A tradição dos tapetes de rua no feriado de Corpus Christi sempre me chamou a atenção pela beleza e simbologia da participação e união das pessoas. Hoje resolvi vencer o sono e o frio para tentar acompanhar essa manisfestação popular. Por volta das 6h30 muitas pessoas já inciavam os preparativos inciais. À primeira impressão parece-nos que não haverá tempo suficiente para cobrir as ruas com ornamentos, mas no fim tudo dá certo. Aos poucos vão surgindo vários voluntários para a terefa: escoteiros, militares, funcionários da prefeitura, padres e, principalmente pessoas simples impulsionadas pela fé e pelo desejo de manutenção de uma tradição.
Aos poucos vão surgindo belas e coloridas figuras. Por fim, na hora marcada tudo está pronto. Os fiéis começam a chegar para a missa e procissão. Um espetáculo religioso, cheio de sentidos e significados.
A tradição de fazer o tapete com folhas e flores vem dos imigrantes açorianos. Essa tradição praticamente desapareceu em Portugal continental, onde teve origem, mas foi mantida nos Açores e nos lugares onde chegaram seus imigrantes. O barroco enriqueceu esta festa com todas as suas características de pompa. Em todo o Brasil esta festa adquiriu contornos do barroco português. Corpus Christi é celebrado desde a época colonial com uma profusão de cores, música expressões de grandeza.
Perdi alguns minutos de meu sono no feriado, mas pude testemunhar na prática a manifestação da força do coletivo em busca de um objetivo comum.
Esta tradição ter que ser mantida em Diamantina. Antes os dezenhos eram feitos com areia colorida, imagine, nas ruas íngrenes a areia,nas pedras lisas, ocasionava bunda no chão na certa. Por este motivo passaram a enfeitar com serragens coloridas, folhas e fores.
ResponderExcluirAcho que valeu vc perder alguns minutos de seu feriado, abraços
Concordo com o Assis quando menciona a importância da preservação dessa tradição. E, se possível de muitas outras que andam se perdendo, muitas vezes substituidas por eventos efêmeros e de fundo puramnte "marqueteiro".
ResponderExcluirOutro ponto é a relativa incompreensão do termo TRADIÇÃO, quase sempre associado "ao que é antigo, ultrapassado". Permito-me discordar, pois o verdadeiro caráter da Tradição é a permanência e a renovação constante, pois se assim não fosse, onde estariam os relatos e as memórias e o imaginário social, que é um dos constituintes da construção histórica e sócio-antroplógica de uma nação, ou de um dado segmento populacional. Pensando nisso, como estamos lidando com essas "construções" nos dias de hoje? O que vamos legar aos nossos descendentes e à memória de Diamantina, e eu diria, do Brasil?