Imperdível. Finalmente, depois de um longo período recebendo somente atrações musicais inexpressivas, Diamantina poderá conferir o talento de um artista da mais alta qualidade da MPB. O show de Vander Lee será no dia 05 de março, sexta-feira, ás 22 horas, no Planetarium.
Para os que não conhecem Vander Lee, segue abaixo parte do release de seu novo disco:
Enquanto contemporâneos de geração em Belo Horizonte afiavam os dentes em bandas de rock no underground, Vander Lee defendia cachês modestos no circuito de música ao vivo. O jovem criado na periferia da cidade tirava na raça os acordes e traçava de tudo, fosse samba, MPB, Jovem Guarda ou bossa. Hipnotizava bebuns e bacanas apreciadores de charutos mandando João Gilberto à sua maneira, em recintos enfumaçados e com ar condicionado no talo. O que para a maioria dos artistas pode assumir contornos de pesadelo lhe parecia uma delícia. “Eu adorava. Fui músico de bar por dez anos, entre 1987 e 1997. Era viciado naquilo”, lembra o cantor e compositor.
A escola de intérprete o ajudou a desenvolver o que define como “uma relação amiga e profunda com cantores populares”. Mas jamais lhe inibiu ou tolheu as ambições autorais. Com Vander Lee não tem crise de inspiração, reembalagem, releitura, resgate, “retrozice” ou outra desculpa bonita para a falta de assunto. Neste que é seu sexto álbum solo, ele entrega dez canções inéditas, uma releitura totalmente pertinente a sua história pessoal e uma ousadíssima parceria com ninguém menos do que Cartola (de que trataremos com detalhes alguns parágrafos à frente). A mão boa do compositor gravado por Elza Soares, Gal Costa, Alcione, Leila Pinheiro, Rita Ribeiro e Emilinha Borba se revela em temas conectados nos dias atuais e embebidos de forte apelo popular romântico. Temas simples, mas sem atalhos fáceis, devotos de um lirismo cada vez mais difícil de encontrar, porém reconhecido por público fiel e cada vez mais numeroso. Não é por acaso que hits certeiros como “Contra O Tempo”, “Onde Deus Possa Me Ouvir”, “Esperando Aviões” e “Românticos” levantam platéias Brasil afora.
O pai, José Delfino, trabalhava como oleiro e como funcionário de uma mineradora em Belo Horizonte, mas embalou a infância da prole tocando ao violão rancheiras de sua terra, nos arredores de Conselheiro Lafaiete, centro-sul de Minas. Autodidata no instrumento e na voz, Vander torrou os primeiros salários ganhos com a nobre profissão de gandula comprando instrumentos: gaita, violão, radinho... Bem, radinho pode não ser instrumento, mas teve um papel fundamental na formação musical de Vander.
Quando você identifica ecos da soul music em faixas deste disco, não vai sofrer (aleluia!) diante de maneirismos gospel e clichês repisados do R & B moderno. “Nunca fui nos bairros negros de Nova York. Ouvi quem foi influenciado pela turma de lá: Tim Maia e Cassiano. Só fui descobrir que era fã dos Beatles há dois, três anos... E não tive acesso a eles; ouvi gente influenciada por eles, como o Clube da Esquina”, explica o artista.
E as boas notícias não param por aí. No dia 22 de maio está previsto o show do cantor e compositor Fagner. O próprio artista confirma sua presença em seu Twitter