ensino da música nas escolas. Ou talvez, a seguinte resolução no Diário Oficial da União: Governo Federal implanta a iniciação musical em todas as escolas do território nacional.
Afinal, para que servem as utopias?
Caro Gripp, por dica da querida amiga Ivana Nunes, tenho acompanhado seu blog, com muito interesse e até mesmo me servido de suas "deixas" no "Micuim", blog de minha família. Sobre o assunto em tela, sempre de grande importância para os diamantinenses, tomo a liberdade de transcrever "post" de 19 de agosto de 2008, comemorando iniciativa tão pouco divulgada na grande mídia:
ResponderExcluirhttp://www.micuim.org/?p=2388
"NOTA 10
O Presidente da República sancionou ontem, e fez publicar no D.O.U. de hoje, a lei 11.769, que torna obrigatório o ensino de música no ensino fundamental e no médio. Renasce a esperança de que, daqui a alguns anos, melhore o gosto musical no País e se diminua bastante o número de desafinados. ALELUIA!!!"
Grande abraço e parabéns pelo "Passadiço Virtual".
Saul
Saul,
ResponderExcluirObrigado pela visita e comentários.
Vejo que a iniciação musical não é tão utópica. Vamos esperar essa lei "pegar".
Gostei muito do Micuim. Podemos trocar muitas informações...
Apareça sempre.
Grande abraço
Fernando
Oi, Fernando. Claro que podemos trocar muitas "figurinhas". Abraço.
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