quinta-feira, 11 de junho de 2009

Tapetes coloridos cobrem as ruas


A tradição dos tapetes de rua no feriado de Corpus Christi sempre me chamou a atenção pela beleza e simbologia da participação e união das pessoas. Hoje resolvi vencer o sono e o frio para tentar acompanhar essa manisfestação popular. Por volta das 6h30 muitas pessoas já inciavam os preparativos inciais. À primeira impressão parece-nos que não haverá tempo suficiente para cobrir as ruas com ornamentos, mas no fim tudo dá certo. Aos poucos vão surgindo vários voluntários para a terefa: escoteiros, militares, funcionários da prefeitura, padres e, principalmente pessoas simples impulsionadas pela fé e pelo desejo de manutenção de uma tradição.

Aos poucos vão surgindo belas e coloridas figuras. Por fim, na hora marcada tudo está pronto. Os fiéis começam a chegar para a missa e procissão. Um espetáculo religioso, cheio de sentidos e significados.

A tradição de fazer o tapete com folhas e flores vem dos imigrantes açorianos. Essa tradição praticamente desapareceu em Portugal continental, onde teve origem, mas foi mantida nos Açores e nos lugares onde chegaram seus imigrantes. O barroco enriqueceu esta festa com todas as suas características de pompa. Em todo o Brasil esta festa adquiriu contornos do barroco português. Corpus Christi é celebrado desde a época colonial com uma profusão de cores, música expressões de grandeza.

Perdi alguns minutos de meu sono no feriado, mas pude testemunhar na prática a manifestação da força do coletivo em busca de um objetivo comum.

2 comentários:

  1. Esta tradição ter que ser mantida em Diamantina. Antes os dezenhos eram feitos com areia colorida, imagine, nas ruas íngrenes a areia,nas pedras lisas, ocasionava bunda no chão na certa. Por este motivo passaram a enfeitar com serragens coloridas, folhas e fores.
    Acho que valeu vc perder alguns minutos de seu feriado, abraços

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  2. Concordo com o Assis quando menciona a importância da preservação dessa tradição. E, se possível de muitas outras que andam se perdendo, muitas vezes substituidas por eventos efêmeros e de fundo puramnte "marqueteiro".
    Outro ponto é a relativa incompreensão do termo TRADIÇÃO, quase sempre associado "ao que é antigo, ultrapassado". Permito-me discordar, pois o verdadeiro caráter da Tradição é a permanência e a renovação constante, pois se assim não fosse, onde estariam os relatos e as memórias e o imaginário social, que é um dos constituintes da construção histórica e sócio-antroplógica de uma nação, ou de um dado segmento populacional. Pensando nisso, como estamos lidando com essas "construções" nos dias de hoje? O que vamos legar aos nossos descendentes e à memória de Diamantina, e eu diria, do Brasil?

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