terça-feira, 22 de setembro de 2009

Repensando a vesperata

Leio no site da Prefeitura de Diamantina que  foi constituída uma comissão para analisar e discutir os rumos da Vesperata.  Uma inciativa positiva e válida, pois trata-se de um evento muito interessante e que projeta a cidade para todo o Brasil. Existem muitos interesses econômicos em jogo na definição do futuro desse evento idealizado originalmente pelo maestro Piruruca. Portanto, seria interessante que o grupo de trabalho criasse um canal de comunicação com a sociedade para ouvir críticas e sugestões.

Não sou músico e nem especialista na área de eventos, mas gostaria de registrar duas sugestões. A primeira refere-se à retirada daquela fita plástica "zebrada" (amarela e preta) ao redor das mesas. Além de não ter nenhuma efeito de segurança ou controle do trânsito das pessoas, reforça-se a idéia de que o espeço público foi "loteado", isso para não usar a figura de linguagem  comparando-a com um curral. Com aquela horrorosa fita plástica cria-se a lógica da divisão da cidade, dos espaços diferenciados, uma cidade partida entre os que têm dinheiro para pagar a mesa e os que não têm.  Como morador da cidade sinto-me excluído do evento que deveria ser de todos.

Outra sugestão seria a padronização das cadeiras de madeira. As cadeiras de plástico são feias, não combinam com as caracterásiticas coloniais da cidade, são inseguras e desvalorizam o espaço. As cadeiras de madeira são mais seguras e esteticamente combinam mais com a cidade e com o evento.

Não é uma perseguição ao plástico, apesar de reconhecer que vivemos em um mundo cada vez mais plastificado e artificial. Na verdade são pequenos detalhes que precisam ser repensados para melhorar e otimzar esse evento tão original e importante para a cultura e a economia da cidade.

 

4 comentários:

  1. Fernando, estou de acordo com suas idéias. A última Vesperata que assisti tive vergonha dos chiqueirinhos formados por aquela fita e também das cadeiras de plástico.
    O importante é que a Vesperata não acabe, pois é uma das maiores atrações em Diamantina, mas precisa ser democratizada e dentro do conjunto arquitetônica em que está inserida.

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  2. Assis,
    Tenho certeza que muitas idéias interessantes poderiam ser levantadas pelas pessoas. Como você disse, o importante é que essa tradição seja mantida, mas que seja mais democrática e incorpore novas idéias.

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  3. Fernando,

    Seria muiiiiiiiito salutar, se fosse preparado um repertório beeeeeem diferente do atual. Talvez um pouco erudito, músicas do Lobo de Mesquita, algo mais local, sei lá!. Afinal, creio que o turista, quando sai de seus domínios busca novidade. Basta de amigos para sempre! Se você assiste a uma vesperata não precisa assistir mais nenhuma. É uma simples cópia. Algo tem que mudar senão, tender-sé-á a definhar gradativamente.
    Abraço,

    Vítório

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  4. Vitório,
    Obrigado pelo comentário. Concordo com você. Poderiam incluir um pouco mais de erudito, outros autores compositores brasileiros como Lobo de Mesquita, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Villa Lobos e muito mais..

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