quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Vitrais neogóticos da Basílica Sagrado Coração de Jesus

Na primeira metade do século XIX a arquitetura religiosa mineira foi fortemente influenciada pelo estilo neogótico. "As altas torres, os vitrais coloridos, os arcos de ogivas e as colunas longilíneas que dão ao templo uma notável sensação de leveza eram entendidos como o estilo ideal para as igrejas, mesmo sendo algo tão distante da cultura brasileira. 

As congregações religiosas estrangeiras que começam a chegar em Minas Gerais a partir de 1820 tiveram uma grande responsabilidade na adoção do neogótico. Essas congregações eram principalmente italianas, francesas, holandesas e alemãs. Com o advento do Império, as ordens religiosas que dominaram no período colonial - carmelitas, dominicanas e franciscanas - estavam enfraquecidas. As congregações estrangeiras estavam voltadas para a assistência social, como os hospitais, asilos e orfanatos, mas, o objetivo da maioria de quase todas era a questão educacional com a instalação de colégios internos. Em 1849, D. Viçoso obteve do governo federal autorização para a vinda dos Lazaristas franceses, que se instalaram na diocese de Mariana.   

As construções neogóticas perduram por um bom tempo. No inicio do século, o estilo ainda se mantinha. Como exemplo, citam-se as igrejas de Nossa Senhora da Boa Viagem e de Nossa Senhora de Lourdes em Belo Horizonte. A tendência permaneceu até a década de 40. È comum encontrar no interior mineiro igrejas ao gosto neogótico. Elas estão longe da pureza dos estilemas góticos, mas guardaram estruturas como longas torres, janelas com arcos em ogivas e vidros coloridos.

A Basílica Sagrado Coração de Jesus , em Diamantina, é um exemplo dessa influência. O projeto deste templo foi elaborado pelo padre Júlio Clavelin e sua pedra fundamental  lançada em 1884. No ano de 1890, aconteceu a sagração da igreja por D. João Antônio dos Santos. Os vitrais foram doados por famílias e instituições religiosas francesas. "

Qualquer dia desses, quando você estiver passando perto da Igreja do Seminário, dê uma paradinha para apreciar esses vitrais. Independente de suas crenças ou descrenças, invitavelmente você será surpreendido pela beleza das luzes coloridas penetrando no interior da igreja.

2 comentários:

  1. Na minha opnião o maior erro de toda a Diamantina em questão de descaracterizar uma obra.
    Quem teve oportunidade de conhecer a Basílica toda em pedra, sabe o que digo.
    Pergunto as entendidos no assunto: tem como raspar isso tudo e deixar na pedra outra vez?

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  2. Rodriguim,

    Como moro aqui há pouco tempo não sabia dessa história. Você tem mais detalhes sobre essa descaracterização?

    Um abraço

    Fernando

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