Texto: Fernando Granato
Ele vive na pequena Chapada do Norte, perto de Diamantina (MG), e desde criança cumpre com muito orgulho o ritual de tocar o sino da igreja e chamar os fiéis para as missas e festejos religiosos.
O clima é semi-árido. A vegetação lembra a da caatinga. Encravada entre a Serra do Espinhaço e a margem esquerda do Rio Capivari, em pleno Vale do Jequitinhonha, está a segunda cidade mais pobre de Minas Gerais. Antigo quilombo de negros fugidos de Diamantina, Chapada do Norte tem uma população de 15 mil habitantes, que vive basicamente de programas assistenciais, pensões por aposentadoria e do dinheiro mandado por quem saiu - boa parte dos homens foi trabalhar no corte de cana no interior de São Paulo.
Apesar disso, é uma das regiões culturalmente mais ricas do País, que preserva intactas manifestações artísticas típicas da população de origem africana. Cerca de 80% dos habitantes do município têm essa ascendência. É a terra de personagens fantásticos, como o sineiro Zezinho - o Quasímodo brasileiro -, que tem desde criança a função de chamar os fiéis para as missas, batizados, enterros e festejos religiosos.
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