Um lote de 46 peças sacras mineiras, subtraídas de igrejas históricas e museus do Estado, será divulgado no banco de dados de bens culturais procurados da Interpol, informou nesta quarta, 24, o Ministério Público Estadual (MPE). Em uma ação conjunta da Representação Regional da Interpol em Minas Gerais e da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, a estimativa é que dentro de cerca de 30 dias, as imagens estejam disponíveis para consulta no site da polícia internacional, que orienta a atuação de autoridades dos 188 países membros.
O conjunto inicial de peças foi furtado de igrejas e museus nos municípios de Serranos e Campanha, no sul do Estado, Oliveira, no centro-oeste, e Serro, na região central. Entre as peças, estão esculturas em madeira policromada furtadas em 1992 da igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, no distrito de Milho Verde (Serro), além de cálices, esculturas e outros objetos levados do Museu Regional do sul de Minas, em 1994. De acordo com o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, a ideia é disponibilizar à Interpol todos os bens que o MPE procura.
Ao todo, a Promotoria contabiliza oficialmente 689 peças mineiras desaparecidas, a maior parte subtraída de 20 cidades mineiras, incluindo os principais municípios históricos: Ouro Preto (53 peças), Mariana (44), Tiradentes (38), Congonhas (37), São João Del Rei (20), Diamantina (14) e Sabará (12).
O MPE acredita que muitas peças furtadas tenham como destino colecionadores no exterior. "Esse é o início de um trabalho que promete dar bons frutos", disse o promotor, salientando que para a inclusão das imagens sacras na chamada Lista de Difusão Branca da Interpol é necessário o preenchimento de requisitos técnicos rígidos.
"Em rede, conseguiremos que autoridades de todo o mundo conheçam os bens subtraídos de Minas Gerais, o que aumenta as chances de recuperação", ressaltou a delegada federal Fátima Bassalo, representante da Interpol em Minas Gerais.
Conforme o MPE, depois de traduzidos para o inglês e o espanhol, os dados das imagens serão enviados para a Secretaria Geral da polícia internacional, em Lyon, na França, responsável por analisar a admissibilidade e publicação da difusão.
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