quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Diamantina: turista horrorizado com preços elevados

Estado de Minas, 18/02/2010

“Infelizmente, fomos assaltados em Diamantina, durante o carnaval. Os hotéis nos obrigaram a pagar diária antes da hospedagem, quando a lei faculta o pagamento depois da estadia. O número de banheiros públicos foi incompatível com o de foliões. Para usar os poucos que havia, tivemos que pagar R$ 2 por vez. A corrida de táxi foi majorada em até 100%, bem como o serviço de mototáxi. Nos restaurantes, além da demora exagerada, os preços foram abusivos. Na cidade, não existe Procon e a promotoria estava fechada, e o consumidor se viu indefeso em todas as situações. Quando muitos brasileiros preferem viajar para o exterior, o segmento turístico reclama e esperneia, mas como prestigiar o carnaval de uma cidade como Diamantina e voltar para casa com o bolso depenado? Você acha que no ano que vem eu vou voltar lá? E aí é que mora o problema. Feliz da cidade que agrada hoje para colher mais amanhã. Mas as autoridades de Diamantina não pensam dessa forma.”

José Antônio Gomes
Turmalina-MG

6 comentários:

  1. José Antônio,
    não é só no Carnaval que os preços são abusivos em Diamantina.
    Pacientes quando saem das cidades do Jequitinhonha para uma consulta médica ou exame quaquer já vai preparando a marmitinha ou lanche de viagem. O argumento: os preços de lanches e refeições na cidade são proibitivos.
    É preciso que a cidade se lembre que a era da especulação do garimpo já passou.
    No turismo, além de preços de serviços acessíveis a várias camadas da população é fundamental receber bem e respeitar o turista.
    A beleza e a tranquilidade da cidade já são valores agregados.

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  2. José Antônio,
    não é só no Carnaval que os preços são abusivos em Diamantina.
    Pacientes quando saem das cidades do Jequitinhonha para uma consulta médica ou exame quaquer já vai preparando a marmitinha ou lanche de viagem. O argumento: os preços de lanches e refeições na cidade são proibitivos.
    É preciso que a cidade se lembre que a era da especulação do garimpo já passou.
    No turismo, além de preços de serviços acessíveis a várias camadas da população é fundamental receber bem e respeitar o turista.
    A beleza e a tranquilidade da cidade já são valores agregados.

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  3. Bem, se tem um lado positivo pense que você viveu isso uma única vez e a gente que vive aqui passa por isso todos os dias.
    Mas é verdade que aqui o cidadão enquanto consumidor está totalmente à mercê do vendedor. Isso porque não existe livre concorrência. Quando tem, tudo é de um só. Se o rapaz que faz biscoito de polvilho no "hiper"mercado fica doente, acaba a produção de biscoito na cidade. Se você é destratado no laboratório que ligou para marcar um exame, azar seu, pois se não se contentar com aquilo não tem outro. Se você não tem médico nas férias, procure a cidade vizinha. Se você reclama do barulho do casal vizinho que compartilha a vida sexual, ele responde que é dono do apartamento e que se você não está contente que vá embora. Pra contratar um plano de saúde ou comprar um carro, que vendedor não correria atrás de você em outro lugar, aqui não, se não é aceita de imediato as regras impostas por eles, eles te dispensam sem nenhum constrangimento. Depois de mais de 20 e-mails ao plano de saúde, de mais de 10 ligações e 3 idas à sede do plano daqui para migrar de um plano para outro, eu disse à vendedora que ia desistir porque a coisa não andava nem com o auxílio de Jesus Cristo. Ela disse pra mim, sem titubear: "- Faz isso!" Enfim, são infinitas histórias, mas o fato é que é difícil mesmo e reclamar não leva a lugar nenhum, eu já cansei. Hoje procuro o mínimo possível depender dos serviços locais. Faço minha própria comida quando encontro os ingredientes no supermercado obviamente. Dou banho na minha cadela pra não depender de pet, uso qualquer plano de saúde e conto com o auxílio divino pra proteger a mim e aos meus, planto ervas para cozinhar em vasos, queria mesmo ter um pomar porque até fruta bem conservada e a preços justos é difícil de achar. Programação cultural só a TV mesmo, é um filme atrás do outro. Quando preciso de algo vou colocando tudo numa lista para quando viajar trazer de outra cidade. Assim a gente que mora aqui vai levando, vai criando estratégias para contornar as pedras no meio do caminho.

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  4. Fernando, continuo achando que os moradores da Cidade é que têm mesmo de decidir que tipo de relação querem manter consigo mesmos e com os visitantes (e claro que o assunto requer análises sob diversos prismas), mas não se pode também desconhecer opiniões de pessoas que, embora distantes, carregam fortes e antigos laços e sincero interesse com as coisas desse lugar tão abençoado. Veja o que diz um deles em carta à redação do Estaminas, motivada pela que está aqui em pauta:

    "Carnaval
    Diamantinense faz
    a defesa da cidade

    Divaldo Mello Jardim
    Belo Horizonte

    “Diamantina não tem condições nem razão de se preparar para receber uma vez por ano um número de turistas igual ou superior aos seus habitantes. O número de banheiros no carnaval é mínimo e cobra-se uma pequena taxa de uso. No Rio de Janeiro, capital do turismo, durante o carnaval, o problema existe com maior intensidade. Quem viaja deve ter no seu orçamento um valor mínimo para gastar, como quando se viaja para o exterior. Aqui não se pode esperar em participar de uma festa carnavalesca na cidade e lá pagar menos do que se paga em dias normais. Em todo lugar o costume é o mesmo. Quando chega a oportunidade, quem tem negócios majora os preços para ganhar mais. Isso não é novidade, nem assalto. Ao leitor de Turmalina, que ficou ‘horrorizado’ com os preços dos serviços em Diamantina no carnaval, a cidade não vai sentir sua falta nos próximos carnavais.”

    Não subscrevo a carta, mas acho que se deve levá-la em consideração tbém. Grande abraço.

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  5. Saul,
    Não concordo, mas até aceito a idéia de aumento de preços durante os eventos. É a famosa lei de mercado. O problema é a qualidade do serviço que cai signficativamente. Vou dar um exemplo: fui ao restaurante que mais gosto na cidade, paguei bem mais caro e o serviço prestado foi fraco. O comerciante precisa receber bem para receber sempre.

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  6. Pois é, Fernando, acho que os diamantinenses, nativos ou adotados, precisam mesmo discutir esse, entre outros, assunto. Mas sem provincianismo anacrônico,né? É preciso escutar o máximo de opiniões, discuti-las com o máximo de isenção - como vc e alguns outros vêm tentando fazer -, em busca do melhor, se não para todos, pelo menos para a maioria dos interessados. Penso que não podemos nos esquecer que, cultural e historicamente, ninguém é ou se torna diamantinense impunemente - há que fazer por merecer. Outra vez, parabéns por levantar e discutir o assunto. Abraço.

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