domingo, 18 de março de 2012

De mato e pitaco

Autor:  Ricardo Lopes Rocha – clique aqui

Quando fui ler a matéria na edição anterior sobre os pitaqueiros, fechou o círculo de idéias que estava tendo sobre um assunto trivial: o “mato”. Aqui em Diamantina o mato é tratado de maneira diferenciada, já que ele é só podado e toda a folhagem cortada é deixada no local para ser reciclada ali mesmo. À primeira vista, atitude sustentável e ecológica, se ela não fosse realizada em locais que comumente se costuma chamar de jardins públicos. Vamos divagar em relação ao conceito de mato: seriam aquelas plantas adaptadas às condições locais (clima, terra, etc) e que se sobrepõe às demais? Seriam aquelas que nascem em qualquer fresta, onde não se encontra, à primeira vista, o mínimo necessário para algum ser vivo “vingar”? Ou seriam aquelas que, teimosamente renascem de onde foram arrancadas, simplesmente porque não se queria que nascessem ali? Pensando bem, ao fazer um jardim, teimamos em que somente as espécies escolhidas nasçam cresçam e floresçam, em locais determinados, numa atitude altamente preconceituosa! Muitas destas plantas são adaptadas para outros locais, mas foram “importadas” por alguma de suas características que nos chamou a atenção e vão necessitar de cuidados extras. Já o “mato”, são as plantas nativas que são relegadas ao segundo plano simplesmente porque são comuns ou não atendem ao padrão do gosto humano. Ligando o mato ao pitaco, ouso comentar que pitacos são opiniões oriundas de pessoas comuns, e que por isso, costumam ser relegadas a um segundo plano. Como os colaboradores da “Voz” foram alcunhados de pitaqueiros, estimo em ser um destes, já que, comparado ao “mato”, que reaparece mesmo que sistematicamente arrancado, o “pitaco” sobrevém, mesmo sem necessidade de cuidados especiais ou bajulações, melhor dizendo. Pois este é o meu lugar; esta é a minha cidade querida. Para ela quero o bem, e omitir-me diante de algo que considero injusto, definitivamente, não é da minha natureza. Que seja opinião, lugar-comum, mato ou pitaco, mas enquanto a constituição permitir a livre expressão, continuarei me exprimindo, logicamente, com o devido respeito ao direito do meu semelhante.

Um comentário:

  1. Fernando
    Quanto à mudança de visual, gosto mais dos modelos tradicionais,talvez por me sugerirem os livros, revistas...; papel! (poderiam ser um pouco mais coloridos, sem exageros, é claro!) Ressalvo apenas que não gosto muito de fontes sarifadas, pois a leitura se torna pesada; leio muito na tela, por isso prefiro as mais "limpas", como Calibri, Arial, Tahoma,etc, não necessaruiamente nessa ordem.
    Quando 'pintarem' mais "insights" escrevo.

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