Inglês, era diplomata, explorador, antropólogo, poeta, tradutor (traduziu Os Lusíadas e As Mil e Uma Noites, entre outros livros); grande aventureiro, tendo viajado ao Oriente, África; escreveu três livros sobre o Brasil, fruto de suas observações durante suas andanças por aqui. Deixou vastíssima obra, que oferece inesgotável material para pesquisas.
Parece-nos incrível, no séc. XXI, as viagens por ele empreendidas, assim como as relatadas por outros viajantes que aqui estiveram: Spix e Martius, Expedição Langsdorf, Luiz Agassiz e Elizabeth Cary Agassiz, George Gardner, J. Emanuel Pohl, Alcide D`Orbigny, John Mawe, W. C. Von Eschwege, Hans Staden e muitos outros.
Destacamos “Viagem de Canoa de Sabará ao Oceano Atlântico”, (já mencionado em post anterior), iniciada em 07 de agosto de 1867, pelo fato de ter feito uma pausa nessa aventura incrível, deixando o Rio das Velhas, por onde navegava, para conhecer Diamantina e a região do Espinhaço onde ela se situa, nos oferecendo fascinantes observações e registros impressionantes durante esse percurso, narrado no cap. VI do referido livro.
Quando relata o caminho tomado para atingir Diamantina, afirma que: “Os degraus de acesso a partir do Rio das Velhas, são sete, a saber: primeiro até o Rio Paraúna; segundo, até o Riacho do Vento; terceiro, até a Chapada; quarto, até o cume de Contagem; quinto, até Gouveia; sexto, até Bandeirinha, e sétimo, até Diamantina”.
Sobre Diamantina: “O ponto onde se situa a cidade é um dos mais altos do Império”. “A localização de Diamantina é peculiar...; “Visto do “Alto da Cruz”, a cidade apresenta um aspecto de prosperidade”; “Água da melhor qualidade é fornecida em quase todas as grotas”. “A atmosfera clara e revigorante permite a cultura de frutas e hortaliças...”.
“Os três dias que passei em Diamantina deixaram-me a mais agradável impressão de sua sociedade. Os homens são os mais “abertos”, as mulheres as mais bonitas e as mais amáveis que eu tive a felicidade de encontrar no Brasil. Em todos os lugares destas regiões os forasteiros, são recebidos com cordial hospitalidade, mas aqui a acolhida é particularmente calorosa”. “Há três anos deixou de circular o único jornal, O Jequitinhonha, ....no entanto, os cidadãos – os brasileiros são cidadãos e não súditos - mostram -se muito interessados pela instrução, mesmo a instrução clerical”.
Vale à pena retomar as narrativas das viagens de Burton e dos os outros viajantes, pela riqueza de detalhes e pelo olhar crítico e quase sempre apontando e mostrando as nossas potencialidades (e também, é claro, as mazelas), nos exortando para a importância de valorizarmos nossa cultura, riquezas e capacidades, quase sempre esquecidas em função de percepções muitas vezes ditadas por interesses particulares, pequenos e mesquinhos.
Olhar nossa “Terra Brasilis” com orgulho e desejo de mudanças. Utopia? Ou ainda vale à pena sonhar? Pergunto: O que seria dos seres humanos sem a sua capacidade de sonhar!
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