Há muito tempo o nome de um lugar tem chamado a minha atenção em Diamantina: Acaba Mundo. Mais precisamente: Ponte do Acaba Mundo. A curiosidade aumentou ainda mais quando a ponte foi parar no cartaz do Festival de Inverno da UFMG. O nome nos dá a impressão de que o lugar é muito longe, um fim de mundo. Quando eu observava o estado do ônibus que faz essa linha a sensação do juízo final aumentava.
Semana passada recebi a visita do meu amigo Lucas, de Belo Horizonte. Quando comentei com ele sobre o Acaba Mundo ele também ficou muito intrigado. Resolvemos, então, encarar o "apocalipse" e partimos em seu Uno 1.0 para o fim do mundo. No início da estrada tudo bem: Gruta do Salitre, Curralinho, Bonsucesso. De repente começamos a descer cada vez mais em direção a um vale. Aproximadamente 6 km de descida forte em meio a uma paisagem linda para, finalmente, chegarmos à Ponte do Acaba Mundo.
Lá está ela, firme e forte sobre o Rio Jequitinhonha. Para ser mais exato, sobre o encontro de duas vertentes do Jequitinhonha: o Preto e o Branco. Ao avistá-la é natural a curiosidade para saber o motivo de uma construção daquele porte naquele lugar. Provavelmente está ligada à necessidade de transporte de minério na primeira metade do século passado.
Desfeito o mistério inicial, queríamos saber o que existe depois do fim do mundo. Seguimos um pouco mais da estrada, mas o acesso começou a ficar ruim. Nos restou apenas um mergulho nas corredeiras do Jequitinhonha Preto.
Enfim, concluímos que o Acaba Mundo não é tão longe como estava em nosso imaginário e que há vida depois do "juízo final". Também chegamos à conclusão de que o autor da escolha do nome do local tinha conhecimentos de marketing, pois nos estimulou e criou a demanda por essa aventura.
Fiquei curiosa para conhecer a ponte acaba mundo... ainda bem que o fim do mundo está bem pertinho daqui...Adorei saber!!!
ResponderExcluirObrigado pela visita e pelo comentário.
ResponderExcluirRealmente esse nome estimula a curiosidade. Eu recomendo a aventura, pois o visual é muito bonito.
O local se chama Acaba-Mundo em razão de um acidente ocorrido ali no século XVIII, quando da mineração de diamantes no leito do rio. Quem o diz é Joaquim Felício dos Santos, nas Memórias do Distrito Diamantino, Vozes, 1978, p. 168.
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