quinta-feira, 12 de março de 2009

A Identidade da UFVJM

Texto:Professor Alexandre Christofaro Silva.

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, criada em 2005, tradicional desde 1953 e expandida em 2002 ainda não encontrou sua identidade. A expansão de 2002 agravou os problemas de infra-estrutura e o número de docentes e técnicos administrativos não cresceu na mesma proporção da expansão, estabilizando abaixo do mínimo necessário.

Este quadro contribuiu para a evasão de discentes e de docentes. No entanto, a mobilização da comunidade acadêmica para a elaboração do Estatuto trouxe à tona a discussão sobre a construção da Instituição e os rumos da UFVJM. Que Universidade somos? O Caráter regional está de fato incorporado na comunidade acadêmica? Teremos na qualidade da formação dos nossos egressos, na produção e na divulgação de conhecimentos, na responsabilidade social e na solidariedade os alicerces para alcançar a excelência como UNIVERSIDADE? Como alcançar esta excelência? Nos últimos anos vários indicadores sinalizam avanços nas condições de infra-estrutura e na qualificação docente, ainda que as mudanças ocorram em um ritmo mais lento que o necessário. A aprovação do Plano Diretor e as mais de 40 obras distribuídas pelos campi JK e Mucuri, a implantação do SIGA acadêmico e administrativo, as diversas ações da programas de extensão e cultura, a expansão da pós-graduação Stricto sensu e da infra-estrutura para a pesquisa, a implementação de programas institucionais de qualificação de docentes e de técnicos administrativos são alguns dos indicadores que sinalizam avanços.

Ainda temos muito que avançar, precariedades são uma realidade, mas com o trabalho de toda a Comunidade Acadêmica superaremos estes obstáculos e muito outros que ainda estão por vir. A oferta de mais de 13.000 vagas para docentes nas IFES demonstrou que o MEC, por meio do Programa REUNI, superestimou a reserva de Doutores no Brasil, o que tem causado problemas de fixação de docentes em IFES do interior, como a UFVJM. Novamente a UFVJM se depara com a evasão de docentes. A chance de trabalhar em instituições consolidadas e, ou de voltar para as proximidades ou para a terra natal atraiu muito de nossos docentes para outras instituições. Muitos dos quais foram aprovados em concursos de outras IFES e foram ou estão de partida da UFVJM, que reconhece o trabalho que fizeram, mas que também deve ser lembrado que esta Instituição contribuiu para a qualificação profissional desses docentes.

Esta situação deve permanecer até a estabilização do REUNI, ou seja, até 2013 e quem paga a conta são os estudantes de graduação e pós-graduação das IFES menores, ainda não consolidadas e distantes de grandes centros urbanos, como a UFVJM. Gestão junto às Prefeituras para a melhoria da prestação de serviços nas cidades que possuem campi, financiamento da Caixa Econômica Federal para professores e técnicos administrativos contratados para trabalhar nos cursos do REUNI e a melhoria das condições de trabalho estão entre as ações que podem contribuir para minimizar a evasão, mas ainda assim são insuficientes.
Novamente os paradigmas da época da elaboração do Estatuto voltam à tona. Precisamos refletir e discutir amplamente que Universidade estamos construindo e QUAL É A IDENTIDADE DA UFVJM? 

Com a palavra, a Comunidade Acadêmica.

Um comentário:

  1. Sou professor novato na UFVJM e concordo com os argumentos do professor Alexandre Cristófaro. Realmente essa questão da identidade da instituição é fundamental, pois a consolidação de um corpo docente comprometido e empenhado depende dessa definição.
    Prof. Ademilson de Sousa Soares

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