terça-feira, 15 de março de 2011

Moda de Rock: o encontro de Hendrix com Tião Carreiro

Fonte: território da Música

“Moda de Rock - Viola Extrema” é o tipo de disco que, à princípio, alguns “metaleirosheadbangersmetalheads” radicais devem torcer o nariz. Azar o deles, já que se trata de um ótimo trabalho que apresenta clássicos do Rock e Metal em arranjos um tanto inusitados, mas com resultados excelentes.

O álbum é o resultado da parceria entre Ricardo Vignini e Zé Helder, ambos violeiros, músicos profissionais, com experiência em produção e integrantes da banda Matuto Moderno, ótima banda que mistura sonoridades do sertão brasileiro com o peso do Rock. Em “Moda de Rock” é basicamente a união desses dois mundos que Vignini e Helder apresentam.

O disco é composto por 11 clássicos de diferentes épocas e vertentes do Rock n’ Roll em versões instrumentais. Progressivo, Rock, Metal, Grunge, Thrash. Tem tudo isso no álbum e tudo embalado em belos arranjos na viola de 10 cordas.

Logo pra começar, um dos maiores clássicos do Led Zeppelin, “Kashmir”. Mesmo sem a pompa das orquestrações originais ou o peso das batidas de John Bonham, os violeiros conseguiram dar um novo ar à música que - obviamente - tem em sua versão original a obra-prima definitiva.

Se nos anos 90 os fãs se espantaram com o trabalho do Apocalyptica fazendo versões no cello para canções do Metallica, precisam ouvir a versão de “Master of Puppets” apresentada pela dupla. Diferente e ainda pesada.

A cítara de George Harrison em “Norwegian Wood” encontrou uma irmã nas violas dessa versão do clássico lançado pelos Beatles em 1965, no “Ruber Soul”. Já a grandiloquência de “In the Flesh”, que abre o disco “The Wall”, perdeu um pouco seu impacto original e aquele clima tenso, em compensação ganhou um ar mais suave, como uma outra faceta da mesma composição.

Há uma certa quebra na empolgação do disco nas duas seguintes. O Metal nacional está representado em uma versão de “Kaiowas”, lançada pelo Sepultura no disco “Chaos A.D.”. Na sequência Vignini presta sua homenagem a uma de suas principais influências - Jimi Hendrix - tocando a lenta “May This Be Love”.

Se a introdução de “Aces High”, do Iron Maiden, não promete muito, é na hora que a música ganha velocidade que a versão se mostra uma das mais legais do disco. A tenebrosa “Mr. Crowley” vem a seguir, um tanto lenta, triste e belíssima.

A única versão que parece não ter funcionado muito bem é “Smell Like Teen Spirits”, do Nirvana. Talvez porque a original já não ajuda...

De volta às boas e quase impensáveis surpresas temos “Hangar 18”, um dos maiores clássicos do Megadeth. “Aqualung”, do Jethro Tull, fecha o disco. Na sessão ‘Multimídia’ do site oficial, www.modaderock.com.br, é possível ouvir o disco na íntegra.

Talvez o disco cause surpresa em quem não está familiarizado com a sonoridade da viola, mas também é uma oportunidade para abrir a mente em relação à outros estilos. Achou interessante? Procure o básico: Rolando Boldrin, Almir Sater, Helena Meirelles, Tião Carreiro, Renato Teixeira e o próprio Matuto Moderno.

Clique aqui para ouvir.

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