Autor: Antenor José Figueiró – antenor.figueiro@ig.com.br
Para que eu entendesse a estrutura política de Diamantina, primeiro tive de me respeitar e dar-me o direito como cidadão e eleitor para identificar meu prefeito como Gê, jamais padre (na minha concepção religiosa padre é outra história), nem mesmo Geraldo, pois seria leviano da minha parte, uma vez que ele próprio se apresentou e incorporou tal identidade. O respeito como pessoa, sei muito bem separar o joio do trigo. Por tudo isso admiro sua inteligência política (talvez possibilitada também pela ausência de outros políticos), pois com ela a formação e manutenção de sua estrutura de governo foi sempre em direção ao caos controlado.
O perfil desse quebra cabeças, que em alguns momentos houve trocas de peças (secretários), é de um pseudo modelo administrativo que vem nos ofertando como resultado uma silenciosa e morosa apatia que contaminou todas as nossas instituições e toda população. Sentimos no ar o cheiro de estarmos comendo em suas mãos.
Por estar apoiado na profissão que escolhi para me alimentar e criar meus filhos sempre me dirijo à cultura e ao turismo, são combustíveis da minha empresa. E é exatamente nesse ponto que fica visível a sua grande maestria. Coincidências a parte, ele apenas trocou o sobrenome da Secretária de turismo e aí pronto, deitado em berço esplêndido nada precisou ser criado, apenas manter ou engrossar alguns eventos (mamão com açúcar).
Não queiram classificar meu discurso como demagogo, mas vejo que para eles a sociedade e os comerciantes que se danem. Há quantos anos a sociedade diamantinense não tinha um espaço de convivência como as noites de sexta no Mercado, criado pela administração passada? Claro que precisamos de outros eventos para engordar nossa economia, mas não em detrimento (prejuízo) do outro. Tem que haver sensibilidade para distinguir o local e o público. O pilar para a base de qualquer sociedade passa pelo respeito ao indivíduo. A indústria do turismo só é forte quando o morador é o primeiro da lista dos envolvidos. Nesse raciocínio questiono se houve respeito ao espírito de diamantinidade na “sexta nossa” do dia 26 de agosto (trilhão das pedras) uma vez que ir ao Mercado se tornou encontro marcado da família Diamantina. Nesse ponto fazer discurso débil que a Praça do Mercado é cenário é pura prosopopéia (dicionário Aurélio) enfiada debaixo dos braços (biscoito de goma).
Alguns de nossos comerciantes têm recebido uma carta da Coordenadoria de Patrimônio sobre poluição visual. No meu arrogante radicalismo não aceito diferença entre poluição fixa (placas, toldos) móvel (banners, sombrinhas de mesas, tendas plásticas) e com agravante. Que moral tem nossa Prefeitura para fazer tais exigências uma vez que nossa cidade está infestada de placas de transito, lixo por todos os lados, no prédio da Secretaria de Turismo e antigo prédio da Prefeitura por algumas vezes encontramos banners afixados em suas fachadas? Não há a capacidade de regulamentar o uso de espaços públicos, volta e meia andando pelas ruas damos cabeçadas em sombrinhas, trombamos em mesas plásticas. Onde fica o direito máximo de ir e vir da democracia? È aquele velho jargão, não faça o que eu faço, mas sim o que eu digo.
Desperta Diamantina! Não há muito que fazer para mudar essa história, estamos carentes de autoridades, políticos e moradores repletos de coragem, respeito, orgulho e cultos o suficiente para deixar brotar a sensibilidade do dom da espécie humana (viver equilibradamente em sociedade).
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